Os 3 fatores que garantiram ao cérebro da rainha envelhecer bem
Neurocientista opina sobre os motivos que levaram a rainha Elizabeth II a estar lúcida e produtiva durante sua velhice
atualizado
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A rainha Elizabeth II, que morreu no último dia 29 de setembro de 2022, é considerada como um exemplo de pessoa que gozou de uma velhice saudável. Ela se despediu dos súditos aos 96 anos, e estava lúcida e produtiva, tendo participado de seu último compromisso público – a posse da agora ex primeira-ministra Liz Truss – apenas dois antes de morrer.
A neurocientista Livia Ciacci, uma das responsáveis pelo método Supera, de ginástica cerebral, considera que os hábitos de vida da rainha a levaram a esse patamar invejável.
“Podemos nos inspirar nos hábitos da rainha Elisabeth II, que nos deixou esse ano, aos 96 anos, lúcida e produtiva. Ela foi a prova de como cuidar do cérebro para ter uma longevidade ativa. O estilo de vida da rainha respeitava os principais pilares do cérebro saudável: o cognitivo, o social afetivo e o físico”, explicou.
Além de viver diferentes e decisivos momentos da história, Elizabeth também pautou sua vida por experiências que lhe garantiriam um processo de envelhecimento saudável. Na opinião da especialista, que é fã do seriado The Crown, baseado na vida da rainha, esses são os principais fatores que permitiram que o cérebro da rainha envelhecesse bem:
- Fatores cognitivos: a rainha inglesa sempre se manteve atualizada e participativa de todas as decisões do reino, levava a sério o fato de ser responsável pelas suas próprias emoções. Ela também desenvolveu a habilidade da adaptação, algo necessário nas suas funções, atitudes que impactam diretamente na capacidade cognitiva ao longo dos anos.
- Fatores social e afetivo: Elizabeth se manteve ativa profissionalmente através de uma vida social pública e familiar dinâmica, que reforçou ainda mais a autoconfiança dela. Ter sempre contato com animais também a ajudou a reduzir o estresse ao longo dos anos, uma paixão que ela sempre fez questão de mostrar ao público.
- Fatores físicos: caminhadas diárias e a prática de equitação estavam na rotina. A atividade física diminui os marcadores inflamatórios e faz a diferença no cérebro. A alimentação da rainha também era excelente: com 4 refeições diárias, sem exageros, baseadas em peixes, saladas, legumes, e chá sem açúcar. O chocolate amargo era a paixão dela, justamente o que tem mais antioxidantes. Ela também não abria mão das 8 horas e meia de sono!
“São muitos os exemplos positivos observando a vida de Elizabeth II. Durante a pandemia, a rainha passava algumas horas do dia estudando e aprendendo, foi quando aprendeu a lidar com muitos recursos tecnológicos”, aponta Livia Ciacci.
De acordo com a neurocientista, algumas lições de Elizabeth II são acessíveis a todos nós. Confira:
- Atenção às emoções: especialista chama a atenção para o manejo do estresse e das emoções. As emoções e os relacionamentos têm 100% de peso no envelhecimento saudável. Envelhecer é um fenômeno multidimensional, e independente da região do mundo e da cultura, o envolvimento com a vida é o critério chave porque define a postura e a motivação da pessoa para lidar com os outros aspectos.
- Prepare-se: o que estamos dando hoje ao cérebro vai impactar diretamente na forma como envelhecemos e isso inclui, além dos pontos citados aqui, estímulos que envolvem novidade, variedade e grau de desafio crescente.
- Esteja disposto a se adaptar: o esforço pessoal garante a capacidade de elaborar situações, sentimentos e sobretudo amor-próprio.