Médico Gabriel Resende lista 4 pilares que te fazem emagrecer
O especialista afirma que existem ajustes complexos que vão muito além da própria regulação habitual do corpo
atualizado
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade uma doença crônica. De acordo com a pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde, o número de obesos no Brasil chegou a 22,35% da população em 2021. O índice foi superior ao do ano anterior, de 21,55%. Antes da pandemia, em 2019, a taxa estava em 20,27%.
Diante do desafio que muitos enfrentam durante o processo de perda de peso, vale destacar que existem fatores relevantes que dificultam o alcance dos resultados. Quem explica isso é o médico brasiliense Gabriel Resende. Ele é pós-graduado em nutrologia, com especialidade em medicina esportiva e fundador de um instituto homônimo voltado ao emagrecimento e controle de patologias relacionadas aos distúrbios hormonais.
O profissional afirma que, assim como todo processo que seja limitado pela fisiologia de cada um, existem ajustes complexos que vão muito além da própria regulação habitual do corpo. Ele divide o emagrecimento em quatro principais pilares:
1 – Controle da fome
Para Resende, a fome é um processo fisiológico baseado na sinalização gerada pelo sistema nervoso central (cérebro) e transmitido ao restante do corpo por meio dos neurotransmissores. “Hoje, grande parte da regulação da fome está relacionada a estímulo em áreas do cérebro que nos trazem a sensação de prazer”, diz ele.
Quando o indivíduo regula esses neurotransmissores para gerar um completo estado de saciedade, ele está mostrando ao corpo que aquela é a quantidade adequada de alimento que se deve comer no dia. “Atualmente, há diversas práticas e hábitos que podem ser implementados em nossas rotinas para controlar esses estímulos. Além disso, quando indicado, existem medicamentos para controle no desbalanceamento dessa informação”, conta.
2 – Controle da ingestão alimentar
Diferentemente do controle da fome, que é o estímulo inato que nos faz buscar a comida, a ingesta alimentar é a quantidade de alimento que se ingere em uma única refeição. Atualmente, esse estímulo é gerado, em grande parte, por um reflexo oriundo de hormônios liberados por células no estômago.
Ao regular essa liberação hormonal, gera-se estímulos que fazem o indivíduo reduzir a quantidade de alimento ingerida. “Entre esses estímulos está a diminuição do período que o estômago demora para esvaziar, deixando-o cheio por mais tempo; a alteração na absorção e eliminação de gordura e outros macronutrientes e, por fim, algumas alterações hormonais que propiciam um equilíbrio no metabolismo energético”, aponta.
3 – Aumento do gasto energético
Gabriel Resende comenta que, quando a pessoa aumenta seu gasto energético, ela facilita o processo de perda de peso. “Uma vez aumentando esse gasto, estamos diminuindo a necessidade de restrição alimentar. A forma mais duradoura e sustentável de fazer isso é realizando exercício físico”, ensina.
O médico adverte que, apesar de muitos pensarem o contrário, a atividade física que mais merece atenção, nesse caso, é a musculação. “O exercício aeróbico nos permite um aumento do gasto energético momentâneo, já a musculação nos permite o aumento do gasto energético a longo prazo. Músculos são o sinal da longevidade e bem estar”, frisa.
4 – Absorção de nutrientes
Segundo o profissional, a ingesta de nutrientes essenciais são de extrema importância para o processo de emagrecimento. “Funcionamos como um carro de corrida. Se quisermos correr mais rápido, antes de ajustar o chassi, precisamos trocar o motor. Os nutrientes funcionam como o motor do nosso carro. Se eles não estiverem regulados, nenhum dos processos citados acima irá fluir com naturalidade”, pontua.
Diante disso, o ideal é buscar o atendimento com um nutricionista para garantir o consumo correto de alimentos.
Desmistificando o emagrecimento
Na opinião de Gabriel, o segredo para um emagrecimento efetivo é muito mais simples do que se imagina. “Mas vivemos em uma cultura imediatista, em que os resultados breves são mais significativos do que conquistas duradouras”, lamenta. Logo, para o especialista, a chave para se alcançar o peso ideal é a constância.
“Nosso organismo não foi condicionado para gastar calorias. Somos seres primatas, fomos treinados para acumular energia por não saber quando seria nossa próxima refeição. Com isso, reverter um processo que é intrínseco de nosso organismo exige tempo e paciência. A pessoa que se permite ter o tempo e desfrutar de todos os estágios do processo de emagrecimento, com certeza, terá um resultado muito mais duradouro efetivo”, fala Gabriel Resende.
De acordo com médico, o primeiro profissional a se consultar é um nutrólogo, endocrinologista ou médico do esporte. “Será feita uma extensa avaliação laboratorial e serão traçadas metas e caminhos que sejam plausíveis de serem percorridos”, elucida.
Após essa avaliação, deve-se ter seguimento com um nutricionista capaz de reconhecer as limitações do paciente e ajustar seus hábitos alimentares aos novos objetivos.
Por fim, mas não menos importante, é necessário iniciar um acompanhamento com um educador físico.
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