Labioplastia: por que mulheres querem ter a “vagina de boneca”?
A médica Yara Caldato explica como a labioplastia, ou “cirurgia da Barbie”, funciona. Veja as principais motivações para fazer a intervenção
atualizado
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Ao longo da vida de uma mulher, seu corpo inteiro muda — inclusive a região íntima. O corpo pode estar sujeito à gravidez, parto, menopausa, alterações hormonais e envelhecimento natural. Tudo isso faz com que ocorram mudanças internas e externas na área vaginal, que podem afetar a aparência e as sensações experimentadas.
Por isso, há alguns tratamentos de rejuvenescimento da regiãi, como a labioplastia, ou “cirurgia da Barbie”, operação que reduz os pequenos lábios que envolvem a vagina. As pacientes que buscam o procedimento desejam uma superfície genital lisa, de modo que os pequenos lábios (os lábios internos) não se projetem além dos grandes lábios (os lábios externos).
“Como resultado, essa intervenção é apelidada de ‘cirurgia da Barbie’, pois essas bonecas não têm características genitais óbvias”, explica a ginecologista Yara Caldato.
A especialista em ginecologia regenerativa, funcional e estética explica que embora existam motivos físicos ou funcionais na realização da intervenção — desconforto ao participar de esportes como andar de bicicleta ou durante a relação sexual —, a maioria das mulheres fazem devido ao relato de infelicidade com a aparência genital.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a demanda por este tipo de cirurgia aumentou de 5.070, em 2013, para 7.535, em 2014. Ou seja, mais de 49%, de acordo com um estudo da Oxford Academic.
A pesquisa ainda revela que as motivações para decidir se submeter a labioplastia foram: insatisfação estética com os lábios (87%), desconforto ao usar roupas (64%), relações sexuais dolorosas (43%), desconforto ao participar de esportes (26%), desconforto ao usar roupas íntimas/roupas (15%), ansiedade ou vergonha (9%) e dificuldades de relacionamento (9%).
Segundo a ginecologista, as alterações que ocorrem na região íntima ao longo do tempo podem provocar algum tipo de constrangimento que acabam interferindo no seu bem-estar, por isso algumas acabam optando pela intervenção e adquirir a “vagina de boneca”.
“Entre 15-20% das mulheres têm vários distúrbios sexuais, como coito doloroso, vaginismo, hipersexualidade patológica, e existem muitas doenças ‘corporais’ que se baseiam em um estresse psicoemocional”.
E acrescenta: “Em algumas situações, o sexólogo e um psicoterapeuta podem ajudar. Em outras, o endocrinologista e o ginecologia regenerativa funcional. Mas há problemas que só podem ser resolvidos com cirurgia íntima”, finaliza.
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