Jalapão: como o paraíso natural virou point de famosos e influencers
Destino caiu nas graças de nomes como o humorista Whindersson Nunes. A coluna explica os motivos para esse boom
atualizado
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Existem destinos que promovem mais do que uma mera viagem. Eles nos marcam e nos fazem crer na existência do divino, tamanha a beleza que se impõe diante de nossos olhos. Imagine, então, um endereço no qual paisagens paradisíacas em tons de azul surgem como a tela de um quadro e, somadas ao contato com um Brasil desconhecido, tornam-se uma experiência quase transcendental. É exatamente essa a sensação que se tem ao desembarcar no Jalapão.
Com mais de 34 mil metros de extensão, esse oásis brasileiro fica no Tocantins e, de uns anos para cá, caiu nas graças de famosos e influencers, que se veem rendidos pelas paisagens absurdamente distintas. Dunas, fervedouros e rios compõem o leque de atrações da região, situada no coração do cerrado brasileiro.
Mas, o que fez do Jalapão um hit? Há algumas explicações. A primeira delas é a gravação de atrações televisivas, como a novela global O Outro Lado do Paraíso e o reality show americano Largados e Pelados.
Outra força motriz para essa ascensão recente é a quantidade de influenciadores que dão check-in por lá, como a cantora Lexa, o humorista Whindersson Nunes e os ex-BBB Gui Napolitano e Ivy, para citar alguns nomes.
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Os números não nos deixam mentir. Mesmo fechado durante oito meses em 2020, por conta das restrições da pandemia de Covid-19, algumas atrações registraram um aumento de 77% na visitação, se comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Agência de Desenvolvimento do Turismo (Adetuc).
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E como desbravá-lo?
Para chegar, é preciso pegar um voo a Palmas ou, então, fazer o trajeto de carro até a capital tocantinense. É de lá que saem as excursões com as agências de turismo que levam aos passeios. Há dezenas de opções, com preços médios de R$ 2 a 3 mil, por pessoa.
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Geralmente, os pacotes incluem hospedagem, serviço de guia, entrada nas atrações e alimentação, além do transporte e de alguns lanchinhos ao longo do dia. As refeições principais costumam ser feitas em endereços simples, a maioria familiares. No menu, entram opções com a cara do Brasil, como carne de panela, peixe frito e galinhada. Não vá embora sem provar a cerveja local, a Jalapa.
Indispensáveis no roteiro
Lagoa do Japonês
Com paisagens que lembram o México e seus cenotes, essa lagoa em Ponte Alto do Tocantins tem águas cristalinas e é uma das mais procuradas pelos turistas. Além das formações rochosas surreais, ganha destaque um barquinho a motor posicionado estrategicamente para a sua foto bombar no Instagram. Antes, um aviso: prepare-se para encarar uma estrada daquelas, pois a pista não está em boas condições.
Cachoeira do Formiga
Mais uma vez, a coloração da água deixa os visitantes sem ar. A cachoeira fica a menos de 40 km de Mateiros e também permite que você acampe por lá.
Cachoeira da Velha
É lá onde fica a maior queda d’água da região, de onde saem os mais aventureiros, que decidem fazer um rafting. Se for do time mais relax, vá e fique no deck de onde é possível contemplar a vista. Depois, tome um banho no Rio Novo.
Pedra Furada
Distante 30 km de Ponte Alta, a formação rochosa impressiona pela coloração, que vai do branco ao rosado, e buracos que permitem apreciar o cerrado, que se apresenta em toda a sua diversidade de fauna e flora. Se possível, vá assistir o pôr do sol, sem pressa.
Dunas do Jalapão
Certamente, um dos “rolês” que não podem ficar de fora e que fica dentro do Parque Estadual do Jalapão. Assim como em outros destinos famosos, como Jericoacoara e os Lençóis Maranhenses, aqui o destaque são grandes bancos de areia que se formam próximo à vegetação e pequenas lagoas, dando a sensação de estar entre um deserto e uma floresta nativa.
O ideal é ir no fim do dia, quando a temperatura estiver mais amena, e se permitir desbravar cada duna sem olhar para o relógio.
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Fervedouros
Imagine grandes piscinas quase transparentes e onde você não afunda, por mais esforço que faça. Assim são os fervedouros, uma experiência no topo da lista de quem conhece o Jalapão. Há mais de uma dezena deles, com características diferentes. Alguns dos mais visitados são o dos Buritis, Buritizinho, do Ceiça, Bela Vista e do Alecrim. A maior parte fica em Mateiros ou São Félix.
Dicas importantes
- Contrate um guia ou uma agência
Por mais que você se considere um motorista experiente e tenha um carro 4×4, é de bom tom contratar um guia, uma vez que as estradas são, em grande parte, de chão batido. Em algumas delas, trechos curtos de 60km são feitos em duas horas ou mais. Aproveite o passeio para pensar e repensar a vida. Faz parte da aventura.
- Prepare-se para uma aventura nômade
Não exagere na bagagem. Se possível, leve uma mochila grande, em vez de malas rígidas. Em geral, as expedições duram entre três a cinco dias. Em cada um deles o viajante dorme em uma cidade diferente, fazendo um circuito móvel que engloba os municípios de Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Félix, Rio Sono e outros, a depender do roteiro.
- Na mala
Leve roupas leves, chapéu, protetor solar e muito repelente. Em geral, o clima do Tocantins é ameno durante todo o ano, com exceção dos meses de janeiro a março, quando há incidência de chuva. Ainda assim, é difícil fazer frio durante o dia. Se for no inverno, separe uma jaqueta ou casaco, mas apenas para o período da noite.
- Compre do pequeno
Ao chegar, aproveite para conhecer os pequenos artesãos locais, que geralmente oferecem seus serviços nos restaurantes pelos quais os visitantes passam. As peças feitas em capim dourado são de encher os olhos e rendem ótimos presentes.