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Médica alerta para três remédios que podem interagir com o Wegovy

Segundo Paula Pires, existem três remédios que podem interagir com o Wegovy, potencializando os seus efeitos colaterais; saiba quais

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Injeções para perda de peso com Semaglutida. Uma mulher obesa aplica uma injeção hormonal no abdômen com uma seringa de caneta
1 de 1 Injeções para perda de peso com Semaglutida. Uma mulher obesa aplica uma injeção hormonal no abdômen com uma seringa de caneta - Foto: Getty Images

Fabricado pela farmacêutica Novo Nordisk, o Wegovy começou a ser comercializado no Brasil em julho do ano passado. O medicamento tem o mesmo princípio ativo do Ozempic, a semaglutida, e foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 para tratamento de sobrepeso e obesidade.

De acordo com a endocrinologista Paula Pires, o Wegovy chega com dosagens maiores do que o Ozempic, podendo ter até mais do que o dobro de miligramas, se comparado ao concorrente. Enquanto o Ozempic é indicado em bula para tratamento do diabetes tipo 2, o Wegovy foi aprovado no país para tratar obesidade em pessoas que não têm diabetes, segundo a médica.

Paula explica que o Wegovy, no geral, não interage tanto com outros medicamentos que já fazem parte da rotina de algumas pessoas. “É um remédio que vai bem com quase tudo. É, teoricamente, fácil de prescrever, mesmo para pacientes que têm muitas doenças ou que usam muitos medicamentos”, afirma.

Wegovy, um medicamento injetável para perda de peso que tem ajudado pessoas com obesidade - Metrópoles
O Wegovy, no geral, não interage tanto com outros medicamentos que já fazem parte da rotina de algumas pessoas

Contudo, existem três fármacos que podem interagir com o Wegovy, potencializando os seus efeitos colaterais.

Confira:

1 – Anti-hipertensivos (remédios para tratar pressão alta)

Visto que muitas pessoas perdem muito peso com o Wegovy (entre 10 a 20% de redução do peso inicial, segundo estudos), há uma melhora relevante na pressão arterial, a ponto de precisar diminuir a dose ou até suspender os anti-hipertensivos em indivíduos que faziam uso do medicamento para controle de pressão.

“A junção dos dois remédios pode causar hipotensão [pressão baixa] e causar mal-estar nas pessoas”, observa Paula Pires.

2 – Metformina (antidiabético)

Indicada principalmente para o tratamento da diabetes tipo 2, a metformina é um antidiabético oral que, por si só, já pode trazer efeitos colaterais do trato gastrointestinal, a exemplo de náusea, vômito, constipação, diarreia, azia e queimação.

Como o Wegovy também é um fármaco que pode gerar esses sintomas, a associação de ambas as medicações pode piorar o quadro.

“Tem pacientes que eu preciso reduzir a dose de metformina quando vou acrescentar o Wegovy”, comenta a endocrinologista.

Uma caneta de injeção de Ozempic (semaglutida)
O Wegovy chega com dosagens maiores do que o Ozempic

Paula acrescenta que, quando usada há mais de quatro anos, a metformina pode levar à deficiência de vitamina B12, o que pode se agravar ainda mais se associada ao Wegovy, já que ele faz com que o indivíduo coma menos.

“Com a mistura deles dois, você pode evoluir para uma deficiência de vitamina B12, o que dá muita fadiga, queda de memória e até sintomas neurológicos”, alerta.

3 – Antidiabéticos injetáveis, como a insulina, e os orais, como as sulfonilureias (sendo a gliclazida a mais comum)

O Wegovy não causa hipoglicemia, ou seja, a baixa concentração de glicose (açúcar) no sangue. Contudo, a especialista destaca que seu uso associado a remédios que fazem os níveis de açúcar caírem demais pode, sim, ocasionar em uma queda acentuada da glicemia.

“Isso acontece porque o Wegovy tem o poder de diminuir o apetite, fazendo com que a pessoa coma menos e emagreça”, fala. “Muitas vezes, nesses casos, nós precisamos tirar a insulina ou reduzir a dose”, continua.

Para a médica, a interação entre os dois fármacos pode fazer com que o paciente passe mal, chegando a até desmaiar, o que demanda muito cuidado. “Converse com o seu médico para saber se você precisa ajustar alguma dose, retirar ou trocar de remédio. O mais importante é ter o mínimo de efeitos colaterais possíveis”, aconselha.

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