Jovens que se conheceram no jardim de infância se reencontram e se casam
Mayara e Matheus Moreira Carvalho protagonizam uma linda história de amor. Eles oficializaram a união no último dia 11
atualizado
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A história de Mayara e Matheus Moreira Carvalho parece ter sido tirada de um livro de romance (ou, quem sabe, futuramente inspirará o roteiro de um filme). No dia 11 de outubro, o casal escreveu um novo capítulo do relacionamento e iniciaram a vida a dois. Mas, até dizerem “sim” no altar, os pombinhos vivenciaram as idas e vindas do amor. Eles se conheceram quando crianças, foram vizinhos e entraram na formatura do jardim de infância juntos.
“A maioria das surpresas que poderia acontecer em um noivado, aconteceu”, destaca Mayara à coluna Claudia Meireles. Dentre tantos episódios, a estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) citou a pandemia do novo coronavírus. Se alguns casais optaram por adiar o enlace, os brasilienses decidiram continuar com a data prevista. Sem poder contar com a presença de todas as pessoas que fizeram parte da história de amor, eles transmitiram a cerimônia pelo YouTube.
Como tiveram de cancelar a recepção dos sonhos, Matheus e Mayara já marcaram a renovação dos votos de um ano de casados. Na ocasião, as bodas de papel serão comemoradas na companhia de amigos e familiares. Como a maioria dos pombinhos, eles não escolheram a data eventualmente. Católicos, os dois oficializaram a união um dia antes da celebração de Nossa Senhora Aparecida, realizada em 12 de outubro. “A consideramos nossa madrinha”, revela a estudante.
História
Os primeiros capítulos do romance de Mayara e Matheus foram escritos quando crianças. Os dois estudaram e entraram juntos na formatura do jardim de infância. Também eram vizinhos, mas esse pequeno detalhe só veio à tona depois de revelarem o namoro aos pais. A estudante confessou que, quando menina, teve como primeiro amor o futuro marido: “Gostava dele quando pequenininha. Me lembro que o Matheus foi o primeiro menino que eu gostei. Um amor de infância”.
Ao longo da vida, a dupla se desencontrou. Mayara mudou de escola e Matheus de cidade. Ele foi para o Gama. Quando estava com 15 anos, a estudante notou o amado na missa. Para sua surpresa, ele participava de um grupo de jovens da paróquia e a adolescente também fazia parte, porém, não costumava ir. Mas, com um bom pretexto, Mayara passou a marcar presença nos encontros semanais.
Somente depois de três reuniões, Matheus percebeu que lá estava Mayara. Ao querer ser notado pela futura mulher, o adolescente enfrentou alguns “perrengues”. O mesmo ocorreu com a jovem. “Ele me viu em um evento proporcionado pelo nosso grupo de jovens. E quis mostrar algo para a menina, no caso, eu. Somos um pouco desastrados e passamos por situações que nos deixaram com vergonha, como quando eu derramei suco na minha blusa”, rememora.
O ano era 2012. À época, eles cursavam o segundo ano do ensino médio. O casal começou a conversar, tornaram-se amigos e, diante da oportunidade de ficar mais próxima do crush, Mayara entrou para o ministério de música do grupo de jovens. “Eu tinha uma queda por ele, e vice-versa”, garante a brasiliense.
Em 2013, iniciaram o namoro no dia do aniversário do Matheus, em 23 de fevereiro. Ambos tinham 16 anos, e engataram o romance escondidos dos pais de Mayara, que não permitiam a filha ter um relacionamento. Os dois ficaram juntos por oito meses e decidiram terminar por não saberem como sustentar o namoro. “Éramos infantis e precisávamos amadurecer”, recorda a estudante de arquitetura e urbanismo.
Com o fim do romance, Matheus namorou outra garota. Eles se distanciaram, apesar de participarem da mesma equipe de música. Nos primeiros meses de 2015, o jovem acabou o relacionamento e retomou as conversas com Mayara, conforme explica: “Certa vez, ele me falou sentir falta da nossa amizade. Voltamos a ser amigos, somente isso. Como o nosso relacionamento terminou por motivos externos, havia um sentimento lá no fundo que nem sabíamos”.
Papo vai, papo vem, os pombinhos se reaproximaram e o sentimento aflorou novamente. “Ficamos uma vez, no dia 27 de julho. Depois, mais duas vezes. Na terceira, chamei o Matheus para conversar, pois queria apresentá-lo aos meus pais e fazer tudo certo. Eu queria ter algo sério”, explica Mayara. No entanto, a resposta do amado foi um “não”. No ponto de vista dele, o momento não era propício devido ter acabado de terminar um namoro.
“Eu respeitei o momento e parei”, frisa Mayara. Na mente de Matheus, a estudante estava brincando. Por isso, insistiu. Ela não cedeu e foi aí que caiu a ficha do estudante de Engenharia Eletrônica da UnB. Em agosto, os dois foram para um retiro. Lá, ele declarou-se à amada e disse que iria esperar “um sinal de Deus”. No dia 8 de dezembro de 2015, os pais da jovem conheceram o namorado da filha. A oficialização do pedido ocorreu 12 dias depois, data do aniversário da brasiliense.
Mudança de planos
Ao refletir sobre a relação, Mayara vê que cada fase do romance aconteceu como deveria, porque ambos amadureceram no período de separação. “Sempre acreditamos que somos a pessoa certa um para o outro, mas não havia chegado o momento de termos algo sério e de entender as necessidade de cada um”, justifica. Eles disseram “eu te amo” pela primeira vez após sete meses de namoro. Quando finalmente falaram, ambos se surpreenderam: “É uma expressão forte. Uma decisão com encargo de doação e sacrifício”.
Diversas vezes, Matheus expôs o fato de não gostar de usar aliança. Quando completou um ano de namoro, ele presenteou a namorada com o anel de compromisso. Com o romance encaminhando para um casamento, apesar do estudante de engenharia fugir do assunto, os dois abriram mão de planos pessoais e profissionais. Ele almejava graduar-se em engenharia aeroespacial, no entanto, teria de mudar-se para outro lugar caso fosse fazer o curso superior.
“O Matheus pretendia ir para outro país. Os planos dele mudaram por mim. Hoje, ele é feliz com essa decisão que tomou”, sustenta Mayara. A estudante de arquitetura também alterou os projetos. Ela sonhava em estagiar em um escritório francês durante a faculdade. Em razão da pandemia, o casal ainda não conseguiu o diploma superior.
O futuro engenheiro garantiu a efetivação no trabalho, proposta igualmente recebida pela aluna da UnB. Mas, antes, será necessário concluir a graduação e a formatura, conforme ponderou o chefe. “Noivamos e casamos como dois estagiários. O Matheus foi efetivado um mês antes de casarmos. Nossa jornada, sempre nos entregamos”, conclui a mulher de Matheus.
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