Harvard tira dúvidas sobre remédios para emagrecer, como o Ozempic
Em artigo, o portal da escola médica de Harvard esclarece dúvidas sobre o uso e os efeitos colaterais de remédios para emagrecer
atualizado
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Perder peso está na lista de objetivos de muitas pessoas, seja pela estética, seja por questões de saúde. Nesta caminhada, mudança na alimentação e inclusão de atividades físicas são fundamentais, mas alguns indivíduos acabam recorrendo, também, a medicamentos para emagrecer.
De acordo com Harvard Health Publishing, portal da escola de medicina da renomada universidade norte-americana, fármacos como semaglutida (Wegovy), liraglutida (Saxenda) e tirzepatida (Zepbound) “são apoiados pela ciência e têm relatos impressionantes de indivíduos que perderam até 20% do peso corporal”.
Diante de tantos remédios antiobesidade que ganham as manchetes e destaques nas redes sociais, muitas dúvidas surgem sobre a real eficácia das substâncias e se elas são adequadas para todos. Heidi Godman, da Harvard Health, explicou alguns pontos importantes sobre o assunto.
O que eles são?
Segundo o artigo, os medicamentos para emagrecer (aprovados pela FDA, órgão governamental dos Estados Unidos) estão em uma classe chamada “agonistas do receptor GLP-1 (GLP-1s)”. Eles imitam um hormônio (peptídeo 1, semelhante ao glucagon) que ajuda o corpo a retardar o esvaziamento do estômago, a controlar os níveis de açúcar no sangue e a suprimir o apetite, uma combinação que leva à perda de peso.
“Muitas pessoas dizem que essas medicações mudaram suas vidas”, disse Caroline Apovian, especialista em medicina da obesidade e codiretora do Centro de Controle de Peso e Bem-Estar do Brigham and Women’s Hospital, afiliado a Harvard.
Redução significativa do risco de morte por causas cardíacas em pessoas com sobrepeso ou obesidade, melhora da capacidade de praticar exercícios e aumento da qualidade de vida estão entre os possíveis benefícios.
“Os medicamentos podem até afetar o centro de recompensa no cérebro, ou seja, a parte que permite que você coma bolo de chocolate, mesmo estando satisfeito. Essas drogas parecem diminuir a resposta de recompensa, o que também pode reduzir comportamentos de dependência, como desejo por álcool, açúcar e nicotina”, explicou Apovian.
São medicamentos para diabetes?
As marcas Ozempic, Victosa e Mounjaro foram aprovados para tratar a doença. De acordo com a Harvard Health, “para sobrepeso ou obesidade, os remédios são normalmente prescritos em doses mais altas do que seus equivalentes para diabetes”.
Efeitos colaterais
Seja para perder peso, seja para o tratamento da síndrome metabólica, as formulações têm efeitos colaterais. Fadiga, náusea, vômito ou prisão de ventre são os mais comuns, informa o artigo. Em casos raros, podem causar obstrução do intestino delgado, gastroparesia (paralisia do estômago) ou inflamação do pâncreas.
“Até onde eu sei, os efeitos colaterais não são permanentes. Eles desaparecem se você parar de tomá-los, mas os efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos”, expressou Caroline.
Embora os medicamentos para emagrecer sejam recomendados para pessoas com diagnóstico de obesidade, hipertensão ou colesterol alto, isso não impediu que indivíduos que não atendam a esses critérios os utilizassem.
“Eles são novos, poderosos e objeto de intenso estudo. Espera-se que as recomendações sobre quem deve usá-los mudem nos próximos anos. É provável que os investigadores identifiquem novos grupos de pessoas que possam beneficiar – ou, inversamente, grupos que possam estar em risco adicional de efeitos secundários dos remédios”, escreveu Heidi Godman.
Escassez
O aumento frenético da popularidade dos fármacos causa escassez nas farmácias. “Mais de 40% dos americanos têm obesidade. As empresas farmacêuticas não previram quantos deles iriam querer usá-los. As empresas tentam, desesperadamente, produzir suprimentos suficientes neste momento”, finalizou Caroline Apovian.
O Brasil também chegou a enfrentar o problema no ano passado. Matéria publicada no Metrópoles revelou que o aumento da procura pelo Ozempic resultou na escassez da versão do medicamento de 1mg nas farmácias brasileiras, segundo a fabricante Novo Nordisk.
Os pacientes inscritos no programa NovoDia, que acompanha os usuários do remédio, foram alertados pela empresa com uma mensagem de texto sobre a possível falta.
O Ozempic tem a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da diabetes tipo 2. No entanto, o fármaco tem sido indicado com frequência por médicos na forma “off label” para o tratamento da obesidade e sobrepeso, o que aumentou a demanda.
Antes de utilizar qualquer medicamento para emagrecer, procure um médico para saber se é indicado para o seu problema e quais os efeitos colaterais na saúde.
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