Ex-motorista de socialite carioca Regina Lemos Gonçalves é indiciado
Ex-motorista da socialite Regina Lemos Gonçalves, José Marcos Chaves Ribeiro foi indiciado pelo delegado Ângelo José Lages Machado do RJ
atualizado
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Conforme documento obtido pela coluna Claudia Meireles, José Marcos Chaves Ribeiro foi indiciado, nessa quinta-feira (11/7), pelo delegado Ângelo José Lages Machado da 12ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a família da socialite Regina Lemos Gonçalves, o acusado trabalhou como motorista da mulher, que teria ficado anos em cárcere privado. Ela tem 88 anos.
Segundo o delegado, José Marcos cometeu delitos previstos no Estatuto do Idoso; deixou de cumprir, retardar ou frustrar a execução de ordem judicial; expôs a perigo a integridade e a saúde física ou psíquica do idoso; e crime de violência psicológica contra a mulher.
A polícia também destituiu José Marcos da função de curador e o proibiu de se aproximar de Regina Lemos Gonçalves.
“Destituição da curatela de José Marcos Chaves Ribeiro, com nomeação de um familiar ou outro curador, mediante a um termo de responsabilidade, na forma dos artigos 44 e 45 inciso I do Estatuto do Idoso, que dispõe sobre as medidas específicas de proteção ao idoso, devendo-se atentar para a real condição de vulnerabilidade e risco da vítima”, continuou o delegado Ângelo José Lages Machado.
O inquérito já foi remetido para o Ministério Público que avaliará como dará prosseguimento a essa ação penal.
De acordo com o laudo pericial psiquiátrico forense feito pela perita legista médica Sandra Greenhalgh em maio, Regina Lemos Gonçalves “apresenta demência vascular não especificada”, contudo, a especialista destaca que a condição não afeta a “credibilidade das declarações prestadas” pela mulher de 88 anos.
“Trata-se de doença mental, mas esta [a periciada] não apresenta no momento alterações clínicas, que alterem sua capacidade mental de entendimento e determinação e consequentemente a credibilidade das declarações prestadas”, escreveu a perita legista médica no laudo.
Procurado pele coluna, o advogado Bruno Saccani, responsável pela defesa de José Marcos, declarou que “a autoridade policial preferiu ignorar as provas apresentadas pela defesa”.
“O resultado da perícia produzida pelo IML deve ser analisado com reservas, principalmente porque a sra. Regina foi interditada por juiz competente, com base em exame pericial realizado por perito nomeado por juiz de direito, laudo esse que não foi impugnado na época”.
Relembre o caso
Aos 88 anos, a socialite Regina Lemos Gonçalves acusa o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro de mantê-la em cárcere privado por 10 anos no Rio de Janeiro. Após ter fugido, ela concedeu entrevistas e relatou a situação. A história passou a ser chamada de Caso Chopin, por ser o nome do edifício onde fica o apartamento de luxo em que a mulher esteve em cativeiro.
Os familiares e Regina afirmam que José Marcos forçou a socialite a assinar um documento de união estável. A idosa de 88 anos alegou não se lembrar do registro. Vale destacar que a socialite ficou viúva do fazendeiro e proprietário da empresa de baralhos Copag, Nestor Gonçalves, em 1994. O casal não teve filhos.
À época do falecimento de Nestor, o patrimônio deixado a ele para Regina chegou a ser avaliado em US$ 500 milhões, o equivalente a R$ 2,5 bilhões em cotação atual. Em entrevistas, parentes enfatizaram que José Marcos roubou uma parte considerável da fortuna da socialite, o que inclui joias e obras de arte.
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