Pai de primeira viagem: como se preparar para a chegada do seu filho
A coluna conversou com duas profissionais da saúde para garantir que os pais de primeira viagem tenham aproveitem ao máximo o Dia dos Pais
atualizado
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Neste domingo (11/8), é celebrado o Dia dos Pais. A data prestigia a dedicação dos papais que, no imaginário dos pequenos, vestem capas de super-heróis para tornar a vida dos filhos cheia de possibilidades. Mesmo com toda a beleza da paternidade, a missão não é fácil, principalmente para os pais de primeira viagem, que precisam não só encarar a novidade, como se preparar para as mudanças que vem por aí.
Para os homens que acabaram de receber a notícia, ou que estão segurando seu bebê pela primeira vez, a coluna Claudia Meireles conversou com duas profissionais da saúde a fim de oferecer dicas valiosas para tornar a paternidade menos desafiadora.
Sentimentos e experiências
Antes da chegada dos pequenos ao lar, muitas das responsabilidades dos pais ficam limitadas a tornar o ambiente seguro e garantir os preparativos para a nova fase. Inclusive, há um senso comum de que os homens só se “tornam” pais após o primeiro contato com a criança.
Para a ginecologista e obstetra Marcelle Domingues Thimoti, a criação desse vínculo é individual e pode acontecer de diferentes maneiras. “A máxima de que a paternidade só começa depois do nascimento não configura como uma realidade indiscutível. A conexão pode e deve começar a se desenvolver ainda durante a gestação ou no decorrer do processo de adoção”, conta.
Criação de vínculo entre pai e filho
Quando se trata das consultas com pais de primeira viagem, Marcelle entende que parte do trabalho é tornar o ambiente clínico acolhedor, fazendo com que eles se sintam à vontade para expor suas opiniões e medos acerca da gestação.
“Sempre aconselho que eles estejam presentes e observem cada fase, estando atentos e entusiasmados em cada movimentação do bebê, observando até mesmo a aceleração dos batimentos cardíacos quando conversam com os nenéns na barriga”, explica.
Para a psicóloga Leninha Wagner, além de se fazer presente, é importante que os pais adotem alguma práticas para minimizar a ansiedade que naturalmente surge com a chegada de um filho.
“É importante que os pais se engajem em participar das consultas pré-natais, se envolvam em grupos de apoio, garantam informações e criem uma rede de suporte para lidar com os sentimentos. Vale lembrar que a nova realidade pode reativar antigas questões internas, e é importante ter apoio para resolver conflitos emocionais mais profundos que florescem ao assumir o novo papel”, reflete a psicóloga.
Principais desafios
Além da ansiedade para conhecer o rostinho do novo membro da família, Marcelle Domingues também chama atenção para o mix de sentimentos que os processos da gestação ou adoção acontecem.
“Os sentimentos mais comuns incluem surpresa, alegria, medo e a sensação de insegurança. Quando se trata do acompanhamento de uma gestação, os pais podem, inclusive, ter sentimentos intensificados à medida que testemunham as mudanças físicas e emocionais que as parceiras enfrentam”, revela Marcelle.
Segundo a obstetra, o dia da chegada dos bebês também não é diferente. “Nessa hora, é possível que a emoção fique ainda mais acentuada, dando uma sensação de profunda responsabilidade e, muitas vezes, um grande medo do desconhecido”, explica.
Redefinição dos papéis
A notícia da paternidade muda tudo de lugar, transformando até a noção sobre quem é, e o que pode vir a ser. Para a psicóloga Leninha Wagner, a redefinição dos novos papéis e a pressão social pode agravar o sentimento de estresse.
“É essencial que os companheiros se apoiem emocionalmente, mas também reservem tempo para cuidar de si mesmos, mantendo um equilíbrio saudável entre oferecer suporte e garantir seu próprio bem-estar”, alerta.
Pensando em estratégias para evitar a sobrecarga dos pares, a ginecologista e obstetra Marcelle Domingues Thimoti sugere que o casal compartilhe as responsabilidades de maneira equilibrada. “Isso inclui participar das tarefas diárias, ajudar nas compras e no preparo das refeições, e também nas responsabilidades relacionadas ao cuidado da criança”, comenta.
Nas relações heteronormativas, a obstetra reflete sobre a importância de que a carga emocional não recaia apenas sobre a mulher. “É crucial que os pais estejam atentos às necessidades emocionais de suas companheiras, oferecendo apoio e encorajando momentos de descanso. Comunicar-se abertamente sobre as expectativas e dividir as tarefas de forma justa promove um ambiente familiar saudável e cooperativo”, adverte Marcelle.
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