Fotógrafo Bruno Stuckert migra para uma nova perspectiva de carreira
“Senti o desejo de me aprofundar em outros sentimentos e narrativas da minha vida”, detalha o artista
atualizado
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A arte é uma manifestação aberta a infinitas possibilidades. Há quem faça arte por meio da pintura de um quadro, ou na composição de uma música. Há quem se expresse com o próprio corpo — ou quem molde corpos formando uma escultura. Há quem escreva, cante, toque ou atue. Não há limites para a subjetividade humana.
A fotografia segue o mesmo caminho. Por trás das lentes de uma câmera, há um artista que observa, tem um olhar atento e busca trazer ao mundo uma percepção que, talvez, ninguém tenha tido antes. Cada imagem é particularmente única. É uma verdadeira obra de arte.
Fotógrafo há 28 anos, Bruno Stuckert é uma figura conhecida na capital federal. Atuante na área desde os 15 anos, quando trabalhava com o pai na Secretaria do Turismo, ele deu continuidade ao legado da família, quase toda composta por profissionais da fotografia. “Meu bisavô, avô, tios, primos e até os meus pais são fotógrafos”, diz à Coluna Claudia Meireles.
“Eu comecei carregando os equipamentos do meu pai. Ele carregou os do meu avô, que provavelmente, carregou os do meu bisavô. Então, convivo com máquinas fotográficas, salas escuras de revelação e um enorme acervo fotográfico desde muito criança”, fala Stuckert.
Até os 30 anos, o brasiliense acreditava que “trabalhava como um funcionário da fotografia”. Depois disso, ele começou a mergulhar no universo da imagem, da estética e da história da arte. “Hoje, me vejo como autor da minha obra. A máquina está sempre comigo, tornou-se um pedaço de mim. Com ela, é que registro e componho todas as narrativas que atravessam minha produção artística”, declara o fotógrafo, que, na verdade, sempre foi um artista.
Fim de um ciclo…
Por 20 anos, Stuckert tem feito registros de casamentos, tanto em Brasília, quanto em outras cidades pelo mundo. No entanto, em busca de traçar um novo caminho, o fotógrafo deixa esse “lado das histórias de amor” para viver um novo amor. “Senti o desejo de me aprofundar em outros sentimentos e narrativas da minha vida”, detalha.
Para o profissional, a experiência nos enlaces lhe permitiu conhecer pessoas de todos os estados e alguns países, o que o fez construir uma trajetória sólida no mercado. “Sou muito grato a isso”, reconhece.
Bruno conta que, com a chegada da pandemia, em 2020, as cerimônias foram canceladas e ele aproveitou o tempo livre para estudar. “Num mercado tão delicado para um cenário de crise sanitária, foram precisos dois anos para as coisas começarem a se restabelecer. Mas, quando os casamentos voltaram, percebi que eu já não me interessava em registrar essas histórias mais”, relembra.
“Eu não quero mais obedecer a um roteiro imposto, quero mostrar a minha própria perspectiva poética da vida”, proclama o artista.
Questionado sobre o processo de mudança, o brasiliense antecipa que já migrou para a nova área. “Posso dizer que esse plano já é realidade em prática”, confirma. Hoje, ele se dedica exclusivamente à produção autoral. “Montei um estúdio-ateliê na minha casa e, aqui, trabalho com a venda de obras e a criação de projetos, séries e conceitos, além de me dedicar ao meu desenvolvimento artístico e pessoal diariamente”, revela.
… início de outro
Atualmente, obras da série Desatar, a qual Bruno fotografou no Deserto do Atacama, no Chile, em 2020, ocupam as paredes da entrada do Hidden, projeto situado no Setor de Indústrias Gráficas que reúne música, arte, vinho e gastronomia. “São instalações produzidas em metacrilato que reagem à projeção de luzes multicoloridas”, descreve ele.
A parceria com o evento veio do convite por parte de Daniel e Mariana Braga, responsáveis pela iniciativa.
Além disso, há três meses, o fotógrafo tem se voltado à criação de uma obra site-specific para ocupar mais de 100 metros quadrados em um pavilhão desativado próximo ao salão principal do Hidden. Se trata de obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado, em que os elementos “dialogam” com o meio.
“Com curadoria do artista visual e crítico de arte Carlos Lin, o resultado será uma experiência noturna, imersiva e sinestésica que ainda está em progresso”, expõe Stuckert.
Nessa vivência, ele testará uma produção audiovisual e instalações que misturam tecnologia e elementos orgânicos.
Novos planos
Empolgado com a nova fase, o fotógrafo lançará, ainda este ano, o Obrigado, Bahia, seu primeiro livro autoral. Na obra, ele faz uma “declaração de amor à Bahia em forma de poesia fotográfica”.
O artista participará também da iniciativa Mês da Fotografia, que movimentará o Museu Nacional da República entre 16 e 20 de agosto, juntamente com o fotógrafo Kazuo Okubo.
A Coluna Claudia Meireles deseja sucesso e muitas realizações para essa nova fase! Continue a brilhar!
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