Jericoacoara: o destino icônico que encanta os entusiastas do Bitcoin
Comunidade brasileira tenta dar uma chance às criptomoedas, mais precisamente ao Bitcoin. Um projeto em Jericoacoara tem ganhado adeptos
atualizado
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A Bitcoin Beach, de El Salvador, foi apenas um experimento na cidade costeira de El Zonte, mas agora é mundialmente famosa por aceitar o pagamento padrão com Bitcoin. Vital, o teste ajudou a mostrar como seria um lançamento em larga escala. Agora, a 5.123 quilômetros de distância, outro país deu início a um projeto com a criptomoeda descentralizada: o Brasil!
Desde 2020, o Brasil vive uma sandbox regulatória. Isso significa que os projetos baseados em blockchain e seus criadores não correm o risco de serem encerrados ou penalizados, respectivamente, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além disso, o país com mais de 211 milhões de pessoas, tem mais de 1 milhão de usuários de criptomoedas registrados.
Conhecido pela música Teoria da Conspiração, o empresário e cantor Fernando Motolese, de 38 anos, escolheu a famosa praia cearense para fornecer aos turistas uma alternativa descentralizada para pagamentos dos seus serviços. Ele acabou transformando o paraíso de Jericoacoara na Praia Bitcoin Brasil.
Segundo Motolese, a ideia do projeto começou durante a quarentena causada pela pandemia de Covid-19. O empresário é natural de São Paulo, entretanto, mora há dois anos em Jericoacoara. No reduto cearense, ele criou um forte laço com a comunidade local.
“Estamos muito felizes fazendo isso, mudando a vida das pessoas. Eles [população de Jericoacoara] adoram fazer transações usando BTC. Estamos planejando fazer um financiamento coletivo para dar R$ 100 em Bitcoin para cada cidadão local a fim de acelerar a adoção”, disse Fernando Motolese.
Com a ajuda de Lucas Ferreira, evangelista da Lightning Labs, o movimento já conseguiu a adesão de 48 iniciativas comerciais para que os estabelecimentos começassem a aceitar Bitcoin. De acordo com a conta do Twitter do Bitcoin Beach BR, o experimento foi lançado com um empresário doando 0,02 BTC, com alguns amigos.
O objetivo da ação é ajudar a população local, educá-los sobre o Bitcoin, persuadir as empresas a aceitar o BTC e, posteriormente, fazer “experiências BTC VIP”, conforme anunciou o perfil.
São, atualmente, 10 comércios variados, como de agência de turismo, padarias e pousadas, além de três projetos sociais e oito trabalhadores autônomos que já aceitam o Praia Bitcoin.
Segundo o site oficial do projeto, apesar de a Vila de Jericoacoara ser um dos destinos turísticos mais procurados do planeta, a região não possui um único caixa eletrônico para retirada de dinheiro. “Fomos esquecidos pelos bancos, mas agora temos Bitcoin”, tuítaram na conta Praia Bitcoin.
“Estamos criando um ecossistema econômico sustentável, com a missão de provar que o Bitcoin pode ter o maior impacto na vida daqueles que a sociedade muitas vezes ignora”, escreveram na página oficial.
Será que El Zonte e Jericoacoara serão as únicas praias Bitcoin do mundo? É difícil dizer, já que outras comunidades também tentam dar uma chance às criptomoedas.
(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado. Ela tem MBA em criptoativos e blockchain