O mês de junho já terminou, mas as festas temáticas de São João seguem movimentando o país com suas músicas regionais, quadrilhas animadas e, é claro, comidinhas típicas. Um dos atrativos mais aguardados pela população é a diversidade de alimentos encontrada nos arraiais. Bolo de milho, paçoca, pé-de-moleque, canjica, arroz doce, pastel, caldo verde e curau são apenas algumas das várias opções presentes no evento.

Quanto ao sabor, a nota para os pratos preparados nas celebrações é sempre alta. Mas será que, nos quesitos nutrição e saúde, esses alimentos também têm a aprovação dos especialistas?

A coluna Claudia Meireles conversou com os nutricionistas Cibele Santos Nakao, Alessandro Palatucci Bello e Dai Sousa para saber quais são as piores e as melhores comidas de festa junina para a saúde, segundo a concepção de cada um.

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Diante de tantas opções servidas nos eventos de São João, Cibele Santos sugere evitar uma: a salsicha. Ela conta que esse é um alimento ultraprocessado rico em gorduras, conservantes, aditivos e sódio. “Para piorar, o ingrediente principal do cachorro-quente ainda é cheio de nitritos e nitratos, componentes que são considerados cancerígenos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, justifica.

Por outro lado, a especialista recomenda o consumo da batata-doce assada, uma excelente fonte de betacaroteno e que possui carboidratos de baixo índice glicêmico. “A energia é liberada gradualmente no organismo, aumentando a sensação de saciedade”, conta.

Na opinião do nutricionista ortomolecular Alessandro Palatucci Bello, o pior das receitinhas encontradas nas festas juninas é o pastel. “Além de ser rico em glúten, já que, geralmente, não se utiliza um trigo de boa qualidade, o que desencadeia em um processo inflamatório, ele também é frito, sendo altamente calórico [442 calorias em média por pastel de queijo e 48,1 gramas de carboidrato]”, explica.

“O pastelzinho contém muito açúcar, porque o trigo tem uma carga glicêmica muito alta, bem como 22,7 gramas de gordura. Ainda, o óleo utilizado para fritura, geralmente, é de soja ou canola, sendo muito rico em ômega 6. Esse ômega 6 em excesso estimula interleucinas, principalmente a interleucina 6, que é altamente inflamatória e aumenta a gordura intravisceral”, continua.

O profissional menciona, ainda, a acrilamida, substância que, quando entra em contato com altas temperaturas, torna-se altamente cancerígena.

Já o milho é considerado pelo especialista o melhor alimento presente nos arraiais. “É uma excelente fonte de carboidrato complexo, ou seja, não se transforma em glicose muito rápido. O corpo digere e, aos poucos, vai fazendo a liberação da glicose, o que não faz com que o nosso corpo tenha pico insulínico”, afirma.

Alessandro comenta que um milho grande de festa junina com um pouquinho de manteiga, por exemplo, tem cerca de 98 calorias, 17 gramas de carboidrato e somente 2,4 gramas de gordura, além de 3,2 gramas de proteína. “É um alimento rico em vitaminas do complexo B, bem como zinco, magnésio, cobre e manganês”, complementa.

Outros benefícios do milho incluem a abundância em fibras e em carotenoides, como zeaxantina e a luteína, que o tornam um bom antioxidante. “Esses carotenoides ainda ajudam na saúde ocular, prevenindo a degeneração macular, que é responsável pela visão central”, pontua.

A espiga de milho também foi eleita pela nutricionista Dai Sousa como um dos melhores alimentos encontrados nas festividades de São João. “Comer o milho na espiga, considerando que você está comendo o grão inteiro, a fibra, é muito bom para a pessoa em termos de mastigação. Vai ser um carboidrato de qualidade”, fala.

Já em relação à pior opção, a expert dá uma resposta diferente: “O pior alimento é não ir a uma festa junina, que é um evento sazonal, pontual, que envolve não só comida, mas música, indumentária, todo um contexto e estilo de festa cultural nosso. O pior alimento é ficar em casa comendo uma pizza de delivery“, opina.

Para Dai Sousa, qualquer receitinha, por mais que seja pesada e característica da festa junina, sem excesso, não é considerada ruim.

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