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Luciana Berry: chef encanta realeza e Londres com sabor brasileiro

A baiana conquistou parentes da rainha Elizabeth com delícias brasileiras. Luciana Berry usa ingredientes brasileiros nos preparos

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@lucianaberry/Instagram/Reprodução
Foto colorida de mulher parda e vestida com dólmã ao lado de boneco da rainha Elizabeth - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mulher parda e vestida com dólmã ao lado de boneco da rainha Elizabeth - Metrópoles - Foto: @lucianaberry/Instagram/Reprodução

Não dá para negar que os sabores do Brasil conquistam os estrangeiros. Do doce ao salgado, ou melhor, do brigadeiro à feijoada. Há quem experimente alguma delícia tipicamente brasileira pela primeira vez e fique completamente apaixonado pelo tempero. Diga-se de passagem, essa é a missão — concluída com sucesso — da chef Luciana Berry. Ela tem como lema apresentar a brasilidade gastronômica ao mundo. Seguindo a meta, a mestre em caçarolas já fascinou, inclusive, integrantes da realeza britânica pelo paladar.

Embaixadora da culinária e da cultura brasileira no Reino Unido, Luciana participou de reality shows gastronômicos, como o MasterChef britânico e o Top Chef Brasil 2020, do qual saiu campeã.

No currículo extenso, a expert em preparos também traz a mentoria da Le Cordon Bleu de Londres, em 2018. A Coluna Claudia Meireles ao se deparar com a chef do restaurante Mano Mayfair e seu histórico profissional, não pensou duas vezes em saber detalhes da trajetória da baiana, nascida em Salvador, à frente da cozinha.

Foto colorida de mulher parda, com cabelos castanhos e vestida com dólmã - Metrópoles
A chef Luciana Berry comanda a cozinha do restaurante Mano Mayfair

Início inusitado

Conforme a chef revela, o amor pela gastronomia “nasceu de forma bem inusitada”. “Minha mãe, Cecília Oliveira, é a melhor cozinheira para mim. Não por ela ser minha mãe, mas sim por ter um talento natural de combinar ingredientes com uma explosão de sabores”, comenta. Fã número um da matriarca, Luciana argumenta: “Eu sempre soube como a comida deveria ser, além de qual gosto e textura ter”, recorda.

À época em que morava no Brasil, ela nunca teve a pretensão de cozinhar. Até porque cursava engenharia elétrica e almejava seguir carreira. Eis que a vida deu uma reviravolta e Luciana despertou um “amor” pelo universo gastronômico. “Fui para a capital inglesa com a finalidade de aprender inglês e ficar por seis meses. Em Londres, me encontrei na gastronomia”, rememora.

Foto colorida de mulher
Luciana Berry começou a gostar de cozinhar após vivenciar um momento inusitado

Entre os motivos que levaram a baiana a se interessar pelos preparos, está uma razão bastante convincente para quem gosta de pratos condimentados: “Quando vim em 2004, a comida aqui não era muito boa. Sempre sem tempero e sal, também tudo cozido demais”. O tópico ficou ainda mais sensível quando Luciana participou de uma festa tradicional da Harrow School: “Uma escola interna só de garotos em que foram filmadas várias cenas da saga Harry Potter e o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill estudou”.

“Comi um empadão horrível de carne. Não acreditei que as pessoas estavam gostando daquilo”, relembra. Incrédula com as preferências dos amigos, Luciana se propôs a cozinhar no evento seguinte: “Até que um dia eu pedi para fazer o próximo jantar, porque qualquer coisa para mim ia ser melhor do que aquele empadão seco e com a carne dura”. Ela preparou um “estrogonofe de frango à la Brasil com arroz e batata”.

Foto colorida de mulher branca, loira, vestida com dólmã e segurando uma bandeja com canapés - Metrópoles
A chef busca apresentar os ingredientes brasileiros ao mundo

Pitada de amor

“Foi um sucesso tão grande que as pessoas resolveram me pedir para cozinhar para as outras festas”, destaca a chef e criadora do menu do Mano Mayfair. A partir daí, começou a surgir o amor e satisfação de Luciana Berry em alimentar bem as pessoas. Na hora de preparar e montar um prato, leveza, criatividade, ousadia, notas, sabores, texturas e ingredientes coloridos são princípios levados à risca pela mestre em caçarolas. Enquanto isso, toca-se Maria Bethânia no som.

Brasileira residente na terra da rainha Elizabeth, Luciana tem como receita favorita a moqueca. “Além de ser deliciosa, tem a marca de um povo lindo por trás”, define. Dos ingredientes típicos da culinária verde-amarela, a chef não perde a oportunidade de incrementar a mandioca nos quitutes. Ela caracteriza a raiz como “minha rainha” e o “alimento do século”.

“Gosto de colocar a mandioca de várias formas para mostrar toda a sua versatilidade e riqueza. Eu sempre conto a importância da raiz em ajudar no combate à fome mundial. É com certeza o alimento do século. Me emociono todas as vezes quando viajo pelo mundo fazendo cooking shows para promover a gastronomia brasileira. A mandioca está sempre presente. É a minha rainha”, garante Luciana.

Foto colorida de mulher montando prato - Metrópoles
A chef tem a mandioca como ingrediente brasileiro favorito

Família real britânica

Falando em rainha, Luciana já elaborou menus para artistas, embaixadores, jogadores de futebol, chefes de Estado e primeiros-ministros do Reino Unido. No rol de personalidades que já se deleitou com os pratos feitos pela chef brasileira estão dois membros da dinastia Windsor, os príncipes Andrew e Edward, irmãos do rei Charles III. Ela tratou de colocar nas delícias ingredientes que exalam o sabor tupiniquim.

Luciana cozinhou para os integrantes da realeza em duas ocasiões. “Um dos príncipes comeu ensopado de peixe, porque eu não podia colocar dendê. O outro degustou meus canapés, todos com muita brasilidade”, enfatiza. Por dentro de eventos sociais e de questões da família real britânica, a Coluna Claudia Meireles questionou a chef como ela desenvolveria um banquete para os parentes do rei Charles e quais ingredientes utilizaria.

Foto colorida de mulher branca com o microfone e mexendo as mãos. Há uma panela perto dela - Metrópoles
A chef ensina sobre a culinária verde-amarela em eventos gastronômicos

“Como eles não podem comer frutos do mar, eu iria colocar mandioca, cachaça, deliciosas frutas, castanhas e pescados brasileiros. Elaboraria um menu regado a Brasil e tudo o que vem dele”, atesta Luciana. Durante o bate-papo, a chef lembrou de um episódio inesperado com um jornalista japonês. Ao experimentar os pratos preparados pela baiana, o profissional da comunicação declarou ficar impressionado com a riqueza de sabores.

Segundo Luciana, o jornalista japonês se surpreendeu com as “notas de acidez, pimenta, dulçor, salgado e umami em cada prato”. “Tudo o que ele comeu tinha no Japão, mas lhe foi apresentado de forma totalmente diferente, com o tempero e a cara bem Brasil. Havia muito frescor e cor nos pratos”, assegura. O cliente contou à chef não conhecer a culinária brasileira e ter sido uma tremenda “surpresa gastronômica” para ele.

Futuros projetos

Com projetos prestes a saírem do papel, ou melhor, do forno, Luciana Berry deseja colocar os molhos que elaborou em mercados europeus e americanos. Ela também quer abrir um restaurante em Londres. “Nele, eu poderei contar a história do Brasil de Norte a Sul, ainda mostrar quão rica é a nossa cultura e biodiversidade”, evidencia a baiana e mentora da Le Cordon Bleu, uma das melhores escolas de gastronomia do mundo.

Foto colorida de mulher branca e loira colocando açúcar em uma tigela - Metrópoles
Luciana tem vários projetos, como criar o próprio restaurante

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