Massagem facial: dermatologistas revelam se a prática é eficaz
Apesar de a massagem facial ter se tornado uma tendência, dermatologistas revelam se a prática realmente garante benefícios para a pele
atualizado
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A massagem facial, popularmente conhecida como yoga facial, virou uma tendência entre os que buscam melhorar a aparência da pele e combater os sinais de envelhecimento. A coluna, então, conversou com dois dermatologistas para entender sobre a eficácia da prática, levantando questões sobre seus verdadeiros benefícios para a saúde da cútis.
Segundo o dermatologista Wesley Ferreira, os exercícios faciais, em geral, são propostos para estimular a circulação sanguínea na região do rosto a fim de melhorar a absorção de nutrientes e a qualidade da pele.
Apesar disso, o especialista revela que não há comprovação científica de que esses movimentos realmente sejam benéficos.
“Na minha visão, essa prática não faz sentido. A movimentação muscular repercute na superfície da pele na forma de rugas, tanto as dinâmicas, formadas pela própria movimentação dos músculos, quanto as estáticas, vincos que ficam na pele depois de um certo tempo de ativação da movimentação natural da musculatura”, esclarece.
Há riscos ao fazer massagem facial?
Ferreira reitera os efeitos negativos de movimentar excessivamente certas áreas do rosto. “Realizar esses movimentos na testa e na região conhecida como ‘ruga de bravo’ pode estimular a formação de rugas indesejadas”, pontua.
A dermatologista Regina Buffman é outra que prega a cautela ao lançar mão desse cuidado. De preferência, que os pacientes realizem acompanhados por profissionais qualificados. “Apesar de uma revisão sistemática de 2024 sugerir que os exercícios faciais melhorem o aspecto estético da face, não existe uma fórmula mágica. Sem orientação profissional, há risco de acentuar assimetrias faciais”, comenta Regina.
Yoga facial substitui procedimentos estéticos?
Para aqueles que tentam realizar os movimentos em casa, Wesley adverte sobre possíveis efeitos colaterais, especialmente a quem sofre de disfunções na articulação temporomandibular (ATM). “Dependendo de como a atividade é realizada, quem tem alguma alteração na ATM pode acabar agravando o problema”, alerta.
Quando questionado se a yoga facial poderia substituir os procedimentos estéticos convencionais, Wesley Ferreira é enfático. “De forma alguma esses movimentos atingem os mesmos resultados que os procedimentos realizados por médicos em consultório, com respeito à anatomia facial e o cuidado com efeitos adversos”, esclarece.
Ambos os especialistas concordam que, embora os exercícios faciais possam complementar outros cuidados, existem equipamentos que simulam esses movimentos com maior eficácia, como a radiofrequência.
Dermatologistas oferecem dicas de cuidados para a pele
Regina Buffman oferece algumas dicas de exercícios para diminuir a retenção de líquidos.
“Fazer os movimentos sem orientação pode gerar prejuízos. Apesar disso, na hora de aplicar os cremes faciais, é possível realizar movimentos para reduzir o inchaço. Se quer melhorar a circulação, o ideal é fazer movimentos suaves do centro do rosto para as laterais”, indica.
Para as pessoas que acabaram de realizar aplicações da toxina botulínica, o botox, Wesley também menciona que os movimentos podem auxiliar na absorção do produto. “Apesar das contraindicações, há um estudo interessante que sugere que depois da aplicação da toxina botulínica, é importante fazer os exercícios faciais para que haja uma melhor fixação do produto”, comenta.
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