1 de 1 Lançamento da exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
- Foto: Luh Fiuza/Metrópoles@luhfiuzafotografia
Entre 1993 e 1998, o premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura capturou os detalhes da vida dos povos originários brasileiros. Na época, a expedição foi acompanhada pelo líder indígena brasileiro Ailton Krenak. Depois de 31 anos, com a colaboração dos curadores Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes, as fotos entraram em cartaz na mostra Hiromi Nagakura: Até a Amazônia.
A exposição desembarcou pela primeira vez em Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Na vernissage, realizada na última segunda-feira (10/6), convidados selecionados a dedo tiveram a chance de conferir 120 fotografias que retratam a riqueza cultural e natural dos povos indígenas.
Durante o evento de lançamento, Ailton Krenak falou sobre a grata oportunidade de apresentar e celebrar a diversidade cultural do país por meio das fotografias. “Esses povos retratados na exposição constroem uma linda narrativa sobre a diversidade étnica. A minha convivência com o Hiromu Nagakura enriqueceu o meu entendimento sobre a importância dessa diversidade contemplar o enriquecimento da nossa existência como comunidades humanas”, reflete.
Tradições
Além de conferir a mostra fotográfica, os convidados degustaram uma seleção de comidas típicas da região amazônica, elaborada pela chef Morena Leite, nome à frente do restaurante Capim Santo. Os presentes experimentaram quitutes que incluíam a espécie de peixe de água doce, o filhote, servido com escamas de banana e pirão. Além desse prato, foram servidos ceviche de pirarucu com chicória e um ravioli de tapioca.
Além do buffet, o debute contou com um rito protagonizado por duas mulheres indígenas. “(Elas) vieram do Acre, da aldeia Awarani, do povo Yawanawá. Elas são formadas para a cura e a reza. A apresentação foi para trazer purificação e boas energias para a pessoas e o ambiente”, explicou a curadora Angela Papiani.
Exposição
Com entrada franca, a mostra fotográfica está aberta ao público até 18 de agosto, nos dois andares da Galeria 1 do CCBB. Ao adentrar no espaço da exposição, o público vai conhecer os registros da vida nas aldeias, a forma como a comunidade interage, seus ritos e costumes. Além das fotografias, estão expostos objetos de uso típico que podem ser analisados e tocados.
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Para além de conhecer os retratos da realidade do povo indígena, a curadora Angela Pappiani reflete sobre a importância de preservar uma cultura que já existia antes do Brasil ser descoberto.
“Por trás da sabedoria do povo indígena tem uma realidade de muito conflito. As fotos são belas, mas elas também estão passando uma mensagem que é dura. É importante que a gente se conscientize disso, porque os territórios estão sendo invadidos, os peixes que eles consomem estão contaminados de mercúrio. Enquanto sociedade, a gente tem que lutar pelos direitos desses povos que já estavam aqui.“, afirma.