Museu Nacional inaugura exposições de Yutaka Toyota e Sandra Mazzini
As mostras O Ritmo do Espaço e Paisagens Expandidas recebem curadoria de Denise Mattar
atualizado
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Na última terça-feira (2/4), o Museu Nacional da República foi palco de duas exposições de peso para Brasília: O Ritmo do Espaço, de Yutaka Toyota, e Paisagens Expandidas, de Sandra Mazzini, ambas com curadoria de Denise Mattar.
Pioneirismo japonês
Após participação no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e no Museu de Arte Brasileira (MAB FAAP), a exposição O Ritmo do Espaço chegou a Brasília. A mostra propõe um recorte com trabalhos produzidos por Toyota desde 1960, com aproximadamente 80 peças que renderam ao artista o prêmio de Melhor Retrospectiva de 2018 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
A obra de maior destaque é a recriação da instalação imersiva Quarto Escuro, exposta pela primeira vez em 1969, na X Bienal Internacional de São Paulo. “Eu encontrei com Lucio Fontana e entrei para o seu grupo de arte espacial no país. Foi então que surgiu o movimento de espaço cósmico, com o positivo e negativo. Para a obra, eu escolhi cores e formas contrastantes – vermelho e verde, e bola e quadrado”, recordou.
Vale ressaltar, também, o conjunto de 35 imagens históricas realizadas pelo grande fotógrafo Alair Gomes. Além dessas, a exposição apresenta obras públicas feitas entre os anos 1980 e 2010, no Brasil e no Japão.
A exposição de Toyota é estruturada em grupos que abordam questões que permeiam seis décadas de produção, como: a vibração ótica, a surpresa da cor, o hieratismo do círculo, a vertigem do espelho, as fendas do universo e o ritmo do espaço.
“A ideia dessa exposição é mostrar o pioneirismo do Toyota no Brasil após muitos anos na produção de esculturas no Japão. As obras do artista convidam o público a participar delas”, conta a curadora, Denise Mattar.
Nascido no Japão em 1931 e naturalizado brasileiro 40 anos depois, Yutaka Toyota possui prestígio nas terras brasilienses. Sua estreia na capital federal foi em 1973, na antiga Galeria Mainline. Suas obras estão presentes no Clube do Exército, no Aeroporto Internacional de Brasília e no Palácio do Itamaraty.
A mostra permanece no Museu Nacional até o dia 26 de maio, de terça a domingo, das 9h às 18h30.
Os Contrastes de Sandra Mazzini
A estreia de Mazzini em Brasília reúne 13 obras, todas produzidas entre 2016 e 2018. As peças são caracterizadas pelos contrastes, como o futuro e o passado, a tecnologia e o toque humano, a abstração a partir de imagens muito nítidas, entre outros.
Esta é a minha exposição individual em museu. É um momento bem especial para mim como artista
Sandra Mazzini
“Foi um processo longo até os meus quadros chegarem a este formato. Há alguns anos, as minhas pinturas eram mais abstratas e geométricas. A preocupação era só com cor e massa. Em paralelo a isso, sempre tinha uns trabalhos figurativos que ficavam de canto, então eu decidi assumir e fundir as duas coisas”, detalhou a artista.
Responsável pela ponte entre a artista e o então coordenador do museu, Wagner Barja, a apoiadora da exposição, Andrea Cabrera, incentivou Mazzini a realizar sua primeira mostra individual em Brasília. “O trabalho da Sandra é muito rico, com estudo, uma técnica forte e que possui toda uma coerência”, afirmou.
Paulista, Sandra Mazzini se destacou nas feiras ArtRio e SP-Arte. Ela é formada em artes visuais e desenvolve suas pesquisas no Ateliê 509. A artista expõe na galeria Janaína Torres, em São Paulo.
A mostra Paisagens Expandidas se encontra na Galeria Térrea, de terça a domingo, das 9h às 18h30, até 28 de abril.
Confira os cliques: