Passa muito tempo em frente às telas? Aprenda como cuidar da visão
À coluna, a oftalmologista Clarice Lagares ensina truques para evitar os malefícios da exposição prolongada de telas à saúde dos olhos
atualizado
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Ficar muito tempo em frente às telas — do computador, do celular ou da televisão — é um hábito muito comum atualmente. Embora os especialistas alertem para os perigos dessa prática, infelizmente, diminuir essa frequência não é uma tarefa muito fácil.
O uso prolongado de telas pode resultar em fadiga ocular, irritação, visão turva, dores de cabeça e até em aumento da síndrome do olho seco. Quem afirma isso é a oftalmologista Clarice Lagares. Segundo a médica, a exposição à luz azul emitida pelas telas ainda pode prejudicar a qualidade do sono.
“Além da percepção de ressecamento, com desconforto, o olho pode apresentar sinais de vermelhidão, sintomas inflamatórios e sensibilidade à luz”, comenta.
De acordo com a profissional, uma pessoa que fica em frente às telas digitais diminui a frequência de piscar e a amplitude desse movimento. “Estudos mostram que a taxa de piscadas cai de 18 vezes por minuto para três por minuto com o uso de computador”, diz Clarice.
A especialista acrescenta que, com o olho aberto por mais tempo, a lágrima quebra, evapora e expõe a superfície ocular, causando um aumento da osmolaridade, de citocinas e mediadores inflamatórios. “Isso resulta em uma alteração na córnea e na conjuntiva”, adverte.
Fico muito tempo de frente para o computador. Como prosseguir?
Aos que trabalham o dia inteiro com telas, a oftalmologista dá um conselho: “Dê atenção à ergometria. A abertura palpebral de quem está olhando para cima é maior. Já quem está olhando para o meio ou para baixo, é menor”.
Outra recomendação da médica é umedecer o ambiente para diminuir o ressecamento, principalmente em locais com ar-condicionado. “A própria pessoa se hidratar contribui para o aumento de produção de lágrimas”, continua.
Clarice Lagares compartilha mais um truque: a regra 20 + 20 + 20. Trata-se de fazer um intervalo de 20 segundos a cada 20 minutos de tela e aproveitar para olhar à distância de pelo menos 20 pés (6 metros). “Nesse intervalo, o ideal é piscar várias vezes e, se possível, aplicar uma gota de colírio lubrificante”, indica.
“Os melhores lubrificantes são os com hialuronato de sódio e carmelose em sua composição. A carmelose é excelente lubrificante com propriedade parecida à da mucina (o que facilita a aderência do lubrificante e da lágrima na superfície ocular). O hialuronato tem uma propriedade viscoelástica e alta capacidade de retenção de água”, expõe.
Outra dica é ajustar o brilho e o contraste da tela, regulando, também, a distância apropriada entre olhos e o painel do computador (cerca de 50 a 70 cm), por exemplo.
Por fim, a profissional faz mais duas sugestões: adquirir óculos que tenham lentes com filtro de luz azul e, é claro, realizar exames oftalmológicos regulares para monitorar qualquer problema ocular relacionado ao uso prolongado de telas e/ou ajustar o grau dos óculos conforme necessário.
Todas as faixas etárias
Conforme a especialista pontua, a exposição prolongada de telas pode afetar diferentes faixas etárias de maneiras distintas. “Crianças pequenas estão mais propensas a desenvolverem miopia devido ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos”, fala.
Já os jovens adultos podem experimentar sintomas de fadiga ocular e ressecamento, segundo a profissional.
Por outro lado, idosos podem enfrentar dificuldades devido à redução natural da capacidade visual, que é exacerbada pelo uso constante desses itens.
Erros comuns
Questionada sobre os principais erros que os indivíduos costumam cometer no dia a dia no que diz respeito à saúde ocular, Clarice responde: “Coçar os olhos, não medir a pressão intraocular com frequência, não usar óculos escuros com raios UV e aplicar colírios ditos ‘maquiadores’ que contém substâncias vasoconstritores e dão a falsa sensação de olho branquinho.”
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