Meghan Markle briga na Justiça para não envolver amigas em processo
Segundo a duquesa, o The Mail on Sunday quer revelar as identidades ao público em busca de cliques e ganho comercial
atualizado
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A duquesa de Sussex, Meghan Markle, cravou uma batalha judicial contra a empresa que edita os tabloides The Mail on Sunday e Daily Mail. O processo judicial ganhou novos capítulos nesta quinta-feira (9/7). Em documentação apresentada recentemente, a ex-atriz acusa a Associated Newspapers de uma tentativa cruel de expor suas amigas. Ela alega que a editora está “jogando um jogo de mídia com a vida real”.
O sexo das fontes era desconhecido até então. Mas, com o novo pedido da duquesa, veio à tona que são todas mulheres. Meghan quer impedir que o The Mail on Sunday revele a identidade das cinco amigas que deram uma entrevista anônima à revista norte-americana People, em 2019. Elas contaram detalhes de uma carta enviada pela duquesa ao pai, Thomas Markle, meses após casar com o príncipe Harry, em maio de 2018. Pai e filha protagonizaram embates e não se falam desde a cerimônia matrimonial, segundo jornais britânicos.
“A Associated Newspapers, proprietária do Daily Mail e do The Mail on Sunday, ameaça publicar os nomes de cinco mulheres – cinco cidadãs particulares – que decidiram por conta própria falar anonimamente com um meio de comunicação norte-americano há mais de um ano, para me defender do comportamento de bullying da mídia britânica”, escreveu a atriz no início da documentação.
No pedido, Meghan ressalta que as amigas possuem o direito básico à privacidade. O documento traz, ainda, que tirar o sigilo dos nomes mantidos em segredo de Justiça representa uma ameaça à personalidade emocional e mental e ao bem-estar das mulheres envolvidas. Segundo a duquesa, o The Mail on Sunday quer revelar as identidades ao público em busca de cliques e ganho comercial.
“Essas cinco mulheres não estão sendo julgadas, e nem eu. A editora do The Mail on Sunday é que está sendo julgada. É esse editor que agiu ilegalmente e está tentando fugir da responsabilidade, para criar um circo e distrair a partir do ponto em questão, que o Mail on Sunday publicou ilegalmente minha carta particular”, argumentou no pedido.
Segundo o Daily Mail, o julgamento entre Meghan e a Associated Newspaper ocorrerá somente em 2021. As cinco mulheres enfrentam a perspectiva de serem levadas ao Supremo Tribunal de Londres. Caso sejam convidadas, elas terão de confirmar sob juramento que a duquesa não tinha conhecimento prévio das informações repassadas à People. Ao publicar a carta da ex-atriz ao pai, o tabloide justificou que as cinco amigas não identificadas deram a versão dos acontecimentos de Meghan Markle.
O porta-voz do The Mail on Sunday afirmou que o jornal não tem a intenção de publicar os nomes das amigas neste fim de semana, mas informou aos advogados da duquesa de Sussex que a questão de confidencialidade deve ser analisada pelo tribunal. “Evidências estão no cerne do caso e não vemos razão para que as identidades sejam mantidas em segredo”, comunicou o representante.
Uma das possíveis fontes da People é Jessica Mulroney. As especulações em torno da consultora de moda canadense cresceram após a Meghan Markle ter cortado laços com a amiga. Ela foi acusada de racismo pela influencer Sasha Exeter, que é negra.
Antecedentes
Em uma audiência de pré-julgamento ocorrida em maio, a Associated Newspaper venceu a primeira fase da briga judicial contra Meghan Markle. Membro do Supremo Tribunal de Londres, o juiz Mark Warby decidiu excluir parte das alegações feitas pela duquesa no processo.
Segundo o magistrado, não haveria provas contundentes de que as publicações tenham agido com desonestidade ou provocado problemas entre a duquesa e o pai, Thomas Markle. Embora a primeira determinação fosse favorável à empresa, a ex-atriz manteve o processo por suposta violação de privacidade e de direitos autorais.
Megexit
Atualmente, Meghan e Harry vivem com o filho, Archie, de 1 ano, em Los Angeles, em casa emprestada pelo magnata Tyler Perry. O casal abdicou dos cargos da realeza britânica oficialmente em março. De acordo com fontes próximas à família Sussex, um dos motivos para terem abandonado as responsabilidades reais foi a cobertura racista de jornais em relação à duquesa.
Meghan é filha de mãe afro-americana e pai caucasiano. Nessa quarta-feira (8/7), o filho do ativista Martin Luther King deu entrevista ao canal britânico iNews. Enquanto refletia sobre o legado do pai e o movimento Black Lives Matter, Martin Luther King III tocou no assunto do racismo enfrentado pela duquesa de Sussex.
Primogênito do ativista, o advogado contou que estava “muito decepcionado” com a recepção dada a Meghan ao entrar para o clã da rainha Elizabeth. Na avaliação de Martin Luther King III, é necessário continuar o trabalho para livrar a sociedade do racismo estrutural.
“Os relatos que vi foram muito, muito, muito difíceis. Não estou surpreso. E as instituições foram estruturadas de uma certa maneira. Então, quando você opera como Harry, apenas por se apaixonar por alguém que não está no conjunto tradicional de circunstâncias, haveria uma reação”, ponderou o advogado ao iNews.
Não foi só o advogado que comentou o caso. Desde o anúncio do casamento entre Meghan e Harry, apoiadores e críticos do casal Sussex acusaram a imprensa britânica de ser racista e brutal com a duquesa.
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