Pílula anticoncepcional: Dr. Barakat revela se o método é prejudicial
Dr. Barakat revela quais são os possíveis efeitos colaterais da pílula anticoncepcional e como prevenir a gravidez de forma mais saudável
atualizado
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A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais populares entre as mulheres por conta da eficácia na prevenção da gravidez. No entanto, esse método, mesmo que eficiente, apresenta efeitos colaterais que podem prejudicar a qualidade de vida das milhões de mulheres que o utilizam.
Alguns efeitos colaterais são extremamente comuns, como inchaço, dores de cabeça, redução da libido, sensibilidade nos seios e náuseas. “Os efeitos colaterais da pílula anticoncepcional são resultado das alterações hormonais que ela provoca no corpo”, explica o médico e fundador do Instituto Dr. Barakat de Medicina Integrativa, Mohamad Barakat.
De acordo com o Dr. Barakat, a pílula apresenta hormônios sintéticos que interferem no ciclo menstrual natural, principal causador da retenção de líquidos e também das náuseas, uma vez que os hormônios sintéticos podem irritar o estômago e o trato gastrointestinal. No caso da perda de libido, o especialista afirma que, além de ser afetada pelos hormônios sintéticos, também tem ligação com a produção de testosterona.
“A queda na libido pode ocorrer porque os anticoncepcionais hormonais aumentam a produção da globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), que se liga à testosterona, reduzindo sua biodisponibilidade no corpo. Aliás, com a queda da testosterona livre no organismo, não é apenas a libido que cai, mas também a força muscular, atrapalhando o desempenho dos treinos de hipertrofia”, destaca o médico.
Além dos problemas comuns, o especialista cita um estudo de 2017, publicado no New England Journal of Medicine, que acompanhou cerca de 1,8 milhões de mulheres dinamarquesas durante uma média de 10 anos, para embasar os problemas relacionados ao contraceptivo.
“Os pesquisadores descobriram que as usuárias de pílulas anticoncepcionais tinham um risco 20% maior de desenvolver câncer de mama em comparação com aquelas que nunca usaram esses contraceptivos”, salienta Barakat.
Segundo o médico, as principais descobertas da pesquisa foram que o risco aumentava com a duração do uso. Mesmo formulações de baixa dosagem apresentavam esse risco. “No entanto, o estudo também teve limitações. Ele não considerou fatores como o histórico familiar de câncer de mama, o estilo de vida das participantes e a possível influência de outros métodos contraceptivos que poderiam ter sido usados anteriormente”, alerta.
Além disso, Mohamad Barakat se preocupa com os efeitos do anticoncepcional para o fígado, órgão responsável por metabolizar os hormônios sintéticos presentes na pílula. “Isso pode sobrecarregá-lo, levando à inflamação, estresse oxidativo e, em casos graves, a doenças hepáticas”, afirma.
O expert pondera ainda a respeito de um estudo de 2023, publicado no Journal of Hepatology, que revelou que o uso prolongado de contraceptivos orais estava associado a um risco aumentado de doenças hepáticas, incluindo esteatose hepática não alcoólica (NAFLD).
“Os pesquisadores sugerem que a exposição crônica aos hormônios sintéticos pode alterar o metabolismo lipídico no fígado, elevando a acumulação de gordura e o risco de inflamação hepática”, ressalta o médico.
Como identificar os malefícios da pílula anticoncepcional?
O ideal para entender os riscos dos métodos contraceptivos hormonais é agendar uma consulta com um médico de confiança.
O profissional conseguirá fazer uma análise personalizada e indicar a melhor maneira de cada uma evitar a gravidez com base no estilo de vida, preferências pessoais e saúde geral da paciente.
Alternativas contraceptivas
Por conta dos riscos do uso da pílula, muitas mulheres têm buscado alternativas mais naturais, como DIU (dispositivo intrauterino), preservativos e outros. “São alternativas consideradas melhores por não envolverem hormônios sintéticos, o que evita os efeitos colaterais associados à pílula anticoncepcional”, destaca Mohamad Barakat.
“Preservativos e diafragmas, por exemplo, são métodos de barreira que não interferem nos hormônios naturais do corpo. O DIU de cobre é um dispositivo intrauterino que impede a fertilização sem liberar hormônios. A tabelinha (método billings) envolve o monitoramento dos ciclos menstruais para evitar a gravidez”, exemplifica.
Apesar disso, o especialista afirma que métodos mais naturais exigem responsabilidade e maturidade e consciência corporal. Por demandar mais comprometimento, Barakat não vilaniza o uso de DIU hormonal ou pílula por um período, mas não indica esses métodos a longo prazo.
Como prega a medicina integrativa, ele também considera fundamental adotar um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, exercício físico regular e manejo do estresse, para apoiar a saúde reprodutiva.
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