O que é skin flooding? Médica explica a nova tendência de skincare
Mais uma tendência de skincare tem circulado na internet e despertado a curiosidade de quem é adepto aos cuidados com a pele
atualizado
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Mais uma tendência de skincare tem circulado na internet e despertado a curiosidade de quem é adepto aos cuidados com a pele. Trata-se do skin flooding, técnica que concilia limpeza suave, tônico hidratante e dois produtos de hidratação. De acordo com o método, essa é uma prática voltada para quem tem pele seca.
Traduzido do inglês, flooding significa “inundação”, o que já dá certa noção de que a novidade consiste em “encharcar” ou “carregar” a região com algum produto específico. A primeira etapa compreende em limpar a pele com algum produto suave, para, depois, aplicar um tônico hidratante.
Por fim, usa-se um sérum hidratante no rosto, com ácido hialurônico, por exemplo, e finaliza-se com outro hidratante mais espesso, de preferência em creme.
Procurada pela coluna Claudia Meireles para opinar sobre essa tendência que ”invadiu” as redes sociais, a médica pós graduada em Dermatologia Gabriella Basile ressaltou alguns pontos que merecem atenção antes de colocar a técnica em prática.
Segundo a profissional, o skin flooding é uma rotina de skincare válida, mas não para todos os tipos de cútis. “Essa técnica visa uma hidratação mais profunda da pele, sendo especialmente indicada para pacientes com pele seca e/ou ressecadas, como durante o tratamento com isotretinoina [Roacutan], ou durante períodos mais secos e frios”, explica.
Por outro lado, a médica observa que, em peles oleosas, esse método pode não ser ideal e deve ser adaptado conforme as necessidades de cada pessoa. “Ele pode ser feito de forma menos frequente, talvez uma vez a cada 15 dias, ou em períodos mais frios ou secos”, afirma.
“Em regiões com baixa umidade e clima frio, uma hidratação facial reforçada é altamente recomendada. O skin flooding pode ajudar a combater a desidratação da pele causada por essas condições climáticas”, salienta.
Vale acrescentar mais algum produto ao passo a passo do skin flooding?
A médica aconselha realizar o skin flooding à noite, após uma limpeza adequada da cútis. Caso a pessoa opte por realizá-lo pela manhã, ela recomenda iniciar com o uso de vitamina C, um potente antioxidante que deve ser o primeiro passo na rotina de skincare. “E, claro, nunca podemos esquecer do filtro solar após os passos de hidratação, para proteger a pele dos danos causados pelos raios UV”, lembra.
Questionada sobre a verdadeira necessidade de se aplicar hidratante duas vezes no rosto, conforme demanda a técnica, Gabriella responde: “Depende do tipo de pele. Para pacientes com pele seca ou ressecada, recomendo o uso de hidratante facial pelo menos duas vezes ao dia. Já para aqueles com pele oleosa ou mista, a hidratação uma vez ao dia, de preferência à noite, geralmente é suficiente”.
Já quanto ao uso do tônico facial, ela comenta que ele promove uma limpeza mais profunda na região e pode ajudar no controle da oleosidade e do brilho, dependendo do tipo de tônico utilizado. “No entanto, não considero o tônico um passo primordial na rotina de skincare. Geralmente, indico seu uso uma ou duas vezes por semana, conforme a necessidade e o tipo de pele do paciente”, opina.
O uso de produtos de limpeza suaves no lugar de sabonetes faciais mais “potentes” é uma proposta válida, segundo a especialista. Ela destaca que eles, geralmente, são indicados para quem apresenta pele sensível ou seca, pois não contêm ácidos fortes e promovem uma limpeza menos agressiva, ajudando a manter a hidratação da pele e evitando a sensibilidade excessiva.
O ácido hialurônico também traz benefícios significativos para a saúde cutânea, na concepção da médica. “Ele é indicado para todos os tipos de cútis, podendo ser utilizado em qualquer rotina de skincare, devido às excelentes propriedades hidratantes”, conta.
“O ácido hialurônico ajuda a manter a derme hidratada e também trata e previne os primeiros sinais de envelhecimento, proporcionando uma pele mais firme e saudável”, acrescenta.
Alerta
Embora o skin flooding seja uma técnica “aprovada” pela expert, ainda que com ressalvas, Gabriella Basile chama atenção para os perigos de seguir tendências de skincare propagadas na internet sem consultar um médico. De acordo com a profissional, aderir a esses métodos sem orientação de um pode resultar no uso inadequado de produtos, causando efeitos adversos.
“Pacientes com pele oleosa, por exemplo, podem acabar com aumento de acne e comedões ao usar produtos hidratantes. Por outro lado, a remoção excessiva da oleosidade pode causar o efeito rebote, danificando a barreira cutânea e, assim, aumentando a produção de óleo e lesões acneicas”, adverte.
A especialista ainda argumenta que o uso inadequado e incorreto de ácidos noturnos também pode levar a manchas, queimaduras e sensibilidade aumentada da região. “Por isso, a consulta com um dermatologista é essencial para avaliar seu tipo de pele e determinar uma rotina de skincare adequada, segura e eficaz para você”, reitera.
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