Médica que bomba na internet revela hábitos que afetam a saúde vaginal
Ginecologista, obstetra e sexóloga, Erica Mantelli atende em São Paulo e coleciona 900 mil seguidores no Instagram
atualizado
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Já imaginou o que afeta a saúde da vagina? Independentemente da resposta, saiba que a região íntima não sofre interferências decorrentes apenas do modo de higienização. Manter o equilíbrio da área depende também de uma alimentação balanceada, além de cuidados diários livres de produtos químicos. Caso esteja preocupada quanto ao estado da sua flora vaginal, a Coluna Claudia Meireles conversou com a médica Erica Mantelli.
Ginecologista, obstetra e sexóloga, a profissional é referência no assunto. Ela atende pacientes na Clínica Mantelli, situada na capital paulista. Com o propósito de sanar dúvidas a respeito de tabus e questões pertinentes à educação sexual, a médica compartilha explicações em postagens no Instagram, rede social em que coleciona mais de 900 mil seguidores. A especialista ainda comanda um canal no YouTube e um blog, intitulado de Bebê Genial.
Saúde vaginal
Se escutou ou leu que a vagina é autolimpante e achou uma balela, Erica vem dizer que o órgão dispõe dessa característica. “Nós temos, na nossa vagina, uma inteligência natural dela. Dependendo do que comemos ou das condições do ambiente, como calor e umidade, essa secreção pode ou não estar mais aumentada. Importante entender que a região nunca vai estar 100% seca, por ser uma região úmida”, garante a ginecologista.
A vagina tem uma umidade natural. Segundo a expert, a mulher deve se preocupar quando essa secreção fisiológica apresentar um cheiro muito forte. “Odor ruim mesmo, desagradável, como se algo estivesse estragado”, endossa. Outro motivo para acionar um alerta quanto à região íntima não estar bem é sentir ardência ou desconforto para urinar, dor durante a relação sexual e notar o surgimento de manchas ou irritação local, como bolhas.
“Tudo isso é sinal de que algo não vai vem com a área íntima. Não faça automedicação e procure o seu ginecologista para entender o que está acontecendo”, argumenta Erica Mantelli.
Hábitos prejudiciais
Conforme sustenta a sexóloga, um dos piores hábitos femininos com a região íntima é o excesso de limpeza da vulva e da vagina: “Algumas mulheres acreditam que, quanto mais limparem a área e mais sabonete e produtos usarem, estarão ajudando a saúde genital. Eis um grande erro”. A profissional alega que o exagero de higienização retira uma camada protetora podendo prejudicar o pH vaginal.
Erica explica que a limpeza tem de ser feita apenas na parte externa, ou seja, na vulva. “Não lavar internamente com duchas nem ficar introduzindo algo no canal vaginal”, reforça. Ela orienta evitar o uso de produtos com efeito bactericida por causar danos à flora da região. No rol de fórmulas proibidas, constam talcos, sabonetes com corantes, desodorantes e perfumes íntimos. “Não precisa disso, opte por água ou um sabonete com pH neutro ou com pH fisiológico adequado para a área genital”, sugere a ginecologista.
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Perfumes
“Não veja como normal a vagina ter cheiro de tutti-frutti ou algum perfume adocicado. Tentar mascarar algo natural do organismo é contra a própria natureza”, atesta a obstetra. De acordo com Erica, a aplicação de desodorantes íntimos não deve ser incentivada, porque a área tem um odor característico, especialmente dependendo da fase menstrual ou do ato sexual.
A ginecologista deixa um lembrete para as mulheres que já usam ou ficaram tentadas a adquirir uma fragrância para a área íntima: “Esses produtos podem mascar possíveis corrimentos e trazer efeitos colaterais, como alergias e irritações. Isso porque eles costumam ser ricos em álcool e conservantes, componentes que, a longo prazo, podem causar vermelhidão, ardência e ressecamento vaginal”.
Absorventes
O uso de absorventes comuns e protetores diários por períodos prolongados também interfere negativamente na saúde da região. “Em vez de ajudar, eles podem fazer com que a mulher produza mais secreção, gerando uma umidade mais elevada. Com a área ficando abafada, a mulher tende a desenvolver uma disbiose vaginal”, esclarece a ginecologista. O hábito costuma ocorrer com quem gosta de sentir “a sensação de estar mais seca, de não ficar com a calcinha toda hora úmida”.
Para as mulheres que avaliam a situação como desconfortável, Erica sugere fazer a troca da lingerie: “Escolha uma calcinha de algodão. Se possível, ainda mude a peça com mais frequência, mas não utilize absorventes todos os dias”. Ela acrescenta à recomendação: “É normal ter secreção e ficar com o fundo calcinha levemente umedecido no fim do dia”.
Aviso
Gestantes de primeira viagem não se espantem com o aumento da secreção vaginal! A mudança ocorre devido às alterações hormonais durante a gravidez. Consequentemente, as futuras mamães têm mais corrimento. Algumas delas podem enfrentar a alteração em razão do padrão do funcionamento intestinal. De qualquer maneira, Erica Mantelli aconselha recorrer a um especialista a fim de descobrir se a condição resulta de algo fisiológico ou se existe alguma infecção bacteriana ou fúngica associada.
Alimentação
Fã de guloseimas adocicadas? O excesso de açúcar pode prejudicar a região íntima. A lista não cessa nos doces, segundo a médica: “É preciso tomar cuidado com alimentos industrializados, farinha branca, pães, massas, álcool, cerveja e vinho”. O excesso de frutas cítricas também afeta a área por ocasionalmente alterar o pH vaginal. “Importantíssimo manter uma alimentação equilibrada a fim de manter a saúde íntima”, pondera Erica.
“Mantenha os hábitos de higiene adequados, faça a troca da calcinha e alimente-se de maneira adequada, evitando alimentos industrializados e açúcares”, instrui a obstetra.
Ressecamento vaginal
Conforme salienta Erica Mantelli, um grande número de mulheres pode dispor do ressecamento vaginal por conta de amamentação, menopausa, alterações hormonais, uso de anticoncepcional e aplicação de algum produto químico na região. Depois da avaliação de um ginecologista, a paciente saberá como tratar. Em alguns casos, indica-se o uso de hidratantes específicos para aumentar a lubrificação natural.
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