Museu Nacional lança duas novas exposições em evento animado
Museu Nacional da República abriu as portas para duas novas exposições, Zimar e Um Só Corpo, nessa quinta-feira (7/3)
atualizado
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Um centro de criatividade e interação, o Museu Nacional da República entrou em festa com a abertura de Zimar e Um Só Corpo, duas exposições itinerantes com histórias completamente distintas e gratuitas que foram lançadas nessa quinta-feira (7/3).
Além dos convidados apreciarem diversas obras, eles puderam se conectar com as criações por meio de apresentações performáticas.
Mostra Zimar
A mostra Zimar dá destaque às obras de Eusimar Meireles, artesão de Matinha, no Maranhão. O artista recicla diferentes objetos e transforma-os em caretas de cazumba, personagem característico do Bumba Meu Boi.
Eu comecei a trabalhar com madeira, mas, em 2011, tive um AVC e fiquei com pouca força. Depois disso, comecei a atuar com reciclagem, com capacete, peças de moto e materiais que eu acho e vejo que dá para fazer uma loucura
Zimar
Com curadoria de Jandir Gonçalves, Reinilda Oliveira e Sergileide Lima, a expo, original do Centro Cultural Vale Maranhão, é composta por 65 caretas feitas com diversos materiais e um documentário inédito que conta a história do artista plástico, dirigido por Beto Matuck.
Além do artista retratar a brincadeira maranhense nas esculturas, ele também é brincante do Bumba Meu Boi e, durante a abertura, participou de uma apresentação da dança tradicional. “É tudo misturado, pois sou Cazumba do Boi boa parte da minha vida, sou artista na outra parte e vivo cercado das minhas histórias”, ressalta ele.
Para os curadores, foi muito gratificante ver as obras de Zimar no Museu Nacional da República.
“É interessantíssimo que essa é a primeira vez que vem uma manifestação cultural pra cá e é o Bumba Meu Boi e uma pessoa que produz e é de cultura popular. O boi está bem representado aqui com o Zimar e com as caretas, porque além de ser um fazedor, ele também é um brincante”, destaca Reinilda Oliveira.
O Presidente do Centro Cultural Vale Maranhão, Hugo Barreto, também ficou orgulhoso com a exposição.
“O Mestre Zimar é um dos artistas de raiz popular brasileira mais emblemáticos. Ele tem uma obra única, muito expressiva, muito envolvente”, disse. “O Zimar, com essas caras, ele te convida para a festa, promove esse sentimento de pertencimento com a própria identidade brasileira, que é uma identidade popular”, completou Hugo.
Confira os cliques de Pedro Iff:
Um Só Corpo
O museu também se tornou palco da exposição Um Só Corpo, com curadoria da venezuelana Morella Jurado. A mostra apresenta 55 obras de artistas do Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela.
Feitas por 17 artistas de diferentes lugares e que não se conhecem, as criações apresentam estilos e perspectivas distintas, mas são essencialmente semelhantes.
De acordo com a curadora, os artistas foram escolhidos com base na idade e não podiam ser muito famosos ou muito emergentes. “A ideia é que cada um tenha sua própria vontade de forma, seu próprio trabalho de pesquisa”, enfatiza a curadora.
Há uma coisa maravilhosa, e é por isso que surgiu o nome de um único corpo, porque todos os artistas, sem se conhecerem, têm de alguma forma o mesmo vínculo temático. Ou seja, o povo latino-americano, do México à Patagônia, tem um sentimento e um modo de ser que você vê nas obras de arte
Morella Jurado
A exposição artística centrada na investigação do corpo humano tem obras de Angela Barbour, Adriano Braga, André Felipe Cardoso, Gerson Fogaça, Luiz Martins, Raquel Pellicano, Suyan de Mattos e Telma Alves (Brasil); Mario Sarabí e Salomón Reyes (Uruguai); Argelia Bravo, Manuel Finol, Natalia Rondón e Vicente Aranaga (Venezuela), Julieta Hanono e Silvia Gai (Argentina).
No decorrer da abertura, Angela Barbour apresentou a instalação em exibição na exposição, que retrata histórias por meio de objetos. “É uma mala que conta as histórias das coisas que estão dentro dela. Viajo com esse projeto pelos países e apresenta histórias que as pessoas entregam”, explica a artista.
Nas exposições, eu convocava a população para me trazer histórias que quisessem contar e que não tinham coragem de falar ou tinha alguma coisa dolorida, que a pessoa não conseguia transpor. Quando a pessoa me entrega o objeto, eu ponho na mala e revelo a história na performance
Angela Barbour
Confira os cliques de Pedro Iff:
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