Ao longo de décadas, as mulheres tiveram vários direitos conquistados no Brasil, como votar, em 1932, e trabalhar sem precisar de autorização do marido, em 1962. Porém, mesmo diante desses avanços, a sociedade ainda impõe limitações quanto ao espaço que elas podem e devem ocupar.

Diante do desejo de mudar a realidade em que vivem, enfrentam qualquer obstáculo, cavam suas próprias trilhas, carregam famílias e comunidades, muitas vezes sozinhas. O livro Uma Sobe e Puxa a Outra: Histórias Reais para Impulsionar Mais Mulheres reúne histórias de 44 coautoras que prometem incentivar e inspirar outras vidas.

Em conversa com a Coluna Claudia Meireles, a jornalista Christiane Pelajo, uma das coordenadoras da obra, explica que cada autora escolheu a abordagem que gostaria de servir de inspiração. Entre histórias pessoais e profissionais, a comunicadora garante que os leitores serão tocados de forma única.

“Eu garanto que eles não sairão os mesmos depois de ler os nossos capítulos! Queremos que as pessoas se inspirem a lutar por um mundo mais justo depois de conhecer as nossas histórias. Se conseguirmos mudar a vida de um único leitor que seja, já teremos atingido o nosso objetivo”, declara Pelajo.

A ideia do exemplar nasceu a partir de um grupo de networking chamado Uma Sobe e Puxa a Outra. Criado há oito meses e formado por 256 participantes de diferentes áreas de atuação, idades, origens e etnias, ele é focado na troca de experiências, apoio mútuo e generosidade.

Cada parágrafo traz lágrimas, gargalhadas, sonhos frustrados e realizados de mulheres que incentivam outras em diversos setores com o objetivo de puxar, dar voz e aumentar oportunidades diante de tanta competitividade e desigualdade de gênero.

“Acredito na força do coletivo e da colaboração para incentivar a inclusão a fim de chegarmos a um mundo mais igualitário em todos os sentidos, aspectos e segmentos”, avalia. “O livro é mais uma prova disso: apenas um mês depois da ideia, ele foi publicado. Isso só foi possível porque tínhamos um grupo unido de coordenadoras, autoras, editores, colaboradores e apoiadores” frisa Pelajo à coluna.

Além da jornalista, Dea Mendonça, Flávia Lippi, Luciana Herrmann Pierri e Natasha de Caiado Castro fizeram parte da coordenação do exemplar.

O lançamento ocorreu no dia 28 de março e em duas horas todo o estoque se esgotou. Em Brasília, a divulgação acontecerá nesta terça-feira (11/4), às 19h, na livraria Travessa, no Casapark. Recife, Rio de Janeiro, Vitória, Nova York e Califórnia serão os próximos destinos.

Abrindo o coração

Sucesso em frente às câmeras, Christiane Pelajo conquistou prestígio entre os brasileiros quando o assunto é jornalismo. Em 2016, quem a via comandar com maestria jornais da Globo nem imaginava que ela estava enfrentando um tumor no rim. Foi coordenando o livro que ela decidiu abrir o coração no capítulo Eu sobrevivi a um câncer.

“Resolvi falar para ajudar outras pessoas que passam ou passarão por isso. Na época, não dividi a doença com ninguém, a não ser algumas pessoas da minha família, porque não estava preparada para que me olhassem com pena, com dó. Depois de muito refletir, cheguei à conclusão de que eu poderia ter ajudado outras pessoas se tivesse me exposto naquele momento. Foi muito doloroso ‘viver’ tudo de novo ao escrever, mas foi libertador”, relembra.

 

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