Médico lista medicamentos que você deveria levar em todas as viagens
O médico Matheus Varonil elaborou uma lista de medicamentos que ele sugere levar em um nécessaire para as viagens nacionais e internacionais
atualizado
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Independentemente de ser uma viagem nacional ou internacional, algumas pessoas fazem um check-list antes de montar a mala. A listagem costuma englobar documentos, roupas, eletrônicos e itens de cuidados pessoais, subdivisão em que constam os medicamentos a serem levados a fim de evitar “perrengues” com a saúde. Antes de baixar o lado hipocondríaco e levar o máximo de remédios no nécessaire, a coluna Claudia Meireles conversou com o médico Matheus Varonil, de Brasília.
O especialista montou uma lista de medicamentos básicos que ele sugere levar nas viagens. Matheus é enfático ao dizer que “toda medicação deve ser prescrita por um médico”. Ele pondera sobre a automedicação ser “muito perigosa” e ter se tornado um problema de saúde pública.
“De uma forma geral, as prescrições médicas para este fim são voltadas a tratar sintomas, pois seria impossível levar remédios para todas as condições existentes”, reforça Matheus.
Regra 1
Conforme o médico, o paciente deve em “primeiro lugar” levar todos os medicamentos de uso contínuo. “Drogas utilizadas diariamente em quantidade suficiente e dentro do prazo de validade, por exemplo: psicotrópicos, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais…”, exemplifica. Ele frisa sobre ser complicado comprar determinados medicamentos sem prescrição médica, até mesmo os mais simples, em alguns países.
Conselho do especialista
Matheus se declara a favor de levar um nécessaire com medicamentos na mala de viagens. Ele pontua que o gesto é “uma recomendação médica”, principalmente em quadros delicados. “Em caso de doença crônica, é indicado que antes de uma viagem longa, sobretudo ao exterior ou mesmo locais em que o acesso a médicos e serviços de saúde podem ser difíceis, vale conversar a respeito com seu médico para viajar com segurança”, aconselha.
“Reitero a importância de não se automedicar pelo risco à saúde e também por regras em aeroportos e nos países de destino”, insiste. O especialista complementa: “Sempre tenha em mãos o relatório ou receita médica, preferencialmente na língua-mãe, no caso aqui, o português brasileiro, e em inglês. Por mais que o CRM só tenha validade em território nacional, é um meio de comprovar o uso, caso seja questionado pelas autoridades locais”, explana.
Medicamentos sintomáticos
O médico orienta levar um analgésico, que servirá em caso de cefaleia, mialgia e cólicas. Nas situações de febre, essas fórmulas costumam ter a função de antitérmicos também. “Dipirona, paracetamol, aspirina e ibuprofeno”, elenca. Em viagem pelos Estados Unidos, Matheus Varonil descobriu a respeito da venda e do uso da dipirona serem proibidos em território estadunidense. Essa regulamentação está vigente nos EUA desde 1970.
A serem adicionados no nécessaire, os antiespasmódicos servem para dores abdominais e cólicas menstruais, a exemplo da escopolamina. Para não sofrer com o desconforto proveniente de gases intestinais devido a mudança na alimentação ao longo da viagem, vale ter em mãos, ou melhor, na mala a simeticona.
Quem apresenta crises alérgicas tende a passar perrengues seja no hotel, seja nos passeios por pontos turísticos. “Recomendado para pacientes com o histórico de atopia, isto é, hipersensibilidade do organismo. Fexofenadina, dexclorfeniramina, hidroxizina e prometazina servirão para melhorar os sintomas alérgicos”, esclarece o médico.
Os medicamentos antieméticos ajudam em situações de náuseas e vômitos, principalmente em longas viagens de avião, carro e barco. “Ondansetrona, dimenidrinato e piridoxina”, enumera o especialista. Já os antiácidos estão entre as fórmulas capazes de auxiliar na digestão, por exemplo, a magnésia bisurada. “Os probióticos também são aconselhados ter em mãos”, avalia.
Não dá para deixar de fora do nécessaire os relaxantes musculares, conforme exemplifica o especialista: “A ciclobenzaprina e orfenadrina podem ser necessárias, sobretudo nas viagens para a neve ou de esportes radicais”. Matheus Varonil deixa o lembrete de levar os descongestionantes nasais, descritos por ele como “drogas inalatórias de pacientes asmáticos”.
Repelente e colírios para quem usa lente de contato devem ser adicionados no nécessaire de medicamentos, além do kit para primeiros socorros, que abrange algodão, antisséptico, micropore e curativo adesivo.
Sinal de alerta
Mais uma dica adicional do especialista em saúde: “Sinalizo que essas medicações são sintomáticas, mas é sempre bom, caso o problema persistir ou em sinal de gravidade, procurar atendimento médico de urgência. Ninguém quer adoecer em uma viagem, mas muitas coisas estão fora de nosso controle, e há condições médicas que requerem uma rápida abordagem a fim de evitar uma evolução com maior gravidade.”
Lembretes
Caso a sua viagem seja para o exterior, os aeroportos internacionais exigem que as embalagens e frascos tenham no máximo 100 ml, e também devem ser guardados em um saco plástico do tipo ziploc. Em malas de mão, está vedado o transporte de aerossol. É o caso dos sprays nasais.
Antes de fazer a mala, Matheus orienta perguntar ao médico ou consultar a bula a respeito das condições de armazenamento e transporte de algumas medicações, que dependem de temperatura e imunidade específicas para se manterem eficazes. “Um exemplo é a insulina e a semaglutida. Ambas precisam ficar armazenadas em baixas temperaturas e serem transportadas em frasqueiras térmicas refrigeradas”, menciona. Quem for para a praia, jamais deixe os medicamentos expostos ao sol.
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