Influencer Marcinha Oliveira compartilha roteiro do Burning Man
O maior evento de contracultura do mundo voltou a movimentar as areias do deserto de Black Rock, em Nevada (EUA)
atualizado
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O Burning Man, o maior evento de contracultura do mundo, voltou a movimentar as areias do deserto de Black Rock, em Nevada (EUA), após uma trégua em razão da pandemia. Conhecido pelas instalações arquitetônicas excêntricas, pelas festas restritas e pela presença de modelos, influencers ou pessoas estilosíssimas do mundo todo, o festival teve início no dia 28 de agosto e seguiu até 5 de setembro.
Este ano, o projeto ganhou o tema Waking Dreams, e deu continuidade ao conceito artístico, tecnológico e social que atrai tantos “curiosos de plantão”.
A edição de 2022 levou um grupo de brasileiros — incluindo brasilienses — ao norte do estado de Nevada. Duda Nogueira, Luly Mello e Carlos Taurisano foram alguns que pisaram nas famosas areias esvoaçantes e fizeram parte da metrópole idealizada por Larry Harvey e Jerry James.
Mas quem conta tudo para a Coluna Claudia Meireles é a influencer Marcinha Oliveira. Ela desembarcou da capital federal rumo ao destino mais desejado pelo público cool. A bela compartilha detalhes de sua viagem:
“Abriu a minha mente”
Marcinha afirma que ouviu falar do evento há seis anos. “Me despertou o interesse desde o início, vendo cada vez mais e mais amigos indo. Essa vontade foi crescendo”, diz ela. Este ano, durante uma conversa com o amigo Carlinhos Taurisano, veterano no Burning Man, a influencer decidiu que esse era o seu momento.
A brasiliense pegou um voo saindo do Havaí, nos Estados Unidos, em direção a Los Angeles. De lá, ela seguiu para Reno, cidade localizada no estado americano de Nevada, onde seu amigo Sebastian a recebeu para ajudar a comprar casacos e botas.
“Antes de tudo, o Carlinhos me indicou para um camp chamado The Kazbah. Eu participei de um processo seletivo enviando um e-mail falando sobre quem eu sou e o que penso do mundo. Me aprovaram e logo depois fizeram uma entrevista por ligação para entenderem a minha vibe e para explicar as minhas funções no camp. Em seguida, enviaram o boleto — que não é barato. Isso foi quatro meses antes do Burning Man”, comenta Marcinha.
A jornalista e influencer foi para o evento no dia 28 de agosto, data exata do início da programação. Como seu amigo Carlinhos já estava no trailer alugado (que eles chamam de RV), ela pegou um ônibus exclusivo do festival, apelidado de BxB. “Ele custa US$ 145 e você paga no site oficial. Ele fura uma fila de 15h horas para chegar ao local”, fala Marcinha.
Com o ingresso do evento em mãos (ele foi comprado também no site oficial), a bela embarcou no BxB e partiu rumo ao deserto de Black Rock.
Marcinha Oliveira ainda carregou um livro que continha várias informações importantes, como as atrações e indicações de onde ficam as artes, as festas, os camps com comidas e bebidas grátis, massagens, palestras, aulas de yoga e muito mais. “E eles têm o aplicativo que funciona sem internet com todas essas informações”, declara.
Trailer
A burner revela que o trailer que ela alugou era superconfortável: com dois quartos, sendo um com cama de casal e um com duas camas de solteiro, sofá e mesa que viram cama, banheiro e cozinha toda equipada.
Já no The Kazbah, havia banheiros coletivos; e uma cozinha disponível 24 horas com três freezers cheios de comidas variadas e frutas, entre outros mantimentos. “Cozinha com fogão, água gelada, café, chá, bolinhas de chocolate energéticas, salgadinhos, pães… Nós servíamos açaí, churrasco e legumes com homus para os burners quando tinha festa no nosso camp — que era todos os dias. À noite, tínhamos um jantar para o pessoal do nosso camp feito por grandes chefs, uma delícia!”, descreve a bela.
“Há festa o tempo todo: de dia, à tarde e à noite, tudo acontecendo ao mesmo tempo”, relembra Marcinha.
Outra lembrança que a influencer traz à tona é o número gigantesco de bicicletas no local. “É o meio de transporte oficial no deserto. Eu perdi a minha no primeiro dia, são milhares. E é difícil encontrar depois da festa”, observa.
Gifts
Durante os dias de permanência no deserto, era possível presentear as pessoas — de forma espontânea e sem pedir nada em troca, segundo a brasiliense. “O meu gift para o Burning Man foram as Polaroids. Levei 200 filmes para fotografar os burners. Eu via algum momento interessante, fazia minha foto e entregava para a pessoa. Eles me agradeciam com um abraço de coração com o coração, um beijo, uma pulseira ou um convite para comer, beber ou ir em uma festa no camp deles”, conta.
“O gift não é obrigatório. Mas todo mundo leva pulseiras, chaveiros, bonequinhos… Os brasileiros levam uma garrafinha de pinga do Ceará, paçoca ou pulseira do Senhor do Bonfim. Não é uma troca. A pessoa dá de coração”
Marcinha Oliveira
Vale comentar que, no Burning Man, não existe dinheiro. Não há nada para vender, tudo é comprado antes.
Quanto às artes, no Burning Man, a criatividade é ilimitada. “Para todos os lugares que você olha é uma coisa mais diferente que a outra. São artistas do mundo todo que fazem exposições por lá, é o Vale do Silício em peso testando novas tecnologias também. Sem contar os arts cars feitos pelos camps. Me sentia em um videogame à noite e, de dia, parecia um filme”, relata a jornalista.
Kit de sobrevivência
Ao olhar as fotos no Instagram de quem participou do Burning Man, é impossível não reparar no “mar de poeira” presente no cenário. “É muita poeira. Parece farinha de trigo”, brinca Marcinha. No entanto, quem compra a experiência já sabe que se trata de sobrevivência no deserto. E há uma lista de equipamentos essenciais para ajudar, segundo ela:
- Máscara para os olhos (tipo de ski);
- Lenços para cobrir o rosto;
- Garrafa térmica para água e bebidas;
- Mosquetão para pendurar a garrafa na roupa;
- Bicicleta;
- Meias para os pés, pois não há como ficar de chinelos;
- Botas;
- Protetor solar;
- Protetor labial;
- Hidratante;
- Lenços umedecidos;
- Comidas leves, wraps, frutas, Gatorade, salgadinhos e chocolates.
Dress code
Quem vivencia a programação do festival registra alguns momentos com cliques publicados nas redes sociais. Uma das características mais marcantes é o visual impecável dos burners. As produções de cabelo e maquiagem completam os looks usados pelos participantes e resultam em uma aparência conceitual e criativa.
Marcinha comenta que fez trancinhas laterais e só lavou o cabelo em dois dias. “Você lava e sai. No minuto fica cheio de areia. Esse foi um dos anos que mais teve grandes tempestades de areia”, explica ela.
De acordo com a influenciadora digital, o clima do deserto de Black Rock variava de um calor “insuportável” ao longo do dia para frio pela noite. “Eu usava roupas leves e, à noite, colocava os casacos de pêlo, sempre com meia”, compartilha.
Apesar do “perrengue” climático, a brasiliense destaca a beleza do pôr do sol da região: “O mais lindo que já vi na vida. As minhas duas obrigações diárias eram ver o nascer e o pôr do sol”.
Significado
Segundo Marcinha, o Burning Man homenageia, todo ano, “aqueles que foram embora do mundo antes de nós”. “O templo é um memorial onde todos vamos lembrar dos nossos entes queridos. No último dia, o templo queima. Deixei um recado para a minha mãe”, recorda ela.
“Nessa queima, não se ouve barulho, apenas pessoas emocionadas. O Man [grande homem de madeira] fica no centro do relógio que é o Burning Man. E ele era o meu guia para eu conseguir voltar para o meu camp, independente de onde eu estivesse”, diz Marcinha Oliveira.
A influencer revela que o grande símbolo a fez entender que “temos viver, aproveitar e deixar tudo ir, para estarmos abertos ao que a vida vai nos presentear”. “Ele vai virar uma tattoo no meu corpo essa semana”, celebra.
Embora a brasiliense seja acostumada a fazer viagens sozinha e viver muitas aventuras pelo mundo, o festival, sem dúvidas, foi a maior e melhor de todas elas, conforme ela admite. “Eu aprendi muito. E tudo isso que falei não foi um terço do que vivi por lá. Ano que vem tem mais!”, almeja.
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