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“Primo do fenol”: veja riscos de procedimento feito por Maya Massafera

Maya Massafera compartilhou um tratamento de pele à base de um produto conhecido como “primo do fenol”. Médico alerta para riscos

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Maya Massafera faz carão para as redes sociais - Metrópoles
1 de 1 Maya Massafera faz carão para as redes sociais - Metrópoles - Foto: Twitter/Reprodução

Recentemente, a influenciadora Maya Massafera movimentou as redes sociais ao revelar que se submeteu a um procedimento estético conhecido como “primo do fenol”. Desenvolvida como alternativa ao peeling de fenol — cuja aplicação foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — a técnica tem como objetivo tratar cicatrizes faciais e promover uma pele mais uniforme.

De acordo com os vídeos publicados pela influenciadora, o método utiliza uma combinação de ácido fenólico e cróton, com a promessa de garantir, em proporções exclusivas, a regeneração da pele, tratando condições como rugas, olheiras e cicatrizes.

No caso de Maya, o procedimento buscou suavizar as cicatrizes de acne antigas que a incomodavam a ponto de ela ter de esconder o rosto com o próprio cabelo. Com a novidade do mercado, a coluna Claudia Meireles acionou o dermatologista Wesley Ferreira para explicar um pouco mais sobre o “primo do fenol” e quais as diferenças em relação ao tratamento proibido no Brasil.

Especialista explica sobre o procedimento estético conhecido como o “primo do fenol”

De acordo com o especialista, a primeira preocupação sobre o procedimento feito por Maya Massafera tem a ver com a pouca transparência quanto à fórmula utilizada para remover camadas danificadas da pele e promover sua regeneração.

 “Considero muito perigoso quando os profissionais colocam um nome fantasia, digamos assim, em um procedimento sem explicar a fundo sobre o que se trata. A gente não sabe realmente o que está sendo aplicado, qual a segurança, qual a indicação e quais são os efeitos colaterais possíveis. O paciente fica às cegas”, alerta o dermatologista Wesley Ferreira.

Mulher com a mão no peito
De acordo com o especialista, a toxicidade cardíaca é considerado o principal risco do tratamento

Para além do receio quanto às substâncias listadas na fórmula, Wesley Ferreira destaca que, assim como o peeling de fenol, o uso de ácidos semelhantes oferece riscos devido à absorção das substâncias pela corrente sanguínea.

“O risco principal é a toxicidade cardíaca, que pode ocorrer quando a substância entra na circulação sanguínea. Já vimos casos trágicos, como o de um paciente em São Paulo que faleceu após um procedimento mal executado com fenol”, afirma.

No vídeo compartilhado por Maya, é possível observar alguns passos do tratamento do “primo do fenol”. Inicialmente, a influenciadora aparece realizando um microagulhamento antes da aplicação do ácido.

“Nesses casos, é preciso tomar cuidado quanto ao microagulhamento, porque esse tipo de técnica pode causar feridas na pele do paciente e isso aumenta, de uma forma imprevisível e descontrolada, a absorção do ácido quando entra em contato com a pele. Diante disso, há um aumento significativo do risco de toxicidade e de efeitos colaterais”, alerta Wesley Ferreira.

Especialista adverte sobre importância da capacitação

Médico mostrando aplicação de botox em testa de jovem mulher em consultório - Metrópoles
Wesley Ferreira reforça sobre a importância de realizar tratamentos estéticos com profissionais especializados

Para o médico, procedimentos com ácidos potentes, como o peeling de fenol, demandam conhecimento profundo sobre a pele e monitoramento adequado pós-intervenção. Ele destaca que a aplicação deve ser realizada preferencialmente em ambiente hospitalar.

Contrário à proibição do tratamento à base de fenol, o dermatologista defende a importância de uma regulamentação criteriosa ao invés da exclusão total de uma solução estética.

“A aplicação do peeing de fenol não pode ser feita atualmente por ninguém, devido à proibição. Mas os riscos de procedimentos como esse são ainda maiores quando feitos por pessoas que não tem formação médica e que não seja dermatologista, podendo, inclusive, aumentar os efeitos associados ao mau uso do produto, como queimaduras, cicatrizes e deformidades. Acredito que o maior problema está na aplicação por profissionais que não têm a devida capacitação”, conclui.

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