Expert esclarece o tratamento estético que afetou Linda Evangelista
Priscilla Baracat informa tudo o que é preciso saber sobre o caso e compartilha dicas para evitar efeitos indesejados
atualizado
Compartilhar notícia
Uma notícia recente envolvendo a modelo canadense Linda Evangelista tem circulado e preocupado muitas pessoas pelo mundo. A musa das passarelas dos anos 1990 afirmou, no fim de setembro, que o principal motivo pelo qual ficou reclusa, nos últimos cinco anos, foi um efeito colateral sofrido após se submeter a um procedimento estético. Segundo ela, o tratamento a deixou “brutalmente desfigurada”.
No Instagram, Linda comunicou que havia feito o CoolSculpting para diminuir células de gordura do corpo. Porém, o procedimento “fez o contrário do que prometeu”, e acabou aumentando significativamente essas células. “Isso não só destruiu o meu sustento, mas me colocou em um ciclo de profunda depressão, profunda tristeza e nas mais baixas profundezas da autoaversão”, disse a modelo.
“Aos meus seguidores que se perguntam por que não tenho trabalhado enquanto as carreiras dos meus pares têm prosperado, a razão é que fiquei brutalmente desfigurada pelo procedimento CoolSculpting de Zeltiq”, escreveu na publicação.
View this post on Instagram
De acordo com a estrela de 56 anos, o tratamento foi realizado em 2016, e, infelizmente, resultou em hiperplasia adiposa paradoxal (HAP), um efeito raríssimo que provoca inchaço nas áreas tratadas.
A beldade, que integrou o grupo das chamadas Super Six nos anos 1990 (com Claudia Schiffer, Cindy Crawford, Christy Turlington, Kate Moss e Naomi Campbell) disse que nem “duas dolorosas cirurgias de correção” foram capazes de inverter a situação. Ela acabou processando a Zeltiq Asthetics, exigindo uma indenização de US$ 50 milhões (R$ 273,94 milhões na cotação atual).
Entenda
A fim de entender o que aconteceu de fato com Linda Evangelista e esclarecer algumas dúvidas sobre o tratamento em questão, a coluna Claudia Meireles conversou com Priscilla Baracat, fundadora da Clínica Inti Estética e Bem Estar. Ela informa tudo o que é preciso saber sobre o caso e compartilha dicas para evitar efeitos indesejados.
Confira:
A especialista acredita que a situação que atingiu a modelo deve ter sido inesperada, visto que ela afirmou que não sabia que a hiperplasia poderia ocorrer. Segundo Priscilla, o correto é deixar bem claro para todos os pacientes a serem submetidos que o efeito adverso é raro, porém, pode acontecer. “A hiperplasia adiposa paradoxal é um efeito adverso tardio raro após a criolipólise. Nesse caso, a gordura, ao invés de sofrer o processo esperado, o de apoptose [morte programada das células], ganha um encorpamento”, detalha.
De acordo com a empresária, o risco de HAP é de aproximadamente 1 em 20 mil e, aparentemente, é maior em homens. “No momento, não há evidências de resolução espontânea da HAP. Quando necessário, o tratamento da HAP contou com lipoaspiração ou abdominoplastia”, apresenta Priscilla.
A fundadora da Inti destaca que, na última década, houve um aumento da frequência de procedimentos não cirúrgicos, incluindo injetáveis, rejuvenescimento da pele e redução de gordura não cirúrgica. “Um desses métodos de redução de gordura não cirúrgica é a criolipólise, que vem ganhando muita popularidade nos últimos anos. Alguns relatos de hiperplasia adiposa paradoxal têm sido relatados com a criolipólise. No caso do CoolSculpting, a incidência é de 0,025% a 1%”, conta.
Apesar desses dados, Priscilla Baracat confia seguramente na tecnologia. “É um equipamento cujo resultado para diminuição de gordura localizada é incrível. Para mim, até hoje, não existe uma alternativa tão eficaz à cirurgia como ele. Não é à toa que utilizamos esse aparelho há 11 anos”, defende a proprietária da clínica, uma das primeiras empresas no Brasil a utilizá-lo.
“Hoje, contamos com três aparelhos CoolSculpting e somos líder em vendas em Brasília. A maioria da nossa clientela vem por indicação de pessoas que já fizeram e gostaram muito. Lógico que a prática nos ensinou bastante. Para ter sucesso com o Coolsculpting, você deve ter uma indicação correta e utilizar as ponteiras para determinadas regiões e tipos de gordura”, diz Priscilla Baracat.
A empresária acrescenta ainda que os profissionais que aplicam a técnica devem estar em constante treinamento. Além disso, o pré e pós procedimento também são importantes a fim de potencializar o resultado. “No caso da Inti, desenvolvemos um protocolo que tem dado certo”, assegura.
View this post on Instagram
De acordo com Priscilla, o CoolSculpting foi o primeiro aparelho com a tecnologia de criolipólise do mundo. Desenvolvido em Harvard, ele tem aprovação da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, em inglês) e da Anvisa.
“A Allergan é uma empresa muito séria e, desde que era da Zeltik, nunca tive problemas relacionados à falta de respostas e soluções. Eles estão sempre prontos a solucionar um caso. Quando há qualquer suspeita de hiperplasia, o cliente tira as fotos para comparação e já encaminhamos para eles. Em até três meses, eles nos dão uma resposta e, no caso de positiva para hiperplasia, eles mesmos entram em contato com o cliente para resolver”, considera a empresária.
A expert anuncia que, nesses casos, a empresa faz um orçamento da lipoaspiração com o médico cirurgião plástico escolhido pelo paciente e, então, a verba é liberada. “Eles levam bem a sério, senão, eu não investiria tanto nesses tratamentos em minha clínica. Confio bastante”, reforça.
Questionada se, em sua clínica, a especialista já lidou com hiperplasia como efeito pós-procedimento, ela responde que sim. “Em 11 anos de operação, tivemos oito casos, mas todos bem-sucedidos. Após a lipoaspiração, ficou tudo bem”, fala. De acordo com ela, algumas dessas pessoas que passaram pela situação são suas clientes até hoje. “Sempre deixamos claro a respeito da hiperplasia, e todos os clientes assinam o termo de consentimento antes da aplicação”, completa.
Segundo Priscilla, 95% dos clientes ficam satisfeitos com o CoolSculpting. Para ela, os resultados são bons e duradouros, pois a gordura que “vai embora” não volta mais. “Você pode adquirir outras células de gordura naquela região com o tempo, se você tiver predisposição a ter mais gordura ali”, anuncia.
Na opinião da especialista, as clínicas que realizam CoolSculpting têm que ser sempre honestas e claras com seus clientes e pacientes, pois, como em qualquer outro procedimento, há riscos e a possibilidade de não dar resultado, visto que cada organismo responde de uma forma. “A clínica séria e que preza pelo resultado vai tentar resolver da melhor forma. No caso do Coolsculpting, não há uma fórmula mágica. O ideal é fazer uma boa avaliação, com uma anamnese bem completa, antes de fazer o procedimento, para ver se realmente ele é o melhor indicado para você e a gordura específica”, ensina.
Priscilla Baracat lembra que a tecnologia não é voltada a emagrecer, e sim para tratar gordurinhas localizadas. “E é muito importante que haja um acompanhamento de perto até o resultado final”, reitera. O CoolSculpting tem o objetivo de diminuir em torno de 30% a gordura localizada da região tratada com apenas uma sessão. O resultado, conforme ela explica, é obtido entre um e três meses, e é permanente, assim como ocorre na lipoaspiração.
“Esse tratamento não é invasivo, não dói durante o congelamento e é raro sentir dor no pós-procedimento, mas pode acontecer”, complementa.
Para Priscilla, o ideal é se informar sempre sobre a tecnologia, o aparelho em questão e suas contra indicações e efeitos colaterais. “Procure uma clínica médica séria e que já tenha experiência e tempo no mercado. Eu amo esse aparelho e tenho resultados incríveis. As pessoas saem extremamente satisfeitas e felizes e é isso que me deixa feliz também”, alega a profissional.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.