Meghan desistiu de suicídio para Harry “não perder mais uma mulher”
Em nova entrevista à Oprah Winfrey, o príncipe recordou o momento em que caiu a ficha de que era necessário fazer algo pela esposa
atualizado
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Mais uma entrevista do príncipe Harry tem dado o que falar na web. Novamente, o neto da rainha Elizabeth II voltou a revelar detalhes da vida longe do olhar dos súditos — e da mídia — para a apresentadora Oprah Winfrey. Ele aceitou participar do The Me You Can’t See, programa sobre saúde mental da Apple TV+. Na entrevista lançada nessa quinta-feira (20/5), o duque de Sussex contou que a mulher, Meghan Markle, decidiu não cometer suicídio por conta dele.
Ex-atriz de Hollywood, Meghan desistiu de tirar a própria vida ao ficar preocupada com o marido, que teria lidar com a perda de mais uma mulher importante, conforme confessou o duque de Sussex no documentário. Em 1997, à época com 12 anos, Harry recebeu a notícia do falecimento da mãe, a princesa Diana. Ela foi vítima de um acidente de carro. No bate-papo, ele recordou como soube que a companheira tinha pensamentos suicidas.
Meghan revelou ao marido como sentia-se horas antes da estreia do Totem Cirque du Soleil, no Royal Albert Hall, em janeiro de 2019. “Enquanto minha mulher e eu estávamos naquelas cadeiras, segurando nas mãos um do outro, no momento em que as luzes se apagam, Meghan começa a chorar”, disse o príncipe no programa. Gravações do casal no evento foram colocadas ao longo da edição do programa.
“O que a impediu de ver tudo passar foi o quão injusto seria para mim depois de tudo o que aconteceu com a minha mãe e, agora, ser colocado em uma posição de perder outra mulher em minha vida com um bebê dentro dela, nosso bebê”, ressaltou o príncipe. Na ocasião, Meghan estava grávida do primogênito, Archie. Em março, a duquesa de Sussex deu detalhes do trauma vivido no evento no Royal Albert Hall também em entrevista à Oprah.
Ao ouvir a confissão de Meghan, Harry afirmou ficar perdido diante da situação e envergonhado pelas experiências negativas dela e do filho que estava para nascer.
“Por causa do sistema em que estávamos, das responsabilidades e deveres que tínhamos, demos um abraço rápido e depois precisamos nos trocar para entrar em um comboio policial e dirigir até o Royal Albert Hall para um evento de caridade. Em seguida, apareça em uma parede de câmeras e finja que está tudo bem”, rememorou.
Embora não quisesse ir ao evento depois de descobrir como Meghan estava, Harry sabia que, caso deixasse de comparecer, seria pior devido às histórias divulgadas na imprensa. “Estou com pena dela, mas também zangado comigo mesmo por estarmos presos nesta situação”, ressaltou. Ao ver a mulher chorando, caiu a ficha do príncipe de que era necessário fazer algo e não continuar a levar a vida “do jeito que estava”.
O maior medo do duque de Sussex era ver a história se repetindo, conforme avaliou: “Eu, então, tive um filho em quem prefiro estar focado. Cada vez que olhava em seus olhos, me perguntava se minha mulher iria acabar como minha mãe e eu teria de cuidar dele eu mesmo”. Com vergonha de descobrir a que ponto a saúde mental de Meghan chegou, o príncipe por estar constrangido, evitou buscar ajuda com os parentes.
“Para ser honesto, como muitas outras pessoas da minha idade provavelmente poderiam se relacionar, eu sei que não vou conseguir da minha família o que preciso”, recordou Harry. Ele completa que a experiência mais assustadora vivenciada por Meghan era a clareza de pensamentos: “Ela não tinha perdido o controle nem estava louca, muito menos se automedicando por meio de pílulas ou do álcool. Ela estava absolutamente sóbria. Ela estava completamente sã. Entretanto, no silêncio da noite, esses pensamentos a acordaram”.
Lembranças maternas
À Oprah Winfrey, o duque de Sussex voltou a adolescência e lembrou que a mãe, a princesa Diana, foi perseguida até a morte por namorar “alguém que não era branco”. Lady Di e o namorado, o produtor de cinema egípcio Dodi Al Fayed, faleceram em um acidente de carro em 1997. Como Meghan Markle tem ascendência afro-americana, Harry temeu ver a tragédia acontecer novamente: “É incrivelmente estimulante perder potencialmente outra mulher na minha vida. Tipo, a lista está crescendo”.
No documentário, o príncipe aproveitou para alfinetar a imprensa. “Tudo volta às mesmas pessoas, mesmo modelo de negócios e mesma indústria”. Nessa quinta-feira (21/5), o jornalista Martin Bashir foi considerado culpado por enganar a princesa Diana a fim de que ela concedesse uma entrevista. O profissional da mídia armou e enganou Lady Di. O juiz Lord Dyson concluiu que Bashir pressionou a mãe de Harry e William a participar do programa Panorama, da BBC.
No The Me You Can’t See, pessoas de todo o mundo descrevem a batalha contra problemas de depressão, ansiedade, traumas e doenças mentais. Além de Harry, deram às caras na edição outras celebridades, como Lady Gaga, Glenn Close e DeMar DeRozan, estrela da NBA. O príncipe recordou sobre como processou o luto pela morte da mãe, Diana, e sentiu-se desamparado enquanto tentava protegê-la. Aos 30 anos, ele revelou ter dependência em álcool e drogas para anestesiar a dor.
Em busca de vencer os traumas, o neto da rainha Elizabeth II recorreu aos benefícios da terapia. Ele descreve que a atitude o ajudou a “quebrar o ciclo”. “A terapia me equipou para ser capaz de fazer qualquer coisa. Eu sabia que se não fizesse e me curasse, perderia essa mulher com quem eu poderia ver passar o resto da minha vida”, enfatizou. Ao saber da situação, a família real tentou impedir que Harry e Meghan saíssem quando ela estava com pensamentos suicidas.
“Eventualmente, quando eu tomei essa decisão por minha família, ainda me disseram: ‘Você não pode fazer isso’. E é como: ‘Bem, o quão ruim tem que ficar até que eu tenha permissão para fazer isso?'”, lembrou.
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