Museu Nacional recebe mostra do fotojornalista italiano Uliano Lucas
Intitulada de Revoluções – Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974), a mostra chegou ao Museu Nacional nessa terça-feira (14/5)
atualizado
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Em homenagem aos 50 anos da Revolução dos Cravos, o Museu Nacional da República, em Brasília, recebeu nessa terça-feira (14/5) a mostra Revoluções – Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974). A vernissage apresentou os impactantes registros do fotojornalista italiano Uliano Lucas, de 82 anos, retratando os rostos dos povos africanos de língua oficial portuguesa contra a opressão colonial-fascista, bem como a festa da liberdade do povo português com o fim da ditadura.
A mostra, que chega pela primeira vez ao Brasil, conta com o apoio das Embaixadas da Itália e de Portugal no Brasil, do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, além das Embaixadas da República de Angola e da Guiné-Bissau no Brasil, da Delegação da União Europeia no Brasil e da Universidade de Brasília (UnB).
A inciativa está aberta ao público da capital federal, com entrada franca, até 7 julho. Os interessados poderão conferir a curadoria dos professores Elisa Alberani, Miguel Cardina e Vincenzo Russo, que revela os registros de Uliano Lucas durante suas viagens testemunhando as batalhas diárias dos povos que buscavam a libertação.
Democracia, direitos humanos e cidadania
Os três especialistas selecionaram 56 fotos, algumas inéditas, outras já publicadas em revistas e jornais europeus dos anos 1970, que marcam os processos de independência de Angola e da Guiné-Bissau, além dos 48 anos da ditatura em Portugal, findada em abril de 1974.
“Que sorte a nossa, apresentarmos a exposição aqui em Brasília, a capital que nasceu pouco antes da nossa democracia. A nossa liberdade foi pouco tempo depois da libertação de todas as colônias portuguesas em África, que aconteceu há 50 anos. Por isso, é muito importante que se faça exposições como essa, para que a memória não se apague”, celebra o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos.
A vernissage, marcada pelo coquetel de abertura ao público, contou com a presença dos curadores conduzindo os visitantes por três etapas que destacam os valores da democracia, direitos humanos e cidadania.
Três partes, três territórios
A primeira parte, intitulada Guiné-Bissau, 1969, reúne fotografias realizadas na missão que levou o fotógrafo italiano às “zonas libertadas” da Guiné-Bissau, a pedido do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
De acordo com o curador italiano Vincenzo Russo, as imagens escolhidas para retratar a luta da Guiné-Bissau representam o desejo do experiente fotografo em registrar o dia a dia da resistência.
“O Liano sempre disse que não quis fotografar a pornografia da guerra, o sangue, as armas e os mortos. Diante disso, ele deu luz aos rostos de mulheres e homens da resistência e do nascer de uma democracia na floresta”, explica.
A segunda parte, chamada de Angola, 1972, mostra o cotidiano e as vivências dos guerrilheiros e guerrilheiras do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que travaram uma luta armada contra a dominação do colonialismo português, em todo o território nacional.
No fim do trajeto, há a terceira parte da exposição, que mostra Portugal, nos anos de 1972 e 1974. As fotografias retratam, também, o dia a dia dos portugueses em um país que vivia e torcia pelo fim da ditatura de Salazar. A vitória do povo português culminou na celebração dos dias de festa da Revolução em Portugal, que também é apresentado pelo olhar sensível de Uliano Lucas.
Confira os cliques de Nina Quintana:
Serviço:
Exposição fotográfica
Revoluções – Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974)
De 14 de maio a 7 de julho
Visitação: terça-feira a domingo, das 9h às 18h30
Museu Nacional da República – entrada franca/livre
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