Ivo Pitanguy é homenageado em sessão solene na Câmara dos Deputados
A sessão homenageou o legado profissional e humanitário do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, no plenário Ulysses Guimarães
atualizado
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Ivo Pitanguy deixou um grande legado para a cirurgia plástica e tornou-se um dos brasileiros mais reconhecidos no mundo. Neste ano, o profissional completaria 100 anos, e para homenageá-lo por todo serviço prestado à sociedade durante a vida, a Câmara dos Deputados realizou, nessa segunda-feira (11/12), uma linda cerimônia, no plenário Ulysses Guimarães.
A sessão solene foi proposta pelo deputado federal Jonas Donizette (PSB-SP) e pela Associação dos ex-alunos do Professor Ivo Pitanguy (AEXPI) — representada na figura do presidente José Eduardo Lintz. Completou a mesa da presidência da Câmara, Antônio Paulo Pitanguy, cirurgião plástico e neto do homenageado; Fausto Camilo, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no DF; Marcelo Morales, membro titular da Academia Nacional de Medicina; e Luciano Ornelas, representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Em nome do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Donizete abriu a ocasião com uma mensagem exaltando a história e o trabalho de Pitanguy. “Suas mãos, não apenas remodelaram formas, mas também restauraram esperança e sonhos. Ele exerceu sua profissão com ética, dedicação, arte e, acima de tudo, com humanidade”, disse.
Nascido em 5 de julho de 1923, em Belo Horizonte (MG), Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy iniciou sua formação profissional na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e concluiu na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sentindo que a sua vocação era a cirurgia plástica, empreendeu uma longa peregrinação pelo mundo, através de estágios e cursos realizados nos Estados Unidos e na Europa, já aliando a prática da parte estética e reparadora ao exercício do ensino.
Em entrevista para a Coluna Claudia Meireles, Donizette ressaltou a importância de valorizar personalidades que deixaram um legado para o país e de como eles podem incentivar outros indivíduos a seguir o mesmo caminho.
“Ele era uma pessoa que em diferentes aspectos — em um momento em que não exigia tanto a questão da responsabilidade social — colocou a serviço do povo a sua habilidade profissional. Desde então, se destacou tanto em intervenções reparadoras, quanto também na estética. O mais importante é que Ivo deixou raízes e frutos que continuam até os dias atuais”, disse.
O médico acreditava e defendia a cirurgia plástica como instrumento de bem-estar, como forma de ajudar o paciente a recuperar a autoestima. Durante a homenagem, todas as personalidades fizeram questão de reforçar o respeito e a humanidade do médico. O mineiro, que atendeu vários famosos, acreditava que todos tinham o direito de se sentir bem com a imagem, e que o acesso a esse tipo de procedimento deveria ser tanto para as classes altas quanto para aqueles que vivem em vulnerabilidade social.
“Eu tive o privilégio de estar com ele por três anos — durante a residência. A sua formação foi muito além da medicina, era uma pessoa com muito conhecimento e muita sabedoria, cuidava do outro com muito profissionalismo, ética, genialidade e técnica. Além disso, Pitanguy trouxe a cirurgia plástica para a realidade do brasileiro, algo que antes era visto com uma certa resistência, mas ele mostrou, a partir da atuação reparadora, a importância social no tratamento de fissurados, queimados e mutilados”, expressou Eduardo Lintz.
Antonio Paulo Pitanguy, neto do renomado médico e único descendente direto das técnicas do avô, agradeceu o reconhecimento em nome de toda e família. O cirurgião plástico relembra também, com muito carinho, do lado pessoal de Ivo Pitanguy e de tudo que aprendeu sobre ética e amor ao próximo.
“Ele era uma pessoa maravilhosa, de hábitos simples, curioso, que conversava com qualquer pessoa da mesma maneira, seja um pescador ou chefe de Estado. Era um homem otimista, apaixonado pela vida, pelo Brasil, pelos animais. Deixou muitas saudades”, proferiu à coluna.
Durante a vida, o homenageado atuou muito além da medicina. Por 10 anos, foi presidente do Museu de Arte do Rio de Janeiro e ocupou uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Por seus serviços prestados à sociedade, recebeu diversas homenagens em vida, uma delas pelo papa João Paulo II. Também pertenceu a inumeráveis instituições científicas em todo o mundo, sendo condecorado por numerosos países. Ele faleceu em agosto de 2016.
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