Por muitos anos, o príncipe Albert II de Mônaco foi considerado um solteirão convicto, apelidado de “Playboy de Mônaco”. Aos 63 anos, o filho da princesa Grace Kelly e Rainier III, de quem herdou o principado, continua envolvido em uma série de polêmicas.

A ascensão ao trono, em 2005, substituindo o pai, foi apontada à época como uma oportunidade de renovar a imagem da dinastia Grimaldi, conhecida pelos escândalos e intrigas que foram a público ao longo dos últimos sete séculos, bem como a imagem do país, um paraíso fiscal com práticas bancárias questionáveis.

“Lutarei com todas as minhas forças para que Mônaco seja irrepreensível”, disse Albert quando assumiu o principado de Mônaco, ao afirmar que o país seria “guiado pela moralidade, honestidade e ética”.

No entanto, 15 anos depois, o príncipe está envolvido em mais escândalos. Entre eles: a descoberta de dois filhos ilegítimos; uma provável filha brasileira; e a partida de Charlene dos palácios reais para a África do Sul.

Dinastia Grimaldi

O príncipe Rainier III, pai de Albert, liderou a dinastia Grimaldi por mais de meio século. Ele e a princesa Grace Kelly protagonizaram, em 1956, um dos casamentos mais marcantes do século 20. A cerimônia, que atraiu mais de 1,5 mil jornalistas de todo o mundo, foi transmitida ao vivo pelo estúdio MGM para mais de 30 milhões de pessoas.

A atriz de Hollywood teve um papel importante para dar holofote global ao pequeno principado europeu. Grace morreu em 1982, em um acidente de carro. Cerca de 40 anos após a tragédia, o brilho e charme da estrela ainda dão ao país o status de glamour ao local.

Casamento

Em 2011, o “príncipe solteirão” subiu ao altar com a ex-nadadora sul-africana Charlene Wittstock, 20 anos mais jovem do que ele, em uma casamento que custou 55 milhões de dólares (equivalente a R$ 295.135.501). Os estilistas Giorgio Armani e Karl Lagerfeld e a modelo Naomi Campbell foram alguns dos convidados da luxuosa cerimônia.

Enquanto passava a imagem de um casal apaixonado, a revista L’Express publicou afirmações de que Charlene havia tentado escapar do casamento durante uma das viagens à Paris para a prova do vestido de noiva. A alegação ganhou força quando a princesa chorou durante a cerimônia.

Três anos depois, Albert e Charlene tiveram os gêmeos Gabriella e Jacques.

Em meio à pandemia da Covid-19, quando a vida em Mônaco parecia mais tranquila nos palácios reais, a princesa viajou sozinha para a África do Sul para visitar um projeto social, em uma viagem que deveria durar apenas uma semana. No entanto, a missão se estendeu por meses, aumentando os rumores de que o casamento enfrentava dificuldades.

A imprensa local chegou a especular que Charlene havia abandonado o marido e os dois filhos, mas logo tornou público que a ex-nadadora foi submetida a uma série de procedimentos médicos para corrigir uma cirurgia otorrinolaringológica e tratar uma infecção desenvolvida após o tratamento inicial, forçando sua permanência no país.

O reencontro com a família só ocorreu no fim de agosto, quando Albert e os filhos viajaram até o encontro da princesa, mas ela segue na África do Sul cuidando da saúde.

Playboy de Mônaco

Em 2005, poucas semanas após assumir o principado, a revista francesa Paris Match revelou que Albert tinha um filho, fruto de um romance secreto com a comissária de bordo Nicole Coste. O caso começou em 1997, durante um voo da Air France de Nice para Paris.

Alexandre Coste nasceu no final de 2002. Quando a paternidade de Albert se tornou pública, ele aceitou o menino, agora com 18 anos, como parte da família e da fortuna a que tem direito. O rapaz, no entanto, não foi incluído na linha de sucessão pois a constituição de Mônaco exclui filhos nascidos fora do casamento.

No ano seguinte, um teste de DNA confirmou que Albert também era o pai de Jazmin Grace Grimaldi, filha de uma ex-garçonete da Califórnia que conheceu o príncipe em 1991, enquanto passava férias na França. Tamara Rotolo tentou por anos conseguir nos tribunais que a filha tivesse direito à pensão alimentícia, mas o veredito só foi dado em 2006, quando Jazmin tinha 14 anos.

A adolescente estava na escola quando os advogados do príncipe informaram o reconhecimento da paternidade, anunciando Jazmin como membro oficial da família real. Hoje, a jovem de 29 anos é atriz e cantora e nutre uma boa relação com os irmãos.

Filha brasileira

O escândalo de paternidade mais recente envolvendo Albert inclui uma brasileira que diz ter conhecido o monarca em 2004, em uma boate do Rio de Janeiro. Mariza S., como é chamada, afirmou nos processos judiciais que chegou a conhecer o presidente Vladmir Putin em uma viagem à Rússia, onde foi como acompanhante de Albert.

Segundo Mariza, ela tinha 20 anos quando conheceu Albert, que se apresentou como um advogado e diplomata canadense. Eles teriam vivido um romance de duas semanas, com viagens para vários cantos do mundo, incluindo Lisboa, em Portugal; Milão, na Itália; e Moscou, na Rússia.

Nove meses depois, ela teria tido Celia, apontada hoje como herdeira do monarca. Mariza afirma que só reconheceu Albert como príncipe anos depois, ao ver uma foto dele em uma revista italiana de fofocas.

Uma audiência de reconhecimento de paternidade foi marcada para fevereiro deste ano, mas os advogados do príncipe conseguiram alegar imunidade soberana. Eles alegam que a história é fantasiosa.

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