Giovanna Sgarbi celebra a imaginação em sua primeira mostra na capital
Nessa quarta-feira (25/9), a artista Giovanna Sgarbi, de 22 anos, estreou sua primeira exposição individual e autoral, Gio’s Animix
atualizado
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Na noite dessa quarta-feira (25/9), a capital federal foi agraciada com a imaginação da artista Giovanna Sgarbi, de 22 anos, que estreou sua primeira exposição individual e autoral, Gio’s Animix, na Galeria Celso Junior, no Lago Sul.
A vernissage reuniu os amantes da arte para observar de perto as criações da jovem diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA). Em sua estreia, Giovanna expôs alguns dos desenhos que retratam animais de um ponto de vista um tanto quanto fantástico. Um dos quadros da mostra, por exemplo, imprime a imagem de um gato pintado, mas colorido como um baralho.
Coquetel de lançamento
Os convidados para a vernissage de Gio’s Animix não só conheceram a história da jovem artista, como as obras. Além disso, desfrutaram de um delicioso jantar preparado pelo restaurante japonês Kinjo, que trouxe para o evento uma seleção especial de sushis.
Em conversa com a coluna Claudia Meireles, a mãe de Giovanna, Mariana Sgarbi, deu detalhes sobre a trajetória da artista que nasceu na Argentina e despontou para o mundo das artes visuais ainda muito nova.
“Meu marido, Sérgio Sgarbi, é da indústria automotiva e, por conta disso, a gente morou em diversos lugares. Nessas andanças, fomos também para os Estados Unidos, onde a Giovanna viveu até os 13 anos, quando tivemos o diagnóstico do autismo. A gente notava que a Gio era uma criança difícil e isso explicou muita coisa, inclusive, o hiperfoco”, comenta.
A característica do hiperfoco é marcada por uma concentração intensa em que outros aspectos ao redor passam a ser ignorados. Para Giovanna, o alvo de sua atenção foi o desenho, e a sua família embarcou na paixão da filha, garantindo que o talento se tornasse uma profissão.
“Os desenhos a deixavam mais calma. Ela ficava toda contente quando você falava que o desenho era lindo. À medida que ela ia desenhando, eu ia postando nas redes sociais. Até que um dia, quando ela tinha uns sete anos, as pessoas passaram a pedir que ela desenhasse cachorro, gatos, entre outros”, explica.
Arte de Giovanna Sgarbi
As demandas logo deram a oportunidade para Giovanna profissionalizar a paixão e o talento. “Quando eu contei que estavam pedindo para ela desenhar alguns bichinhos, ela respondeu: bom, se eles me derem cinco dólares”, relembra a mãe aos risos.
Mariana conta que Giovanna passou a desenhar ainda mais animais, tendo ganhado cerca de 150 dólares. Com as mudanças por conta da vida de trabalho de Sérgio Sgarbi, a família chegou à capital, e uma coincidência deu a oportunidade para a artista expor seus desenhos pela primeira vez.
Mariana Sgarbi é amiga de faculdade do diplomata Paulo Uchoa, uma figura bem relacionada da capital federal. “Eu vi a Giovanna nascer. Com o tempo, ela manifestou uma tendência artística, e a mãe, muito orgulhosa, começou a publicar. Eu sempre acompanhei e dizia para Mariana profissionalizar os desenhos da filha”, comenta.
Depois que Paulo visitou a exposição do artista com síndrome de Down Augusto Corrêa, na Galeria Celso Junior, uma ideia surgiu na mente do amigo da mãe da artista. “No outro dia, Paulo me liga e fala assim: você tem que ir nessa exposição. Eu já consigo ver os quadros da Gio sendo ampliados por Celsinho aqui na galeria”, lembra Mariana.
Primeira exposição da artista
Mariana relembra a sensação de quando foi ver a exposição de Augusto Corrêa, um artista que representa a inclusão. “Meus olhos brilhavam e eu já tinha certeza que um dia minha filha teria uma exposição como aquela. De imediato, pedi para o Paulinho falar com o fotográfo e foi aquela correria. Tem um ano e meio que estamos organizamos a mostra”, celebra.
Diante da vontade de exibir os desenhos, mãe e filha foram se encontrar com o fotógrafo. “O Celso já tinha visto os desenhos nas redes sociais e ficou apaixonado. Então, fomos tomar um café e alinhar as expectativas. Giovanna com o jeitinho dela. O Celso também teve muito jeito. Ou seja, foi uma combinação de fatores que deu muito certo”, conta.
Paulo Uchoa foi o responsável por fazer a curadoria dos desenhos de Giovanna Sgarbi, e o acervo foi ampliado e transformado em telas pelo fotógrafo, dono da galeria. De acordo com Celso Junior, os desenhos de Giovanna foram todos feitos em papel A4, de maneira bem orgânica, refletindo o imaginário da artista.
“Eu fiz o tratamento da imagem em alta resolução, utilizando o papel Fine Art, 100% algodão. Ao olhar de perto, essa técnica permite perceber até as texturas que, talvez, no original não desse para ver”, comenta.
A mostra fica em cartaz até 2 de outubro.
Confira quem esteve na vernissage de Giovanna Sgarbi, pelo olhar de Nina Quintana
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