Otorrino cita os perigos de usar o cotonete e ensina a limpar o ouvido
Embora pareça inofensivo, o uso de cotonete é um perigo para o ouvido! A coluna conversou com a otorrinolaringologista Nathália Campos
atualizado
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Quando o seu ouvido começa a coçar, você costuma usar cotonete para aliviar o incômodo? Com as hastes em mãos, é comum ver indivíduos colocando-as no canal auditivo, em seguida, girando até o desconforto passar. Embora pareça inofensivo, esse hábito é um perigo para a região. Utilizar objetos de higiene pessoal com essa finalidade pode até perfurar o tímpano.
A Coluna Claudia Meireles conversou com a médica Nathália Campos, da clínica Otorrino DF, na Asa Norte. Para quem compra e usa frequentemente os cotonetes, a otorrinolaringologista alerta sobre o método ser um tanto quanto prejudicial para a região. De acordo com a médica, as hastes têm utilidade na limpeza do pavilhão auricular, porção externa da orelha, ou seja, “não deve ser introduzido dentro do canal auditivo”.
Como limpar?
Segundo Nathália, os otorrinolaringologistas não recomendam o uso de cotonete para limpar os ouvidos. “A forma correta é por meio da higiene externa, sem inserir objetos no canal auditivo”, instrui. Para fazer a limpeza da região, a especialista sugere utilizar um pano macio ou toalha. O objetivo é passar delicadamente a espécie de tecido na área externa, de preferência após o banho.
A expert explica por que usar os bastões de maneira incorreta pode ser prejudicial ao sistema auditivo: “Ao inserir um cotonete muito profundamente no canal auditivo, o indivíduo corre o risco de empurrar a cera ainda mais para dentro, causar lesões na orelha ou até mesmo perfurar o tímpano”. Nathália destaca que algumas práticas comuns devem ser evitadas a fim de preservar a saúde auditiva.
Atenção!
Abaixo, a otorrinolaringologista elenca três medidas perigosas para o ouvido:
1. Inserir cotonetes, grampos, chaves e outros objetos pontiagudos no canal auditivo;
2. Exposição prolongada a ruídos muito altos sem proteção auditiva adequada. “Isso pode causar danos irreversíveis à audição”, reitera a médica.
3. Introduzir azeite ou óleo quente, algodão com Vick VapoRub e cone chinês.
“Essas práticas são muito perigosas, pois podem causar perfurações no tímpano, otites, queimaduras e lesões no canal auditivo”, salienta Nathália Campos.
Acúmulo de cera?
Conforme elucida a especialista, a frequência de limpeza da região varia de pessoa para pessoa. De fato, como se ouve na infância, a cera produzida pelo ouvido tem como função proteger o canal auditivo. Em casos de acúmulo exagerado da secreção que gere desconforto ou afete o ato de escutar, Nathália orienta procurar um otorrinolaringologista para avaliar. Se necessário, o profissional fará a remoção do material adequadamente.
“Lavar o ouvido com um otorrinolaringologista é recomendado em situações como acúmulo excessivo de cera que causem obstrução do canal auditivo e/ou remoção de alguns corpos estranhos”, esclarece a médica.
Inseto no ouvido?
Como citou “corpos estranhos” dentro do ouvido, a expert abriu espaço para o tópico: “Como proceder quando entra um bicho ou algo na região?”. Primeiramente, ela aconselha a não tentar remover por conta própria, especialmente se tratar de um objeto pontiagudo ou um inseto vivo. “Buscar tirar de forma inapropriada tende a ocasionar danos à orelha ou empurrar ainda mais o objeto para o interior”, garante.
Nathália indica procurar um otorrinolaringologista “o mais rápido possível”. “Assim, o especialista poderá remover o objeto de forma segura”, defende. Nas situações em que um inseto entrar no ouvido, a médica deixa como dica: “Coloque uma pequena quantidade de óleo mineral no conduto auditivo”. O produto ajudará a mobilizar o bichinho e diminuirá o desconforto até ser atendido por um profissional especializado.
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