Expert em envelhecimento conta por que o estresse é tóxico para a pele
Mestre em medicina cosmética e envelhecimento, o dermatologista Rafael Arpini esclareceu como o estresse prejudica a pele e o cabelo
atualizado
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Máscara facial calmante, hidratante rejuvenescedor e sérum revigorante são alguns dos cosméticos aplicados diariamente no rosto por quem almeja ter uma pele radiante. Entretanto, o efeito das fórmulas de beleza pode ir por água abaixo caso o estresse, exaustão e ansiedade estejam em níveis alarmantes. Especialista em envelhecimento, o dermatologista Rafael Arpini explica como as condições danificam a aparência e a saúde da cútis.
Entre os sintomas mais comuns do estresse estão temperamento explosivo, dor de cabeça, sono desregulado e mau funcionamento do estômago. As consequências não se limitam apenas aos órgãos que sofrem com a ação nociva dos problemas relacionados ao esgotamento. O aspecto da cútis também sai prejudicado. “Causa uma reação química que tende a tornar a pele mais sensível e reativa”, destaca Rafael à Coluna Claudia Meireles.
Mestre em medicina cosmética e envelhecimento pela Universidade de Barcelona, na Espanha, o dermatologista atesta que o resultado das reações químicas decorrentes das alterações nervosas na pele é a vermelhidão, acne e outras erupções. “São causadas quando a oleosidade extra é produzida para compensar a secura, geralmente estimulada pelo estresse”, ressalta.
Rafael listou os danos dos transtornos ao maior órgão do corpo, ou seja, a pele: “Também tendem a aumentar a inflamação, piorar as condições pré-existentes da pele, causar reações a produtos, fazer com a cútis fique vermelha ou com coceira, desenvolva inchaços e experimente uma série de outros problemas”, endossa o profissional de saúde a respeito dos efeitos do estresse na derme.
Com o quadro continuado de estresse, toda a homeostase, quer dizer, o equilíbrio da pele é prejudicado, levando à desidratação, acne, sensibilidade a ativos e cosméticos e até à condições clínicas mais graves. Pacientes com problemas atópicos, como dermatite, podem ter as condições agravadas pelos transtornos.
Envelhecimento também é resultado do estresse
Em situações de estresse e crises de ansiedade, a cútis costuma ficar com a fisionomia mais envelhecida. O médico Rafael Arpini sustenta sobre as condições contribuírem com o processo dermatológico. O especialista elucida que o corpo humano dispõe do sistema nervoso central, comandado pelo cérebro, e do sistema nervoso periférico, formado por nervos e sensores, incluindo a pele. Ambos encontram modos de reagir ao ambiente e sobreviver.
O dermatologista esclarece que a pele e o cérebro se comunicam constantemente a fim de “sincronizar o perigo externo e interno por meio de transmissores”. “Com o estresse, não é diferente. A condição libera marcadores e hormônios, incluindo adrenalina e cortisol. As substâncias fazem com que a pele fique hipersensível e ajuda com a produção de radicais livres”, argumenta o expert.
Minimize os impactos
Diante de “ameaças”, como irritação, nervosismo e tensão, a derme enfrenta a piora do ressecamento e a diminuição de sua espessura. Aos interessados em amenizar o impacto dos transtornos na pele, Rafael orienta “iniciar hábitos de vida saudáveis” com a finalidade de evitar ou diminuir os níveis de estresse no organismo. Vale ressaltar que nem todo quadro de envelhecimento, oleosidade ou acne está relacionado ao transtorno.
O expert recomenda procurar um dermatologista a fim de investigar e avaliar a cútis para fazer a terapêutica adequada ao caso. “Uma vez [o estresse] diagnosticado, já existem séruns com peptídeos reguladores de cortisol no Brasil. Os produtos protegem a pele e auxiliam no tratamento. Máscaras e ativos calmantes também são indicados”, aconselha o mestre em medicina cosmética e envelhecimento.
No conjunto de técnicas eficazes com capacidade de amenizar os efeitos das condições nervosas na pele, estão o uso diário do filtro solar. “Essa proteção evita a inflamação e a piora do quadro de estresse”, garante Rafael. O dermatologista sugere também uma rotina de skincare correta, o que mantém a cútis equilibrada, hidratada e menos sensível.
Madeixas radiantes
“Assim como em outras partes da pele, o estresse pode afetar o couro cabeludo e o cabelo”, frisa o expert. Conforme lista Rafael, os fios tendem a ficar mais oleosos ou mais secos do que o normal em razão dos transtornos nervosos: “Isso é causado por mudanças hormonais. Pode haver crises de caspa e dermatite seborreica, além de psoríase local”. De acordo com o expert, a perda capilar, em alguns casos, está ligada ao estresse crônico.
“Embora a perda dos fios não seja um problema de saúde crucial, pode ser um fator importante para uma pessoa quando se trata de sua aparência. Profissionais podem avaliar problemas no couro cabeludo e queda de cabelo a fim de fornecer um plano de tratamento para ajudar a aliviar esses sistemas”, orienta o mestre em medicina cosmética e envelhecimento pela Universidade de Barcelona.
Fios brancos
Eis a questão: mito ou verdade sobre o surgimento dos fios brancos ter ligação com o estresse? O expert explica que o embranquecimento das madeixas depende das mudanças funcionais relacionadas à idade na estimulação e migração das células-tronco no bulbo, mas também por fatores ambientais. “De fato, o acúmulo de espécies reativas de oxigênio (ROS) em melanócitos após o envelhecimento levará a mutações, diminuição do sistema de proteção antioxidante, inflamação, queda de cabelos e embranquecimento”, alega.
“Esses fatores podem ser precipitados pelo estresse, dessa maneira, há sim clara relação no aparecimento de fios brancos”, assegura o médico.
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