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Por que as comunidades impulsionam bons projetos na web3?

A descentralização, inovação e o desenvolvimento da web3 só são possíveis através das pessoas e de uma sociedade unida

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Tom Werner/Getty Images
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1 de 1 metaverso - Foto: Tom Werner/Getty Images

Quando refletimos sobre o conceito de comunidade, imediatamente nos vem à mente uma sensação de pertencimento, principalmente quando nos deparamos com um mundo novo e disruptivo, a exemplo da web3. Para falar sobre grupos neste lugar, é necessário “pertencer”, o que torna essa leitura ainda mais fascinante, por este artigo ter sido inspirado a partir de vários pedidos de fundadores de comunidades no Twitter.

Descentralização, inovação e desenvolvimento web3 só são possíveis através das pessoas e, para que isso aconteça, deve haver uma sociedade unida, que lute pela iniciativa de forma comprometida. A adaptação lúdica do acrônimo Know your client (KYC) em português, conheça seu cliente é bastante autoexplicativa, e talvez, o passo mais importante de todos.

A importância da comunidade pode ser medida pela popularidade das Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) e devem revolucionar a estrutura organizacional, financeira e cooperativa dos projetos dentro da blockchain. Elas não possuem uma autoridade governamental central e todos os membros trabalham juntos a fim de construir o melhor para o projeto.

Colagem de mulher caindo no metaverso - Metrópoles
Para estar na Web3 é necessário fazer parte de uma comunidade

Para exemplificar essa ideia de forma mais tangível, podemos mencionar a Ucrânia DAO, que conseguiu angariar quase US$7 milhões em ETH para auxiliar na defesa do país durante a invasão da Rússia.

Uma coletividade sólida é um elemento essencial para o sucesso de qualquer projeto Web3 e geralmente podem ser encontradas no Twitter, Telegram, ou até mesmo em canais do Discord dedicados ao projeto. Tanto o Discord quanto o Telegram são excelentes ferramentas para gerenciar e envolver a comunidade, porém a rede social do Elon Musk oferece um alcance ainda maior.

Ao ingressar nessas comunidades, é possível se deparar com uma linguagem específica do universo cripto como: GM (good morning), Wagmi (we are all gonna make it), Frens (Friends), LFG (let´s fu** go), entre outras. Para alguém que está ingressando agora, essas terminologias podem parecer bastante desconhecida, mas para os membros é um fator fundamental para o engajamento dos usuários.

A ideia é atrair eficientemente mais empresas de blockchain e metaverso

Distinção entre as comunidades da Web2 e da Web3:

Nas comunidades convencionais da Web2, as discussões geralmente se concentram em um produto já existente, com influenciadores promovendo-as. No entanto, na Web3 são estabelecidas muito antes de um projeto ser lançado, tornando a construção da sociedade uma estratégia poderosa que coloca o controle nas mãos dos membros do projeto.

Além disso, os integrantes se unem por interesses e objetivos comuns, e interagem frequentemente com os fundadores e outros participantes. Muitos preferem manter suas verdadeiras identidades ocultas por trás de avatares, enquanto recebem recompensas por sua participação desde o início do planejamento. A ideia de priorizar a “comunidade” é rara no ecossistema Web2 e muitas vezes é negligenciada pelos fundadores das grandes empresas de tecnologia. No entanto, na Web3, ela é fundamental para sua fundação.

Foto colorida. Homem está com um tablet na mão em uma rua iluminada
Na web3 a construção da sociedade uma estratégia poderosa que coloca o controle nas mãos dos membros do projeto

Se os componentes de uma comunidade na Web3 sentem que seus fundadores não estão cumprindo suas promessas, a base desse projeto enfraquece. Para evitar isso, os mentores colocam vários incentivos em prática para envolver sua comunidade, agregar valor à sua marca e responder ativamente às preocupações e solicitações de todos.

Como a Web3 recompensa os membros da comunidade:

Os fundadores mostram o seu apreço de várias maneiras. Para começar, eles enviam airdrops — distribuição de um token ou criptomoeda — geralmente de graça, para vários endereços de carteira dos participantes como uma promessa de entrega do projeto final.

Em retorno, a comunidade apoia o produto em diversas plataformas sociais, aumentando a visibilidade da proposta. Em resumo, ao enviar esses ativos digitais, os fundadores fortalecem a conexão.

Os criadores de projetos reconhecem a importância do engajamento peer-to-peer e, por isso, investem em moderadores na sua comunidade do Discord, uma plataforma que funciona 24 horas por dia, conectando membros de diferentes partes do mundo e organizando eventos e brindes especiais.

Desenho de pessoas ao redor de um globo do planeta Terra
A comunidade apoia o produto em diversas plataformas sociais, aumentando a visibilidade da proposta

Considerando que a Web3 constitui um cenário emergente, é possível que haja desvantagens relacionadas à posse majoritária de tokens ou NFTs em um projeto.

Por exemplo: Ao criar um projeto, os principais beneficiários são geralmente os fundadores, investidores e funcionários do estágio inicial. Os early adopters têm a oportunidade de investir na empresa desde o início e, consequentemente, obter maiores ganhos a partir do sucesso da iniciativa. Embora isso possa parecer injusto para alguns, é justificável, pois essas pessoas assumiram um risco significativo, investindo mais tempo e esforço que os demais.

Mulher digita em um notebook. A tela está escrito metaverso
As plataformas estão disponíveis no metaverso

Porém, essa dinâmica pode levar os detentores majoritários a agirem de forma gananciosa, interpretando sua posição como um sinal de poder. Os fundadores podem criar artificialmente um hype em torno do projeto, inflando o preço da criptomoeda para posteriormente vendê-la a um preço elevado, o que pode desvalorizar o projeto e gerar prejuízo aos detentores do token. É, portanto, crucial que os indivíduos sempre façam suas próprias pesquisas, a chamada do your own research ( DYOR) e compreendam quem está por trás da gestão do protocolo antes de investir em algo sem conhecimento prévio.

Independente destes percalços, as comunidades são reconhecidamente a força que impulsionam os projetos na Web3, combinando mecanismos da tecnologia cripto e blockchain, a nova internet fornece soluções para que os membros da comunidade se tornem acionistas em projetos nos quais acreditam.

Ilustração. Homem e mulher perto de blocos de bitcoin
As comunidades são reconhecidamente a força que impulsionam os projetos na Web3

Esses grupos sempre se mostraram uma maneira bem-sucedida de envolver clientes e públicos, e através da utilização da Web3, artistas e tecnólogos podem criar uma cultura comunitária baseada nos princípios fundamentais da tecnologia, com transparência, responsabilidade e sustentabilidade.

Ainda somos bootstraps (iniciantes) e temos um longo caminho a percorrer, mas o potencial do Web3 de se libertar das estruturas hierárquicas tradicionais, combatendo o modelo centralizado da Web2, e criando um novo meio de investir, operar e crescer é muito emocionante.

Para quem é apaixonado pela estrutura disruptiva e inclusiva da Web3, assim como eu, deixo aqui meu recado: “Onde meus talentos e paixões encontram as necessidades do mundo, aí está meu lugar” –  Aristóteles.

 

(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado

 

 

 

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