Peeling de fenol: veja riscos do procedimento e opções alternativas
Dermatologista explica riscos do peeling de fenol, procedimento estético que causou a morte de empresário na última segunda-feira (3/6)
atualizado
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A morte do empresário Henrique Chagas, de 27 anos, após se submeter a um peeling de fenol, lançou uma série de dúvidas sobre a segurança desse tipo de procedimento. A intervenção estética foi feita no Studio Natalia Becker, em São Paulo, e custou R$ 4.300. A influencer que dá o nome à clínica é investigada pela polícia por conta do ocorrido.
De acordo com a dermatologista Juliana Toma, o procedimento consiste na aplicação de ácido sobre a cútis do rosto. Embora não seja novo, esse tipo de peeling foi deixado de lado pelos profissionais da área por conta do alto risco e da difícil recuperação.
“O peeling de fenol é classificado com um peeling profundo, destruindo a epiderme e a derme”, explica Juliana. “Ele causa uma desnaturação das proteínas da pele, uma verdadeira ‘queimadura’, que por sua vez leva a uma inflamação e uma descamação intensa das camadas mais profundas da pele”, salienta.
Há, então, uma descamação que promove uma renovação profunda da pele, deixando-a com aparência jovem e sem marcas de acne, por exemplo.
Cuidados
Segundo Juliana Toma, o peeling de fenol pode provocar elevação da pressão arterial e arritmias, por isso, é necessário fazer exames prévios antes do procedimento, que deve ser feito por um médico, e não em clínicas de estética.
Além de não ser indicado para pessoas com problemas cardiovasculares, o tratamento também não deve ser feito por pessoas com processo infeccioso ativo, gestantes ou lactantes. A dermatologista também alerta que pessoas com tons de peles mais escura precisam ter um cuidado ainda maior, pois há risco de descoloração ou do surgimento de manchas.
Há riscos?
Quando mal executado, o procedimento pode ocasionar feridas, cicatrizes, quelóides, manchas escuras, ausência de pigmentação e infecções bacterianas e virais. “O processo de recuperação é longo e intenso, de no mínimo 30 dias, durante os quais a pele fica muito vermelha e inchada. Além disso, o risco de infecção é bastante elevado, o que exige cuidados especiais”, ressalta a especialista.
Em alguns casos, é necessário tomar analgésicos e anti-inflamatórios após o tratamento. Por ser um procedimento invasivo e perigoso, deve-se procurar médicos que façam exames preventivos e forneçam um conjunto personalizado de tratamentos, como cremes cicatrizantes, antioxidantes e protetores solares específicos.
Procedimentos alternativos
Como o peeling de fenol é extremamente perigoso e agressivo, alguns dermatologistas optam por procedimentos com resultados igualmente satisfatórios, mas com menor tempo de recuperação e sem tantos efeitos colaterais.
“Peelings mais suaves e outros tratamentos, como laser, radiofrequência, microagulhamento, preenchimento com ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno injetáveis e fios de PDO, têm se mostrado eficazes no estímulo do colágeno e melhoria da textura da pele”, indica Juliana.
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