Pedro Motta expõe suas obras sobre ipês na Galeria Casa Albuquerque
O artista e fotógrafo mineiro veio a Brasília para apresentar a série de obras Ipês. A coluna conversou com o autor
atualizado
Compartilhar notícia
Quando o clima seco assola determinada região, enquanto algumas vegetações sofrem com a desidratação, outras afloram. Uma delas são os ipês, árvores de grande porte que gostam de calor e sol quente. Suas flores ganham vida entre junho e novembro e, ao decorrer de uma semana, caem e cobrem o solo com suas cores vivas.
O ciclo de vida dessas árvores é uma obra de arte por si só. Não à toa, elas inspiram centenas de projetos e de obras. O artista plástico e fotógrafo mineiro Pedro Motta, por exemplo, não deixou esse deslumbrante show passar despercebido e criou uma série de obras nomeada Ipê. O trabalho está exposto na Galeria Casa Albuquerque, no Lago Sul.
De acordo com Motta, a exposição é fruto de uma pesquisa que ele desenvolve desde 2012, batizada de Espaço Confinado, muito semelhante à série apresentada. “Eu fotografava determinadas árvores e recolhia o material (as terras) de um outro sítio, e compunha dentro de um quadro um terceiro elemento, que seria um objeto ou uma foto-escultura. Esse trabalho dos ipês vem dessa pesquisa e desenvolvimento”, afirma o autor das obras.
“O ipê é a árvore da resistência, pois sua aflorada é na pior época do ano, a mais fria e seca. Acompanhado de um inverno rigoroso, ele vem com essa explosão”
Pedro Motta, artista plástico e fotógrafo
Assim como acontece em Brasília, essa vegetação embeleza a paisagem de Minas Gerais, estado natal do artista. Pedro Motta destaca, ainda, a forte presença das árvores na região do Campo das Vertentes, que totaliza 36 municípios mineiros.
Embora a série Ipês siga a mesma linha que a do trabalho Espaço Confinado, o fotógrafo admite que há algumas diferenças. Enquanto o mais antigo projeto tem uma característica mais melancólica, o atual recebeu uma carga de sobrevida. As terras avermelhadas exibidas nas obras vão de encontro com as folhas de ouro idealizadas pelo autor. Ao total, são 43 peças expostas.
Tendo em vista o surpreendente trabalho de Motta e sua relação com a flora da capital federal, a Galeria Casa Albuquerque abriu suas portas, no Lago Sul, para receber a mostra. O público poderá conferir os feitos do autor a partir desta quinta-feira (23/9), com visitação entre 15h e 19h.
Para Lúcio Albuquerque, sócio da galeria, a exposição é uma homenagem à cidade. “Há dois anos, desde que eu venho a Brasília semanalmente, sinto que as pessoas valorizam e gostam do ipê. E essa já é uma temática que o Pedro explorava. Nada mais natural que trazermos o trabalho dele para cá. Ele é um artista e fotógrafo jovem e com várias premiações. Isso foi uma grata coincidência”, declara o galerista.
A Coluna Claudia Meireles conferiu a exibição de Pedro Motta em primeira mão, na última quarta-feira (22/9), e mostra os cliques:
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.