Médico explica como fumaça prejudica a saúde e quais cuidados adotar
A coluna conversou com o otorrinolaringologista André Neri. O médico frisou ser necessário ter cuidados redobrados no período da seca
atualizado
Compartilhar notícia
Deixar o umidificador ligado durante todo o dia, tomar litros e litros de água e usar soro fisiológico no nariz são alguns dos hábitos importantes para amenizar o clima seco que assola algumas cidades brasileiras, a exemplo de Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Neste domingo (26/8), há quem tenha se assustado com a fumaça ao sair de casa.
Conforme apuração da coluna Na Mira, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado, nesse sábado (24/8), para combater mais de 93 focos de incêndios no período de 24 horas. Caso tenha se perguntado de onde vem a fumaça que paira sobre o DF, vale saber que houve a queima de 224 hectares de vegetação, mas o Corpo de Bombeiros informa que também há fumaça vinda do interior de São Paulo.
A coluna Claudia Meireles conversou com o otorrinolaringologista André Neri, do Hospital Santa Marta, de Brasília para falar sobre como lidar com sintomas como pigarro constante, boca, nariz e pele ressecados. Em entrevista, o médico explicou quais são as consequências das queimadas para o sistema respiratório e a saúde de modo geral.
“Brasília já enfrenta quase três meses sem chuva e, agora, começaram também as queimadas, que crescem”, apontou André. Ele emendou: “Na região Centro-Oeste, essa é uma das principais causas de aumento de poluentes no ar, cerca de 90% das queimadas, é feita pelo homem. Nós poderíamos reduzir isso diminuindo as queimadas, sejam intencionais ou não.”
De acordo com o otorrinolaringologista, as queimadas deixam o ar com dióxido de carbono, enxofre e outras substâncias prejudiciais para a respiração. “Às vezes, há metais pesados que estão nesse ar carregado”, salientou. Ele enfatizou que toda essa poluição “atrapalha a limpeza do sistema respiratório”.
“As células que existem dentro do sistema respiratório, a árvore traqueobrônquica e a mucosa oral e nasal, não trabalham bem [em situação de poluição do ar]. São células possuem cílios e precisam se mover e limpar as substâncias que estão nesse sistema respiratório e expelir”, esclareceu o médico de Brasília.
André Neri ponderou quanto às tosses no período da seca e com o ar poluído. “Temos muita tosse, por isso, surge um cansaço e obstrução nasal. Tudo isso se deve a esse sistema respiratório em comprometimento de ter metais pesados e substâncias que podem estar atrapalhando-o e inflamando-o”, elucidou o especialista.
Em decorrência do sistema respiratório estar “irritado”, o corpo dá sinais ao aumentar a alergia, hipersensibilidade e hiper-reatividade do organismo, segundo o otorrinolaringologista: “Causa tosse, espirro, cansaço, dores de cabeça, secura na pele, distúrbio do sono e até confusão mental pode ocorrer.”
O médico aconselhou ter “cuidado redobrado”. André recomendou aumentar a hidratação e evitar a prática de exercícios físicos no período próximo ao meio-dia: “Nessa hora, com o calor, a secura fica maior”. O médico orientou usar protetor labial, cuidar dos olhos com colírios e aplicar cremes na pele a fim de hidratar o maior órgão do corpo.
O otorrinolaringologista alertou quanto a duplicar a atenção em relação às crianças e aos idosos. “São os maiores comprometidos nesta época”. Na quarta-feira (21/8), o Distrito Federal completou 120 dias sem chuva.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.