Mica Rocha detalha a trajetória de erros e acertos como empreendedora
Embora digam que a trajetória da empreendedora foi somente de acertos, Mica Rocha gosta de pontuar que também errou durante o processo
atualizado
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“Eu sempre quero ser melhor”. Esse foi apenas um dos múltiplos ensinamentos ditos por Mica Rocha em entrevista à Coluna Claudia Meireles. Empresária, escritora, apresentadora e influenciadora digital, ela é mãe dos fofíssimos Luísa, Olívia e Henrique, com 5, 3 e 2 anos, respectivamente. Embora algumas pessoas digam que a trajetória da empreendedora foi somente de acertos, Mica gosta de pontuar que também errou, fracassou, aprendeu com os equívocos para voltar e “fazer melhor” a fim de dar certo. E conseguiu.
Segundo a influenciadora, o caminho de quem se lança na vida de empreendedor envolve tentativa e erro. Mais do que se ver desesperado ou pensando em desistir, Mica avalia cada passo como uma oportunidade de aprendizado. “Fui me descobrindo”, garante. Ela afirma não ter medo de falhar ou de não prosperar com os projetos desenvolvidos: “Sempre falo isso onde eu vou”.
É tentativa e erro todos os dias. E ter essa resiliência para voltar a fazer melhor, apesar daquele projeto que pensou não tenha dado certo, não tenha ido para frente
Mica Rocha
Caso imagine que Mica não se entristeça com os tropeços, ledo engano. “Claro que eu vivo meus lutos do que não deu certo”, complementa. Ela, porém, enfatiza sobre as frustrações nunca a terem paralisado. “Por isso, eu estou sempre buscando algo novo e inovador para mim na minha vida. Nunca sou igual ao ano que passou. Invento algo novo para realizar, porque não aguento fazer o mesmo nem continuar no mesmo lugar”, justifica.
Inquieta
A prova da inquietação de Mica está nos papéis que exerce atualmente. Na pandemia, em meados do fim de 2020, lançou em ambiente on-line a Misha, marca de semijoias. Encantada por acessórios, ela transformou a paixão em negócio. Passado um ano e seis meses, a empreendedora resolveu capitanear outra etiqueta, desta vez de athleisure. Em maio de 2022, chegou a Open Era.
Estagnar é uma palavra que não combina com Mica Rocha, motivo para a empresária e influenciadora resolver integrar o time da CNN Brasil. Desde agosto, ela comanda o MiConta, programa que dá voz ao empreendedorismo feminino e às mulheres que protagonizaram incríveis histórias de superação. “Ainda trabalhando com internet, se você olhar a minha linha do tempo, todo ano eu estou modificando, amadurecendo e fazendo projetos maiores e mais sólidos”, evidencia.
Ao analisar a trajetória feita até então, a escritora defende que “tem achado cada vez mais o próprio lugar de empreendedora, mulher e mãe”. Mesmo se encontrando pessoal e profissionalmente, Mica traça como objetivos evoluir, crescer e conquistar, mas dentro do que se propôs a fazer: “Desejo concretizar metas com os meus negócios. As minhas empresas são bastante novas e tenho muita estrada ainda, com muito esforço e trabalho, para fazê-las crescer”.
Próxima fase
O lema de dobrar a meta após ter atingido um objetivo anterior é seguido à risca pela empresária. “Quando chegamos em uma fase, vamos para outra”, acentua. Já com a mente em 2024, Mica revela querer lançar um workshop em que abordará como criar uma marca no digital e como trazê-la para o off-line. “Tenho bastante vontade e é um plano meu”, confidencia.
A empreendedora e apresentadora de TV nem imagina deixar o 1,5 milhão de seguidores desamparados. “Irei continuar com o que faço na web, meus conteúdos e evoluir cada vez mais. Amadureço com a internet, com o público”, frisa. Ela acrescenta: “Tudo isso é um lugar que faz muito sentido na minha vida. Se eu contasse para a Mica de 14 anos, jamais pensaria que estaria aqui. A internet traz muitas surpresas.”
Lições
Graduada em publicidade e propaganda pela Faap, em São Paulo, Mica deu início à carreira profissional com a meta de ser apresentadora de TV. “Não deu certo na época. Eu apresentei programas que não foram para frente”, recorda. Ela recebeu o convite para redigir um livro. Despretensiosamente, aceitou e nem imaginava que seria um estrondo de vendas. “Não escrevi só um, mas três. Entramos na lista de best-seller. O trio ficou na lista dos mais vendidos do Brasil por várias semanas”, relembra.
Dessa etapa da vida, a escritora extraiu como ensinamento: “O que eu tinha planejado não deu certo, mas eu virei autora de livro, que eu também não esperava”. Perguntada sobre aprendeu somente com o passar do tempo, Mica assinala a respeito de ter ficado desesperada em ser boa em uma única profissão. Ela acreditava que faria o mesmo ofício por toda a vida.
“No passado, eu brigava um pouco com isso, sabe? O que eu quero ser: não posso escrever um livro e ser influenciadora, apresentadora e empresária? Não! Eu preciso escolher um papel a exercer”, rememora. Na atualidade, Mica compreende que pode sim lidar com diferentes frentes. “O meu trabalho é multi e bem plural. Tudo bem, sou feliz assim e funciono dessa forma”, confessa.
Seguimos a nossa vida de acordo com a própria personalidade, também como e com o que gosta. Sou muito dinâmica. Eu falaria para mim: ‘Você pode ser e exercerá muitas ocupações. Fica tranquila e vai em frente’
Mica Rocha
Contar histórias
Ir em frente apesar das falhas, fracassos e desesperos norteia grande parte das histórias contadas no MiConta, programa da CNN Brasil. Na atração, a influenciadora conversa com um leque de mulheres, que “passaram por situações adversas e conquistaram o lugar de empreendedora”. Conforme salienta Mica, os enredos a tocam pela questão da resiliência. Ela menciona a experiência de Cleusa Maria, proprietária da Sodiê Doces.
Boia-fria, Cleusa chegou em São Paulo com R$ 5 no bolso e um filho pequeno, Diego. Depois de anos sem descanso de uma jornada tripla, a empreendedora do ramo alimentício colhe os frutos do próprio esforço e orquestra uma empresa com faturamento de R$ 700 milhões anuais. Entre tantas histórias de superação, Mica lista como inspiradora a trajetória de Zica Assis, fundadora do Instituto Beleza Natural; de Natalia Beauty, idealizadora de empresa do segmento de beleza; e de Carol Martineli, criadora do Grupo Carol Coxinhas.
No ponto de vista da escritora, as empreendedoras que passaram pelo MiConta são uma espécie de “megafone” e, por isso, essas narrativas precisam de espaço para serem expostas. “Elas mostram a história de muitas mulheres do Brasil que nem conhecemos, mas estão ali batalhando todos os dias. São porta-vozes para outras se inspirarem e verem que esse é o mesmo caminho de muitas de nós”, defende.
Conselho
Para Mica Rocha, abordar o empreendedorismo feminino ultrapassa números ou a trajetória de uma empresa: “Ali existe uma história por trás que tem de ser contada”. A apresentadora nota ser necessário incentivar as mulheres a serem mais empreendedoras e fazê-las entender que dão conta, pois no subconsciente delas está gravado o contrário. Segundo a influenciadora, o ato de ganhar confiança e segurança vem com a maturidade.
Antes de finalizar a entrevista, Mica aproveita para dar um conselho financeiro a quem quer empreender: “Não ache que o seu negócio tem de começar magnífico, com a embalagem, loja e site perfeitos”. Ela volta ao túnel do tempo e sublinha: “Hoje, estou muito mais à frente, mas se eu não tivesse dado aquele passo, não estaria onde estou. Comece e o mais importante, acredite na sua ideia.”
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