Médico de Carla Diaz explica como a alimentação age nos hormônios
Além da BBB Carla Diaz, o endocrinologista Luciano Negreiros atende Luccas Neto, Juliana Alves e os irmãos Kayky e Sthefany Brito
atualizado
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A frase “a gente é o que a gente come” leva a refletir sobre como está a alimentação. Fica o questionamento: saudável ou à base de “besteiras”? Independentemente da resposta, vale dar uma avaliada nas refeições, pois substâncias do organismo têm uma ligação intrínseca com o que se come, por exemplo, os hormônios. Uma atitude comum é retirar os carboidratos do prato, que, entretanto, pode vir a prejudicar o equilíbrio hormonal, segundo o endocrinologista Luciano Negreiros.
Médico de Carla Diaz, Luccas Neto e Kayky Brito, Luciano conversou com a coluna Claudia Meireles a respeito de como a alimentação influencia a produção, liberação e desempenho dos hormônios positiva e negativamente. À frente de uma clínica homônima na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o endocrinologista tem especialização em medicina ortomolecular, estética e nutrição esportiva e escreveu três livros sobre emagrecimento e obesidade.
Por dentro do corpo humano
O sistema endócrino produz em torno de 50 hormônios. Do total, alguns possuem maior importância, por exemplo, o tireoidiano, conforme explica o médico: “Com o potencial de ser um motor do organismo, a tireoide é a glândula localizada no pescoço que fabrica o hormônio tireoidiano com a função de regular toda a parte metabólica. Quando fica desregulado, o paciente pode apresentar hipotireoidismo, no caso, um carro com pouca gasolina. Já no hipertireoidismo, devido a alta hormonal, parece um carro muito acelerado”.
Quando as substâncias estão desreguladas, o corpo dá sinais, orienta o endocrinologista. No hipotireoidismo, há o aumento do ganho de peso. Oposto da doença anterior, o paciente com hipertireoidismo emagrece com facilidade. Luciano também elenca como principais hormônios, o GH e os sexuais. Relacionado ao crescimento, o primeiro é vital às crianças na fase de desenvolvimento. Os adultos precisam fazer reposição para não manifestarem sintomas de falta de energia, perda de massa muscular e aumento do percentual de gordura.
O que comer?
Queridinho das celebridades Sthefany Brito, Juliana Alves e Fabrício Boliveira, o especialista recomenda incluir algumas delícias saudáveis no plano alimentar a fim de contribuir com o bom funcionamento dos hormônios. É o caso da castanha-do-pará, rica em selênio e com potencial de melhorar a produção das substâncias da tireoide. Caso esteja “para baixo”, o médico instruir dar umas mordidas em chocolate 70%: “O cacau estimula a serotonina, considerada o hormônio da felicidade. Sempre indico quando os pacientes estão tristes”.
De acordo com o endocrinologista, carboidratos auxiliam na estabilidade hormonal, além de frutas, grãos e vegetais. Conhecidos por agirem de forma positiva na microbiota, os pré e probióticos favorecem a liberação das substâncias ao melhorarem o intestino de inflamações. “O intestino é como uma glândula secretora. Ao promover o equilíbrio do intestino, favorece o desempenho dos hormônios”, garante. Luciano aconselha consumir banana, aspargo, shitake e alimentos fermentados, por exemplo, iogurtes.
O abacate costuma ser um “santo remédio” para auxiliar no controle do colesterol, mas também ajuda os hormônios que dependem da secreção de lipídios. Integram o mesmo grupo da fruta rica em gordura boa, o óleo de coco e azeite extravirgem. Não gosta de comer vegetais? Chegou a hora de repensar a alimentação. “Por ter alto índice de ferro, os vegetais e legumes escuros contribuem com a produção hormonal, principalmente das substâncias sexuais”, esclarece o profissional.
Hormônios sexuais
Dentre os hormônios sexuais mais significativos, está a testosterona. Na menopausa, a mulher apresenta uma baixa da substância, consequentemente, ocorre uma diminuição da libido e aumento da flacidez. Durante o período, elas também passam pela redução do estradiol e progesterona, sendo necessário fazer reposição pós-menopausa. No caso dos homens, há um declínio hormonal progressivo na andropausa, o que afeta a habilidade, percentual de massa muscular e até a questão cognitiva, explica o médico.
“Quando hormônios sexuais estão desregulados tanto no homem quanto na mulher diminui a vontade sexual, vigor físico e capacidade mental, relacionada a testes de memória e concentração. Ocorre pela redução de testosterona. Na mulher, quando o estradiol diminui, começa com a secura vaginal e pouca disposição. Existem casos de depressão e ansiedade bem comuns no climatério”, avisa o endocrinologista de Carla Diaz e Luccas Neto.
Dietas
Segundo Luciano Negreiros, é fundamental ter o equilíbrio entre os três macronutrientes – carboidrato, proteína e gordura saudável: “Uma alimentação balanceada previne problemas hormonais”. Contudo, quem segue planos realmente restritivos prejudica a produção das substâncias vitais. É o caso da dieta cetogênica. Ele se opõe ao método. “Sou contra a neurotização. Não gosto da palavra dieta por parecer algo privativo. Sempre falo da reeducação alimentar”, defende.
Recentemente, o médico passou a atender uma paciente que fazia uma dieta bastante restritiva. Com o resultado dos exames, Luciano verificou que ela estava com deficiência de ácido fólico, ferro e vitamina B12. Luciano ressalta sobre as mulheres adotarem práticas alimentares danosas, geralmente, terão dificuldades de engravidar. Ao conseguirem ficar magras, elas param de menstruar, não ovulam e sofrem com grau de infertilidade.
Anticoncepcional
As adeptas do anticoncepcional sofrem alteração em todo o organismo ao consumir o medicamento, principalmente na atividade hormonal. As fórmulas por impedirem a ovulação tendem a diminuir a absorção de vitaminas e minerais. Luciano Negreiros instrui as pacientes a apostarem em uma alimentação rica em vegetais e frutas, em especial, devido a retenção hídrica. Nessas situações, o endocrinologista sugere tomar chá de cavalinha.
Para diminuir o inchaço decorrente do uso de anticoncepcional, outra forma de combater o sintoma é comendo melancia, maçã, melão, espinafre, salsão e alho-poró. Vale investir em frutas ricas em água, aconselha o especialista. O médico tem os títulos profissionais pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Ao longo da carreira, ele escreveu os livros, Emagrecimente: A Dieta dos Passos; Os Superamigos Saudáveis; e o Guia de Emagrecimento e Alimentação Saudável para Jovens e Crianças.
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