Por que os ricos de Nova York estão injetando botox em suas bexigas?
Um famoso urologista norte-americano criou o método Bexiga de Hamptons para “salvar” celebridades e milionários que viajam de carro
atualizado
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Pode não parecer, mas os ricos e herdeiros nova-iorquinos encaram um “perrengue chique” ao pegarem a estrada rumo aos Hamptons, reduto de celebridades e milionários situado no leste do estado de Nova York. Ao atravessarem a rodovia Long Island Expressway, eles ficam presos no trânsito por horas, impossibilitados de ir ao banheiro e necessitados de manter a hidratação mediante o calor.
Eis que veio a solução: o famoso urologista David Shusterman teve uma ideia para lá de curiosa, batizada por ele de Hamptons Bladder (Bexiga de Hamptons, em tradução livre). “Corra para os Hamptons, não para o banheiro” é o lema do médico.
Pouco antes do feriado Memorial Day, por exemplo, Shusterman realizou procedimentos como a embolização da artéria da próstata, diminuindo a urgência da micção em homens.
Para as mulheres? Botox na bexiga. Isso mesmo, você leu certo. Quando injetada diretamente no órgão, a substância, aparentemente, reduz a vontade de ir ao banheiro.
Ao portal Insider, David Shusterman afirmou que a aplicação é destinada a pacientes entre 20 e 80 anos. Ainda, como os efeitos duram meses, a pessoa fica “coberta” durante todo o verão.
Em conversa com a Coluna Claudia Meireles, o urologista Carlos Watanabe explica que a embolização da artéria da próstata, nos homens, é uma técnica para tratar a hiperplasia prostática benigna, que é o aumento da glândula prostática.
Segundo o especialista, o método costuma ser utilizado em pacientes mais frágeis, como os idosos, com sintomas leves a moderados, que não toleram algo mais eficaz. “É um procedimento de menor risco, mas temporário. Reduz a próstata e atenua os sintomas de dois a três anos. Depois, é preciso outra intervenção”, diz.
No caso da destinação da embolização da artéria da próstata para diminuir a vontade de ir ao banheiro, o urologista ressalta que é preciso mais estudos. “São casos específicos. O paciente deve passar por avaliação com urologista para saber se tem a indicação, uma vez que o procedimento pode gerar efeitos colaterais, podendo até chegar à necrose de bexiga”, alerta.
Já o botox na bexiga não é novidade. Carlos explica que, geralmente, a técnica é usada para tratar mulheres com bexiga hiperativa, condição urológica ligada ao surgimento da necessidade súbita e urgente de urinar. “Ela não consegue chegar a tempo no banheiro, urinando até mesmo na roupa”, descreve o médico.
De acordo com o especialista, para reparar o problema, há uma primeira linha de tratamento, a exemplo da fisioterapia. “Quando nada funciona, aí se pensa no botox. Ele deve ser usado como recurso final. É eficaz, mas traz riscos também. Seu efeito colateral mais frequente é a retenção urinária”, adverte.
A vantagem do procedimento, conforme o urologista pontua, é que o botox dura de seis a nove meses, podendo ter seus efeitos revertidos, se necessário. “Ao término do prazo, novas aplicações precisam ser realizas”, finaliza.
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