Fibras podem ter efeitos anticancerígenos, diz estudo de Stanford
Estudo feito por Stanford encontrou “ligação direta” entre consumo de fibras e efeitos anticancerígenos; entenda
atualizado
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As fibras são essenciais para uma dieta saudável e oferecem diversos benefícios, como melhora da saúde intestinal, controle da glicemia e do colesterol, e impulsionamento do emagrecimento.
Um novo estudo de Stanford, publicado em 9 de janeiro na revista Nature Metabolism, descobriu que a fibra alimentar também pode reduzir o risco de câncer ao alterar a atividade genética.
Entenda
- Os estudiosos descobriram uma ligação direta entre comer fibras e a modulação da função genética que tem efeitos anticâncer.
- De acordo com o estudo, as bactérias do intestino quebram as fibras em pequenas moléculas chamadas ácidos graxos de cadeia curta, propionato e butirato.
- Os pesquisadores descobriram que esses compostos podem modificar as histonas, proteínas que ajudam a “empacotar” o DNA, com influência na expressão genética.
- Os estudiosos monitoraram os efeitos do propionato e do butirato em células saudáveis e cancerosas do cólon e em células nos intestinos de camundongos alimentados com dietas fibrosas.
- A pesquisa mostrou que, em certas situações, o propionato e o butirato podem eliminar genes promotores de câncer e ativar genes supressores de tumores.
De acordo com o estudo, ambos os ácidos graxos apresentaram efeitos ao estimularem a especialização celular e desencadearem a morte celular programada, especialmente em células cancerígenas.
“O artigo explora como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), especificamente o propionato e o butirato, agem como reguladores epigenéticos únicos ao vincularem a dieta, o metabolismo e a expressão genética”, avalia o médico Vinícius Carlesso à coluna Claudia Meireles.
Segundo o Carlesso, o estudo destaca a capacidade da fibra de modificar a cromatina do DNA, o que promove o crescimento celular, a diferenciação e regulação do transporte iônico, e pode inibir a proliferação de células cancerígenas em casos de câncer colorretal.
“Isso reforça o potencial desses AGCC como terapias naturais derivadas da dieta, especialmente no contexto da saúde intestinal e oncologia”, destaca.
O médico ainda salienta que o estudo é uma demonstração poderosa de como as escolhas alimentares e a saúde do microbioma interferem diretamente na regulação genética. De acordo com ele, uma refeição equilibrada pode oferecer benefícios no combate a doenças graves, como o câncer.
“É um marco na compreensão da interação entre dieta e epigenética, com implicações tanto terapêuticas quanto preventivas”, encerra Vinícius Carlesso.
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