Helena Lopes e Christus Nóbrega recebem convidados em galeria de arte
Em bate-papo na galeria Casa Albuquerque, os artistas falaram sobre arte e tecnologia e sobre o recente trabalho de Helena Lopes
atualizado
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A partir de marcas no chão de campos de concentração na Polônia, a artista Helena Lopes criou uma cartografia do tempo e das memórias soterradas. Unindo manuscritos e ferramentas tecnológicas e computacionais, ela experimentou um novo modo de fazer arte.
Nessa terça-feira (15/8), Helena recebeu, na Casa Albuquerque Galeria de Arte, no Lago Sul, convidados e amigos para apresentar o resultado da pesquisa que levou quatro anos. Na ocasião, além do pré-lançamento do livro intitulado Do chão para o chão, ela exibiu um vídeo produzido a partir das imagens coletadas e manipuladas em computador.
“Se você remeter esse processo para os aspectos mais abstratos, ele se refere a minha existência e às perguntas que não tiveram respostas. De repente, comecei a me ver de outro jeito e com outras possibilidades. Mudei muito depois desse livro, conquistei um grau de liberdade para poder circular dentro das perguntas”, reflete Helena.
Tecnologia das artes
A noite ainda rendeu um bate-papo com a artista conduzido e mediado pelo colega de profissão Christus Nóbrega. Os dois, além de se debruçarem sobre o fazer artístico do novo trabalho de Helena, conversaram sobre o papel da tecnologia nas construções narrativas.
“Primeiro, é preciso pensar o que é tecnologia. Quando a gente entende o conceito, a gente percebe que a arte sempre foi tecnológica, porque ela está envolvida na investigação de processos dos mais diversos, sempre inventando pigmentos, tintas, modos de fazer e, mais recentemente, as tecnologias digitais e computacionais. Acho que a arte está sempre interessada em problematizar o que está acontecendo na sociedade, então ela não vai se negligenciar de se envolver com essas ferramentas e esses procedimentos”, explica Christus. “A Helena usa a tecnologia como uma cronista para recontar histórias”, acrescenta.
Na galeria, além do vídeo e do livro, três trabalhos ilustravam a investigação da artista paulista radicada em Brasília. São imagens abstratas que evocam a imaginação de um personagem ou de uma figuração. “Acredito que a tecnologia me ajudou a construir imagens e os manuscritos me serviram para descrever minhas emoções”, descreve Helena.
Lançamento e exposição
A publicação Do chão para o chão traz em detalhes a pesquisa da artista, com as fotografias e os manuscritos que esmiúçam o processo criativo de Helena. O livro será lançado oficialmente na sexta-feira (18/8), na Livraria da Travessa. E, em 21 de setembro, a artista apresenta por completo a série de obras no Museu Nacional da República.
Confira os cliques do evento:
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