Pedro Gandra compartilha detalhes da exposição Pintura Como Cor
A exposição Pintura Como Cor: Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Anil Violeta está aberta ao público no deCurators, na 412 Norte
atualizado
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A capital federal exala arte. Um dos nomes que contribui com o processo de firmar Brasília como um polo artístico é Pedro Gandra, um dos artistas e curadores da exposição Pintura Como Cor: Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Anil Violeta. Fazendo uma viagem pelo passado e presente, a mostra coletiva está aberta ao público até 16 de junho no espaço deCurators, localizado na 412 Norte. Constam pinturas produzidas na década de 1960 até o ano vigente.
Uma das paixões da Coluna Claudia Meireles é o universo da arte. Ao tomar conhecimento do projeto Pintura Como Cor, que conta com curadoria de Pedro Gandra e do nome à frente do deCurators, Gisel Carriconde Azevedo, vale mergulhar no processo de desenvolvimento, descrito minuciosamente pelo artista em entrevista. Do total de quatro exposições da iniciativa Ciclo de Pintura, essa é a terceira mostra.
À coluna, o carioca, radicado brasiliense, compartilha que a exposição reúne 13 pinturas, produzidas entre 1960 e 2024, por artistas de diversas gerações que se dedicam à pesquisa e têm Brasília como “morada, ou por aqui passaram e foram pela cidade movidos de forma significativa”.
A mostra integra trabalhos de David Almeida, Daiara Tukano, João Trevisan, Glênio Bianchetti, Gustavo Silvamaral, Pamela Araújo, Silvie Eidan, Ralph Gehre e dos dois curadores.
“Artistas primeiro”
Para contar como surgiu a mostra Pintura Como Cor, Pedro Gandra voltou um pouco ao túnel do tempo e destacou que o projeto se tornou um capítulo da amizade dele com Gisel: “Ela me convidou para pensarmos uma exposição de pintura para o deCurators onde atuaríamos, em princípio, somente como curadores. Logo nas primeiras conversas nos demos conta que os objetos temáticos que estávamos querendo investigar eram muitos para caber apenas em uma mostra coletiva.”
“O que seria uma exposição, virou quatro. Assim, conseguiríamos verticalizar ainda mais a pesquisa, e melhor dividi-la com o cenário”, prosseguiu o carioca, radicado brasiliense. Gandra e Gisel iriam seguir só como curadores, entretanto os dois perceberam um anseio em comum: “Somos artistas primeiro”.
Não faria sentido estarmos somente como curadores, haveria uma distância. Nossa troca com os artistas que figuram no projeto se dá em um registro de estabelecer pontes e questionamentos que afligem e mobilizam todos os envolvidos de maneira horizontal
Pedro Gandra
Ciclo de Pintura
Sobre o processo de desenvolvimento das exposições, em especial da Pintura Como Cor, o artista salientou que ele e Gisel criaram um “senso coletivo das questões” a serem tratadas nas mostras.
Juntos, também organizaram os “pensamentos e universos poéticos”, agrupando em blocos temáticos e articulando um raciocínio que se mostre mais evidente poeticamente enquanto uma exposição e uma pesquisa.
A escolha dos artistas se deu de modo “absolutamente natural”, detalha Gandra. “Serão mais de 40 ao final da iniciativa.
Todos já estão desde o início envolvidos, porque acompanhamos a produção há um tempo, ou alguns que gostaríamos de conhecer melhor e podem muito contribuir por meio de suas investigações com os temas que organizam o projeto”. Ele se refere ao Ciclo de Pintura em que a exposição Pintura Como Cor é a terceira etapa.
O Ciclo de Pintura engloba obras de saudosos pintores, a exemplo de Athos Bulcão, que esteve na primeira mostra, e de Glênio Bianchetti, com pinturas presentes no módulo Pintura Como Cor. “Há também artistas muito jovens com menos de uma década de produção. Não nos interessa somente pontes históricas da produção dos artistas, e sim a compreensão de que a história é também aquela que se conta e escreve no aqui, agora. E não linear, poética e afetiva”, ressalta.
Cor
A respeito da denominação dada à exposição, Gandra recorda que ele e Gisel queriam que a palavra cor estivesse na alcunha da mostra. “Os nomes são detonadores poéticos fundamentais das exposições. Eles nos dão uma orientação do que aquela mostra ambiciona em ser de alguma maneira. Das três que chegaram ao público, o nome até precedeu certas escolhas”, partilha o artista à coluna.
Radicado brasiliense, o carioca avalia a mostra Pintura Como Cor como um projeto de residência artística do deCurators em que ele e Gisel assumem o papel de “dois residentes” pesquisando pintura e expografia. “O que se apresenta ao público em forma de exposições temáticas são os frutos dos interesses que estão sendo verticalizados na residência”, garante.
Livro
Segundo Pedro Gandra, a iniciativa O Ciclo de Pintura como um todo resultará em um livro, ainda sem previsão de lançamento.
“Temos feito entrevistas preciosas com todos os artistas e, em sua ausência física, com pessoas que possam articular sobre suas obras. Esse material se tornou muito significativo para contribuir com quem quiser no futuro pesquisar a respeito da pintura produzida e pensada em Brasília em determinado período”, revela.
“Seria até egoísta da parte da pesquisa não dividir a generosidade luminosa dos artistas e dos vários colaboradores envolvidos, que vão de colecionadores, galeristas, gestores de espaços públicos, passando por outros curadores de artes visuais e pesquisadores de áreas diversas, como filosofia, psicanálise, literatura, som, entre outros”, finaliza Gandra. Para ele, uma exposição vem a ser “uma espécie de fotografia”.
A mostra Pintura Como Cor: Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Anil Violeta fica aberta ao público até 16 de junho no espaço deCurators.
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