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Médicos revelam como e com qual frequência devemos medir a pressão

Os cardiologistas Caio Henrique e Carlos Portela esclarecem essas e outras dúvidas envolvendo monitoramento de pressão arterial

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Braço de homem com aparelho de pressão - Metrópoles
1 de 1 Braço de homem com aparelho de pressão - Metrópoles - Foto: Pexels

Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde indicou que a hipertensão atinge 27,9% da população brasileira. Também conhecida como pressão alta, a doença é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias.

A mensuração é considerada normal quando está entre 90/60 mmHg (famoso 9 por 6) e 120/80 mmHg (12 por 8) e alta a partir de 140/90 mmHg (14 por 9). Quanto maior a idade, maior o risco de que a hipertensão contribua direta ou indiretamente para graves doenças cardiovasculares.

Todas as pessoas devem estar atentas aos níveis de pressão arterial, pois esse é um dos sinais vitais do corpo. Infelizmente, a pressão alta é um “mal silencioso” ou um “inimigo oculto”, porque não apresenta sintomas específicos e pode levar a infartos ou acidente vascular cerebral (AVC).

Afinal, com qual frequência devemos medir a pressão arterial?

De acordo com o cardiologista Caio Henrique, especialista em arritmias, pessoas sem riscos de doenças cardíacas não precisam realizar a automedida da pressão arterial obrigatoriamente. Contudo, Carlos Portela, cardiologista da Human Clinic, sugere medir a pressão pelo menos uma vez ao ano durante consultas de rotina, principalmente depois dos 30 anos, para acompanhar eventuais mudanças nos padrões de saúde.

Médico medindo pressão de paciente mulher com aparelho profissional - Metrópoles
Recomenda-se medir a pressão pelo menos uma vez ao ano durante consultas de rotina

“Para pessoas com histórico familiar de hipertensão ou outras condições predisponentes, pode ser recomendável monitorar a cada três ou seis meses. É fundamental que qualquer mudança significativa no estilo de vida, como ganho de peso, alteração nos níveis de atividade física ou surgimento de estresse intenso, seja um motivo para verificar a pressão arterial mais frequentemente”, recomenda.

É necessário ter o monitor de pressão em casa?

Carlos Portela indica o aparelho domiciliar para as seguintes pessoas:

  • Hipertensos diagnosticados, que devem acompanhar a pressão regularmente para identificar oscilações que podem necessitar de ajustes na medicação ou mudança no estilo de vida;
  • Pacientes com pré-hipertensão, pois “monitorar a pressão pode ser uma forma eficaz de prevenir a progressão para a hipertensão”;
  • Indivíduos com histórico familiar de doenças cardiovasculares, porque mesmo que a pessoa ainda não tenha sido diagnosticada com hipertensão, é prudente monitorar a pressão como medida preventiva;
  • Pacientes com diabetes, obesidade ou doenças renais, visto que essas condições aumentam o risco de desenvolver hipertensão, e a monitorização ajuda no manejo dessas comorbidades;
  • Gestantes com histórico de pré-eclâmpsia, para evitar complicações durante a gravidez;
  • E idosos, em razão das variações mais comuns na pressão arterial com o avançar da idade.
Mulher idosa medindo pressão de homem idoso com aparelho domiciliar - Metrópoles
Idosos devem ter o monitor de pressão domiciliar
“A frequência de medidas é avaliada individualmente de acordo com a idade, perfil clínico, comorbidades e medicamentos utilizados”, esclarece Caio Henrique.

Tipos de aparelhos

Existem diferentes opções de monitores de pressão, e a escolha depende das necessidades e habilidades do usuário. Os aparelhos de braço automáticos são os mais indicados para uso domiciliar, segundo Carlos Portela. “Eles são fáceis de usar, fornecem leituras digitais precisas e geralmente incluem uma memória para armazenar os resultados, facilitando o acompanhamento. É importante escolher aparelhos que sejam validados clinicamente”, afirma.

Os aparelhos de punho são uma ótima opção para pessoas com braços muito grandes para o manguito dos aparelhos de braço. “No entanto, são mais sensíveis à posição do braço e podem fornecer leituras menos precisas se não forem usados corretamente. Recomendo apenas em casos específicos”, observa o médico.

Já os aparelhos manuais (análogos) são utilizados, geralmente, por profissionais de saúde. “Eles exigem treinamento e prática para fornecer medições precisas. Para pessoas treinadas, são altamente precisos, mas para uso doméstico, os aparelhos automáticos são preferíveis pela facilidade”, continua Portela.

Dedo de mulher utilizando aparelho de medir pressão - Metrópoles
Aparelhos digitais são mais fáceis de manuseio

Por fim, os aparelhos conectados a aplicativos de smartphone são uma opção moderna que permite que os resultados sejam enviados para aplicativos que monitoram os dados ao longo do tempo. Eles podem ser úteis para pacientes que desejam compartilhar os resultados com seus médicos de forma prática.

Apesar da variedade de monitores de pressão, o cardiologista Caio Henrique frisa que os equipamentos oscilométricos devem ser de boa qualidade. “Eles devem ser validados e preferencialmente de braço. Os equipamentos de punho não são os mais recomendados por terem medidas mais errôneas”, alerta.

Como medir a pressão em casa

Para obter leituras precisas, o médico lista as seguintes orientações:

  • Primeiramente, a pessoa não pode estar com a bexiga cheia, ter praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos, ter ingerido bebidas alcoólicas, café ou alimentos e nem fumado nos 30 minutos anteriores;
  • Deve sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5 minutos, antes de iniciar as medições da pressão arterial;
  • Usar o manguito adequado para a circunferência do braço, posicionando ao nível do coração. A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço. As costas e o antebraço devem estar apoiados; as pernas, descruzadas; e os pés, apoiados no chão.
Mãos de médico medindo a pressão de paciente - Metrópoles
Os aparelhos manuais (análogos) são utilizados, geralmente, por profissionais de saúde

Carlos Portela acrescenta outros cuidados:

  • A braçadeira deve ser colocada sobre o braço nu, aproximadamente 2 cm acima da dobra do cotovelo;
  • Realizar a medição de forma calma e seguir as instruções do fabricante;
  • É recomendado fazer duas ou três medições com intervalos de 1 a 2 minutos entre elas e considerar a média dos valores obtidos;
  • Manter um diário com as medições pode ajudar o médico a avaliar a eficácia do tratamento e o controle da pressão arterial.

Quando recorrer ao hospital?

Segundo os especialistas, a intervenção médica imediata é necessária quando a pressão arterial estiver igual ou superior a 180/110 mmHg. “Esse nível indica uma crise hipertensiva e requer atenção médica imediata, pois há risco de danos aos órgãos”, explica Carlos Portela.

No entanto, mesmo que os valores não sejam extremamente elevados, caso a pessoa apresente dor no peito, dificuldade para respirar, dor de cabeça severa, confusão, visão borrada, tontura ou fraqueza repentina, é importante buscar atendimento imediatamente, pois esses sinais podem indicar complicações cardiovasculares ou neurológicas.

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