Expert elege 4 suplementos que são poderosas fontes antienvelhecimento

No imaginário popular, o processo de envelhecimento está associado ao cabelo ficar totalmente branco, dispor de uma pele mais flácida, além da dificuldade de locomoção e perda de memória. Embora a verdadeira fonte da juventude ainda não tenha sido encontrada, vale conhecer suplementos naturais que oferecem propriedades antienvelhecimento.

Doutor em química biológica pelo Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais da Universidade de Franca (GPNUF), em São Paulo, Lucas Cintra define “o envelhecimento como um processo multifatorial, caracterizado pelo acúmulo de danos moleculares, perda progressiva da funcionalidade celular e alterações nas vias de sinalização que regulam a longevidade”.

Segundo o farmacêutico, diversos suplementos nutricionais têm sido estudados por conter “potenciais propriedades antienvelhecimento“. Em entrevista à coluna Claudia Meireles, Lucas elenca quatro fórmulas e reitera quanto às doses usuais mencionadas serem baseadas em estudos clínicos.

“As doses devem ser ajustadas conforme a necessidade individual, sempre sob supervisão de um profissional de saúde”, reforça o especialista. Ele prossegue: “A combinação desses suplementos pode oferecer uma abordagem abrangente para combater os efeitos do envelhecimento, tanto ao nível celular quanto ao nível cutâneo.”

1. Quercetina

O doutor em química biológica explica sobre a quercetina ser um flavonoide amplamente encontrado em alimentos, como maçãs, cebolas, chás e vinho tinto. “O ativo é reconhecido por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”, salienta Lucas.

Em relação ao mecanismo de ação, Lucas esclarece que esse suplemento natural atua como um potente antioxidante, “capaz de neutralizar espécies reativas de oxigênio que danificam componentes celulares, como lipídeos, proteínas e DNA”. O expert pondera que a dose terapêutica varia entre 500 mg e 1000 mg por dia, dividido em duas ou três etapas.

“A quercetina modula a expressão de genes envolvidos na resposta inflamatória e no estresse oxidativo, contribuindo para a preservação da integridade da matriz extracelular da pele, em que o colágeno e a elastina desempenham papéis críticos na manutenção da firmeza e elasticidade”, acrescenta o farmacêutico.

2. Resveratrol

Também pertencente aos compostos bioativos, o resveratrol é naturalmente encontrado em uvas, frutas vermelhas e amendoins, conforme destaca o especialista: “Passou a ser estudado devido às propriedades antioxidantes e pela capacidade de promover a longevidade celular.”

O farmacêutico sustenta que o resveratrol “ativa as sirtuínas”, conjunto de enzimas responsáveis por desempenhar “um papel-chave na regulação da longevidade celular e na resistência ao estresse oxidativo”. Outro benefício do suplemento envolve a melhoria da função mitocondrial, essencial para a produção de ATP.

Por favorecer as mitocôndrias, o composto contribui para a manutenção da homeostase celular e previne a senescência, ou seja, o processo natural de envelhecimento em nível celular. “A suplementação com resveratrol geralmente é administrada de 100 mg a 500 mg por dia”, explana Lucas.

3. Pirroloquinolina quinona, também conhecida como PPQ

“A pirroloquinolina quinona é um cofator redox e está presente em alimentos como salsa, kiwi e chá verde”, aponta o expert. Ele frisa que a vitamina do complexo B integra fontes antioxidantes e tem a capacidade de estimular a “biogênese mitocondrial.”

“A PQQ promove a biogênese mitocondrial, aumentando o número e a eficiência das mitocôndrias, o que é essencial para a produção de energia celular. Este mecanismo é fundamental na prevenção da disfunção mitocondrial, um dos principais fatores que contribuem para o envelhecimento das células”, aborda o doutor em química biológica.

O especialista descreve o suplemento antienvelhecimento como um “potente antioxidante”, por ajudar a reduzir o estresse oxidativo a nível mitocondrial. Ele ressalta que as doses típicas de PPQ para suplementação variam de 10 mg a 20 mg por dia.

4. Galato de epigalocatequina, também conhecido como EGCG

Segundo o doutor em química biológica, esse suplemento natural é bastante abundante no chá verde e soma propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anticancerígenas.

“Entre os benefícios da EGCG consta o potencial de inibir as metaloproteinases da matriz (MMPs), enzimas que degradam colágeno e elastina, ajudando a preservação da estrutura dérmica e a prevenção do envelhecimento cutâneo”, alega Lucas. A dose usual da fórmula fica entre 200 mg e 400 mg por dia. “É consumida por meio do extrato de chá verde”, cita.

O farmacêutico endossa que a quercetina, resveratrol, PPQ e EGCG atuam por meio de mecanismos distintos, mas complementares, o que engloba a redução do estresse oxidativo, modulação da inflamação e promoção da saúde mitocondrial.

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