Os desafios do rei Charles um ano após a morte da rainha Elizabeth
Elizabeth II faleceu em 8 de setembro de 2022. O rei Charles III foi empossado oficialmente em maio deste ano
atualizado
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Um ano se passou desde o falecimento da rainha Elizabeth II, que reinou por mais de seis décadas. Após a partida da monarca, o príncipe de Gales, Charles, assumiu o trono britânico como rei Charles III, enfrentando uma série de desafios que vão além da simples sucessão real.
O novo monarca herda uma nação em constante evolução, enfrentando questões cruciais em áreas como política, sociedade e meio ambiente. A ascensão de Charles ao trono representa uma transição significativa para a realeza britânica. Com 74 anos, ele é o monarca mais velho a assumir o trono no Reino Unido.
Ao longo da sua vida, Charles dedicou-se a várias causas, incluindo o meio ambiente e a caridade. Sua visão de uma monarquia moderna e sua defesa de questões ambientais, como a mudança climática, levantam questões sobre como ele pode moldar a instituição da realeza.
Desde a década de 1970, Charles se posiciona sobre questões ambientais. Em abril de 2022, por exemplo, ele assinou um artigo sobre mudanças climáticas para a revista Newsweek com o título “Nossas crianças estão nos julgando”.
Uma das primeiras atribuições que o novo rei executou foi o discurso no Natal de 2022, que tradicionalmente era feito pela rainha há 70 anos. Outra mudança significativa é a nova tiragem de notas com o rosto do novo rei. O Banco da Inglaterra anunciou que as novas notas devem entrar em circulação até metade de 2024.
Coroação
O novo monarca do Reino Unido foi coroado em maio deste ano, oito meses após a morte da mãe, e passou a ser oficialmente rei de 15 países, enquanto sua esposa, Camilla Parker, se tornou rainha consorte. A solenidade aconteceu na Abadia de Westminster, em Londres. Durante duas horas, 2.200 convidados acompanharam os ritos milenares da investidura britânica.
Também aconteceu um desfile militar, o maior do país em 70 anos. Cerca de 4 mil pessoas marcharam em homenagem ao rei, incluindo membros da família real britânica.
Crise na família
A crise na família real já acontecia antes mesmo da rainha Elizabeth falecer. O abandono de Harry e Meghan Markle das funções reais, em janeiro de 2020, marcaram o início dos problemas familiares da realeza, que pioraram em 2021, quando o casal concedeu uma entrevista reveladora para a apresentadora Oprah Winfrey.
Em junho de 2022, no Jubileu de Platina, evento que celebrou os 70 anos de reinado da falecida rainha Elizabeth II, os duques de Sussex não foram convidados para a varanda do Palácio de Buckingham com o resto da família real.
Além dos problemas enfrentados com o filho caçula, Charles também precisou lidar com uma suposta relação extraconjugal do príncipe William, casado com Kate Middleton, no primeiro ano de seu reinado. O príncipe de Gales foi acusado de ter um caso com a modelo Rose Hanbury, que inclusive compareceu a coroação de Charles.
O monarca também iniciou um corte de, ao menos, 20% dos funcionários que trabalham no staff do palácio. A onda de demissão faz parte do projeto do rei de modernizar e deixar a realeza mais enxuta. Os maiores cortes passam pelos castelos de Windsor, atualmente a residência oficial do príncipe e princesa de Gales, William e Kate.
Outro grande desafio de Charles III é sua relação com o príncipe Harry, que perdeu o título de Sua Alteza Real. O monarca ainda não aceitou as críticas que o duque de Sussex fez a Camilla Parker, e não encontra o filho há meses. Segundo Segundo Paul Burrell, confidente da princesa Diana, uma reaproximação entre os dois ainda irá demorar.
Críticas
Nos últimos anos, a monarquia passou por altos e baixos em termos de popularidade. Enquanto muitos britânicos continuam a apoiar a instituição, há aqueles que questionam o valor da monarquia.
Já na coroação Charles III percebeu que não teria um reinado tranquilo. Manifestantes anti-monarquistas foram presos pela polícia britânica. Vestidos de amarelo e segurando cartazes com a frase “Não é meu rei”, eles pediam o fim da instituição centenária.
As críticas também passam por especialistas. Em um artigo publicado no site australiano News, Kinsey Schofield, expert em realeza, chamou o rei de “aquecedor de trono”, e alegou que ele que não sabe o que está fazendo.
Schofield citou uma fonte do The Sunday Times, que afirmou que Charles espera que as grandes mudanças sejam feitas apenas quando William assumir o trono. “Em outras palavras, um pouco como um interino, que manterá a coroa funcionando até chegar a vez de William“, detalha Kinsey.