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Por dentro do famoso restaurante na Dinamarca considerado “surreal”

Ao estimular todos os sentidos, a casa é uma verdadeira experiência de “outro nível”: ninguém sai do mesmo jeito que entra. Entenda!

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@restaurantalchemist/Instagram/Reprodução
Colagem de duas imagens de um restaurante com projeções grandes na parede com paisagens da natureza - Metrópoles
1 de 1 Colagem de duas imagens de um restaurante com projeções grandes na parede com paisagens da natureza - Metrópoles - Foto: @restaurantalchemist/Instagram/Reprodução

Uma viagem à Dinamarca nunca será a mesma com a visita ao Alchemist, um restaurante situado na capital, Copenhague, digno de ser considerado uma verdadeira imersão “de outro mundo”. Com duas estrelas Michelin, o estabelecimento ganhou, recentemente, o prêmio Gin Mare Art of Hospitality 2023, promovido pelas empresas S.Pellegrino & Acqua Panna.

Mas o que faz do local a experiência mais conceitual que pode existir na gastronomia? Vamos começar com o fato de que o espaço considera todos os elementos possíveis que influenciam no prazer e na compreensão de quem passa por lá. Com direito a efeitos audiovisuais suntuosos, uma noite jantando no restaurante promete deixar os clientes “boquiabertos”.

Aos que entram em contato para reservar uma mesa, já é bom saber que o estabelecimento capta alguns dados dos clientes para “customizarem” a experiência. A exemplo de uma pergunta nada convencional: a cor dos olhos da pessoa, para uma “surpresinha” em que um dos pratos combina com a coloração do olhar de cada um.

Mãos segurando comida em formato de esfera com fumaça ao redor - Metrópoles
Smokey Ball

Outro detalhe curioso é que, ao chegar ao local, não há nenhuma placa indicativa de que um restaurante funciona ali. É apenas um armazém gigante, mas que entrega uma vivência “extraordinária, multissensorial e socialmente consciente”, conforme definem alguns especialistas.

Chegando no Alchemist, as portas se abrem lentamente, algo bem teatral. O jantar dura entre quatro e seis horas. Embora pareça “cansativo”, muitos comentam que ninguém sai da mesma forma que entrou. A memória fica guardada por toda a vida.

Alguns segredos desse serviço já foram revelados ao público. O primeiro, e também importantíssimo, é o treinamento de quem trabalha lá. Antes dos clientes chegarem, há uma reunião de briefing, em que cada funcionário entende e se ajusta ao perfil dos grupos de visitantes.

Várias pessoas com o mesmo uniforme reunidas em um espaço grande com mesas, cadeiras e um balcão central - Metrópoles
Equipe do restaurante reunida

Os colaboradores passam meses em uma fase de treinamento antes de ingressarem, de fato, no atendimento. Todos recebem os mesmos uniformes, a não ser os que ficam na cozinha, que vestem um adicional de avental. O traje faz parte, também, de uma estratégia da casa que eles chamam de “hospitalidade invisível”. A ideia é que qualquer funcionário possa servir um vinho ou discutir um prato, sem hierarquia perceptível. Mas isso só dá certo se toda a equipe tiver conhecimento global.

Essa medida é levada tão ao pé da letra, que, depois de fazerem suas refeições, os clientes vão para uma varanda, e, lá, os atendentes estarão vestidos com outras roupas, para que “se misturem” ao fundo escuro. A justificativa para isso é a de que, a essa altura, depois que todos já tenham recebido tanta comida, bebida e informações, eles precisam relaxar e digerir tudo.

Homem com avental preparando comida em formato de olho em balcão de cozinha de restaurante - Metrópoles
Cozinheiro prepara prato com apresentação exótica

As refeições são entregues sob uma composição de luzes específica para cada etapa, além de um material de design e uma música customizados. A casa procura transmitir mensagens importantes por meio da comida, então, os pratos fazem referência a problemáticas que vão desde o trabalho infantil aos plásticos no oceano. A equipe, inclusive, é chamada de “embaixadores do ativismo”.

O Food for Thought, por exemplo, é um cérebro de cordeiro cozido no vapor servido em brioche e apresentado dentro de um modelo de cabeça humana, projetado para estimular a discussão sobre o desperdício de alimentos e as diferentes percepções do que é comestível.

Objeto imitando pedaço de cabeça de pessoa com uma comida dentro - Metrópoles
Food for Thought

Já Lifeline é um sorvete feito com sangue de porco, moldado em forma de gota de sangue, que visa incentivar as pessoas a doarem sangue.

Tendo uma noção de como funcionam as coisas lá dentro, já dá para imaginar que o Alchemist não conta, somente, com cozinheiros, garçons, ou outros profissionais que costumam trabalhar em um restaurante, certo? O staff engloba diferentes especialistas, que vão desde artistas de efeitos visuais e engenheiros de som até animadores, designers industriais, compositores e escritores.

Outro detalhe incrível do empreendimento é que, durante o jantar, uma projeção com paisagens em vídeos de alta definição aumenta a experiência conceitual.

Local amplo com mesas de restaurante e uma projeção grande transmitindo imagens do fundo do mar - Metrópoles
Experiência multissensorial

Por aqui, na Coluna Claudia Meireles, estamos desejando uma noite dessas! Se você tem passagens compradas para Copenhague, não deixe de reservar!

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