Paulinho da Viola canta e mostra samba no pé em show memorável no DF
Apelidado de Príncipe do Samba, Paulinho da Viola entoou grandes sucessos da carreira e prestou homenagens para ícones, como Dona Ivone Lara
atualizado
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Onze dias após ter completado 82 anos — no último dia 12 —, Paulinho da Viola subiu ao palco do lotado Ulysses Centro de Convenções, na noite desse sábado (23/11), para apresentar em solo brasiliense a turnê Quando o Samba Chama. Apelidado de Príncipe do Samba, o artista consagrado cantou grandes sucessos da carreira e aproveitou para mostrar que tem muito samba no pé. O show integra o Festival Estilo Brasil, uma realização do Metrópoles Music.
Entre o público presente no espetáculo, estavam o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques; a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; e a deputada federal Roseana Sarney (MDB-MA), além da desembargadora Candice Jobim. Para a felicidade da plateia ansiosa pelo início do show, Paulinho abriu a apresentação com “Acende uma chama. É o som de um samba”, trecho de Nas Ondas da Noite, canção gravada por ele em 1971.
De cavaquinho em punho, o compositor recebeu os aplausos dos admiradores ao término da primeira música e fez uma reverência como agradecimento. Depois de entoar Filosofia do Samba, Paulinho da Viola disse “boa noite” e já proferiu os versos iniciais da música Argumento, sucesso de 1975. Em alto e bom som, o público acompanhou: “Tá legal. Eu aceito o argumento. Mas não me altere o samba tanto assim”.
Entre uma música e outra, os fãs do Príncipe do Samba bradavam: “Obrigada, Paulinho”. “Eu te amo, Paulinho”. “Viva, Paulinho”. As declarações foram ouvidas pelo artista, que agradecia o carinho com um largo sorriso no rosto. Em tom descontraído, o cantor revelou: “Acho que vocês nunca viram uma palheta voar, a minha voou”. Na sequência, foi a vez de embalar a plateia com a sequência Dança da Solidão, Novos Rumos e Pra Jogar no Oceano.
No palco, Paulinho esteve acompanhado de dois filhos, o violinista João Rabello e da cantora Beatriz Rabello. Ela impressionou com os vocais em Na Linha do Mar. “Eu entro neste momento do show para homenagear todas as mulheres, em especial todas as mulheres sambistas”, destacou. Pai e filha prestaram tributo à “eterna” Grande Rainha do Samba, Dona Ivone Lara, com o dueto de Enredo do Meu Samba.
“Dona Ivone Lara, que me conheceu pequeninho, trabalhou com minha mãe no hospital de Engenho de Dentro, ao lado da doutora Nísia da Silveira. Minha mãe fazia plantão 24h por 48h e, às vezes, levava a gente. Uma vez a dona Ivone me disse que me viu pequenininho”, rememorou o músico. Ele contou, ainda, do convite feito para a artista participar da canção Não É Assim Que Se Faz: “Eu achava que ela poderia se interessar em fazer alguma parte do samba, mas fez uma coisa melhor, ela começou a fazer uns contracantos”.
Depois de homenagear Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola continuou a série de tributos a grandes ícones do samba que foram “importantes no trabalho e na vida”. Cartola, Zé Keti, Monarco, Carlos Cachaça e Candeia estiveram entre os nomes citados por ele. O artista aproveitou para mencionar sobre a escola de samba do coração, a Portela, e até confessou ter visitado “muitas vezes” a Mangueira na companhia de Cartola após o período do Carnaval.
“Outra pessoa que foi importante para mim, muito mesmo, quando eu era mais jovem e queria saber as coisas do samba. Ele me ajudou. Na época, ele fazia sambas de bastante sucesso. Muita gente não sabe que o Zé Keti fez muitos sambas para a nossa escola. Quando eu cheguei na Portela, ele tinha feito inúmeros sambas”, compartilhou Paulinho da Viola.
Quando Paulinho proferiu os versos “Dinheiro na mão é vendaval. É vendaval”, da música Pecado Capital, a plateia cantou em coro com o artista. O mesmo aconteceu com os hinos Coração Leviano e Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, considerado o primeiro grande sucesso da carreira do sambista, gravado em 1969. A emoção tomou conta do público, que aplaudiu de pé a interpretação.
O cantor deixou o palco do Ulysses Centro de Convenções, mas voltou para o bis a pedido da plateia. Com uma atmosfera mais boêmia, o artista esteve a bordo de um blazer branco e a filha Beatriz Rabello trouxe o chapéu para coroar o Príncipe do Samba.
Em uma contagiante apresentação de No Pagode do Vavá e Miudinho, os fãs cantaram e dançaram, mas quem mostrou ter samba no pé foi Paulinho da Viola, aos 82 anos. O momento rendeu aplausos dos presentes. “Obrigada pelo carinho e gentileza, Brasília”, finalizou.
Festival Estilo Brasil
Com realização do Metrópoles e produção da Oh! Artes, o Festival Estilo Brasil movimentará a capital federal até 14 de dezembro, com os shows de Stacey Kent e Danilo Caymmi cantando Tom Jobim; Poesia Acústica e Xamã; Silva; e Ivan Lins. Já subiram ao palco do evento Chico César e Geraldo Azevedo, além de Ana Carolina e, nesse sábado (23/11), Paulinho da Viola.
O festival reuniu artistas que representam os melhores ritmos nacionais, como MPB, samba, rap, bossa nova e jazz.
Em entrevista à coluna Claudia Meireles, a publicitária Tatiana Bicca, e o engenheiro Fernando Vianna, descreveram o show de Paulinho da Viola como excelente. “Nós nos divertimos e dançamos muito”, pontuaram. Já a professora Stela Pereira e o estatístico Fabio Souza ficaram impressionados com a vitalidade do artista. “Ele sambando no final, aos 82 anos, foi incrível”, ressaltaram.
A contadora Regina Lopes de Assis é de Belo Horizonte aproveitou a vinda a Brasília para conferir a apresentação. “O Paulinho da Viola é ímpar. Não tem como ficar sem assistir.”
Confira os highlights da noite no vídeo abaixo:
Confira os cliques do show de Paulinho da Viola pelo olhar da fotógrafa Nina Quintana:
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