1 de 1 Prato de verduras e legumes (alimentação vegana)
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O dia 20 de março foi declarado o Dia Mundial Sem Carne para ser uma data de disseminação de informações e promoção de debates sobre os benefícios de retirar a carne das refeições, mesmo que não seja definitivamente.
Os impactos da redução do consumo da proteína animal reverberam para a vida dos animais, para o meio ambiente e, principalmente, para a saúde, porque diminui as chances de desenvolver doenças fatais.
Em busca de entender os benefícios de uma dieta livre de carne, a Coluna Claudia Meireles procurou a nutricionista e colunista do Metrópoles, Thaiz Brito.
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O veganismo é um movimento crescente no mundo
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Os legumes ainda se encarregam muito bem na substituição da proteína animal
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Estudos ainda indicam que o veganismo reduz o risco de doenças cardiovasculares
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Atletas como Lewis Hamilton e Serena Williams são adeptos ao estilo de vida
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As receitas veganas oferecem diversas opções de sabores
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Diminuir os riscos de câncer de intestino
De acordo com a especialista, o consumo elevado de carne vermelha pode aumentar os riscos de desenvolver câncer de intestino. Segundo um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA), carnes de boi, porco, cordeiro e bode são ricas em ferro heme, um nutriente essencial para o corpo humano que, ingerido em excesso, pode ser tóxico para as células.
“O brasileiro tem o péssimo hábito de comer carne vermelha praticamente todos os dias. E, às vezes, uma vez por semana, come frango ou peixe. Teria que ser o contrário. Deveríamos comer carne branca todos os dias e, uma vez por semana, no máximo, comer carne vermelha”, afirmou o professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Antônio Lacerda Filho, em entrevista ao Saúde com Ciência.
Para Thaiz, ingerir essas carnes em churrascos pode agravar ainda mais os riscos de desenvolver a enfermidade. “Consumir essas carnes em churrascos pode piorar mais a situação, já que temperaturas muito elevadas, como as fritas ou grelhadas, são as mais prejudiciais para aumentar os riscos de câncer”, explica.
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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019
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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado
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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)
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Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino
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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal
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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)
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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas
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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor
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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino
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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana
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Reduzir as chances de doenças cardiovasculares
Além do risco de causar câncer no intestino, a nutricionista afirma que o consumo exagerado de carne, principalmente a vermelha, pode promover o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
“As carnes vermelhas costumam conter maior quantidade de gorduras saturadas, que estão associadas a essas doenças”, ressalta Thaiz Brito.
“A carne processada parece pior para doenças cardíacas”, acrescentou a co-autora do estudo, Anika Knüppel, epidemiologista nutricional do Departamento de Saúde Populacional da Universidade de Oxford.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas
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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles
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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros
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Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito
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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga
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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.
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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.
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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo
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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada
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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas
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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração
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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente
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Além disso, Brito defende que pessoas que consomem menos carne também apresentam mais energia, tem níveis de colesterol mais equilibrado e conquistam um IMC (Índice De Massa Corporal) menor, ou seja, sofrem menos com obesidade.
Como o estilo de vida se popularizou, atualmente é possível encontrar opções de alimentos à base de plantas em diversos lugares com opções variadas e preços mais acessíveis. Para os que preferem fazer a própria comida, existem inúmeras receitas deliciosas sem alimentos derivados de animais. Confira no link.
Os benefícios não aparecem apenas para os que removem toda proteína animal da rotina alimentar, os que reduzem a quantidade ingerida semanalmente também percebem diferenças na saúde. Além disso, a redução do consumo de carne animal também impacta o meio ambiente e o bem-estar animal.